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Clube de assinatura entrega um café especial diferente por mês

O carioca Guilherme Loureiro acredita numa mudança cultural tanto na produção quanto no consumo de cafés especiais. (*Fotos: Leandro Fidelis)

*Matéria publicada originalmente em 07/08/2019*

Era para ser só um projeto de marketing, mas acabou se tornando um polo de difusão de conhecimento com o objetivo de envolver toda a cadeia da cafeicultura na busca por melhores resultados. A 15 km do centro de Venda Nova do Imigrante, em São José do Alto Viçosa, fica a sede do “Coletivo Café ” e do “Have a Coffee ”.

Enquanto o primeiro promove workshops reunindo mais de 400 pessoas, o segundo é a marca do clube de assinatura que entrega, via Correios para todo o Brasil, pacotes e cápsulas de cafés especiais de um produtor diferente por mês. Em menos de quatro anos, 450 cafeicultores do Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia passaram a profissionalizar a divulgação dos seus produtos e ampliar o networking por meio dos empreendimentos.

No caso do “Have a Coffee ”, todo mês um produtor é selecionado. Além do seu café de microlote chegar às mãos dos assinantes, tem sua história contada em material gráfico e nas redes sociais. A novidade é o impresso “Café Zine ”, cuja primeira edição foi lançada em julho.

Quem apresenta os projetos é o carioca Guilherme Loureiro. Formado em Marketing, ele se tornou sócio de Marco Antônio Santos, criador do clube “Have a Coffee ”, queinicialmente funcionava apenas como “agência do café ”, atividade que se mantém, com o desenvolvimento deembalagens exclusivas para grifes e outras empresas.

Segundo Loureiro, o sócio tinha a ideia de montar uma torrefadora e aprofundar mais no universo dos especiais. Motivado pela vocação regional, o carioca, que nunca tinha visto um pé de café, acabou vindo para o Estado em 2016. Durante meses, fez imersão no assunto para conhecer produtores e organizar uma logística para fomentar o clube de assinatura.

“Todo produtor que eu conhecia me perguntava muita coisa, desde: ‘por que meu vizinho vende a saca a mil reais?’. Assim, acabei criando a marca ‘Coletivo Café’. Os eventos atraíam cinquenta pessoas no começo, e hoje reúnem centenas, abordando temas específicos e conectando os produtores com o novo mercado ”, destaca Guilherme Loureiro.

O evento “Coletivo de Portas Abertas ”, sempre realizado em dezembro, já teve três edições, a última com a participação de mais de 150 produtores, pesquisadores e baristas. “Os produtores tinham dificuldade de entender o mercado lá na ponta. Os pilares para chegar até a xícara são importantíssimos, por isto o ‘Coletivo’ é um movimento em prol da cadeia produtiva ”, avalia.

Guilherme Loureiro acredita numa mudança cultural tanto na produção quanto no consumo, destacando a necessidade de formar “corrente ”, e não concorrência, para conquistar novos mercados para os cafés especiais.

“É preciso abrir a mente do consumidor para saber quanto valem esses cafés e dar valor a quem realmente merece, que é o produtor ”.

Sobre o autor Leandro Fidelis Formado em Comunicação Social desde 2004, Leandro Fidelis é um jornalista com forte especialização no agronegócio, no cooperativismo e na cobertura aprofundada do interior capixaba. Sua trajetória é marcada pela excelência e reconhecimento, acumulando mais de 25 prêmios de jornalismo, incluindo a conquista inédita do IFAJ Star Prize 2025 para um jornalista agro brasileiro. Com experiência versátil, ele construiu sua carreira atuando em diferentes plataformas, como redações tradicionais, rádio, além de desempenhar funções estratégicas em assessoria de imprensa e projetos de comunicação pública e institucional. Ver mais conteúdos