pube
Suinocultura

Criadores capixabas testam imunocastração em machos

Estudos recentes com a vacina apontam benefícios no bem-estar, mais desempenho do animal e carne com menos gordura

por Redação Conexão Safra

em 22/06/2017 às 0h00

3 min de leitura

Criadores capixabas testam imunocastração em machos

Foto: Divulgação

*Redação

Produtores e frigoríficos capixabas discutem o uso da imunocastração na cadeia da suinocultura. A vacina já vem sendo utilizada em vários estados brasileiros com resultados positivos, apesar da desconfiança de muitos criadores. Testes recentes apontam benefícios no bem-estar, mais desempenho do animal e carne com mais qualidade e menos gordura.


Diferentemente do que muitos pensam, a imunocastração não é um hormônio ou medicamento e dispensa o procedimento cirúrgico geralmente usado nas granjas. A médica veterinária da Associação de Suinocultores do Espírito Santo (Ases), Carolina Covre, explica que são necessárias apenas injeções subcutâneas.


“Um dos benefícios mais importantes está associado ao bem-estar do animal. Quando aplicada, a vacina faz com que o suíno produza anticorpos contra o GNRF (fator liberador das gonadatrofinas), responsáveis por desencadear a cascata hormonal da reprodução ”, destaca Carolina.

pube


Outros benefícios são a melhoria da conversão alimentar e não existir período de carência para o consumo da carne de animais imunocastrados, pois a vacina não provoca acúmulo de gordura nas carcaças dos animais. “São fatores que trazem um ganho ao produtor em relação à qualidade final do produto. ”


Efeito positivo

Em 2007, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou um memorando circular estabelecendo alguns critérios quanto à pratica da imunocastação. O documento estabelecia que o efeito positivo do procedimento deveria ser confirmado pelo diâmetro testicular não superior a 11 centímetros.


Já em janeiro deste ano, o Mapa lançou novo memorando, em substituição ao anterior, e também a referida exigência do diâmetro testicular. Estudos mostram que a vacina pode ter surtido efeito, ainda que os testículos dos animais tenham a largura superior a que havia sido determinada.


Marcelo Mosquini, gerente do Frigorífico Mosquini, localizado em Vargem Alta, na região serrana, já realizou testes com a vacina para imunocastração. Ele afirma que, após dissecar alguns suínos, foi possível perceber a diferença na qualidade final desses animais em comparação aos demais.


“Os benefícios são incontestáveis. Quando abrimos a carcaça, pudemos perceber a redução de gordura, além do ganho de peso que foi superior. Não houve nenhum problema no desenvolvimento do animal, o que comprova a eficiência da vacina ”, ressalta Mosquini.


Aplicação em fêmeas

Os representantes da empresa fornecedora da vacina afirma que, recentemente, a companhia obteve registro para uso da imunocastração em fêmas. De acordo com eles, a aplicação também provoca melhorias no desenvolvimento do animal, proporcionando melhor ganho de peso devido à interrupção do cio.


O período que as fêmeas ficam mais propícias ao ato sexual provoca estresse e redução do consumo de alimentos, além da monta de uma fêmea na outra provocar danos às carcaças. (*Com informações da Ases)


Clique aqui e receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp e fique por dentro do que acontece no agronegócio!