Mais lidas 🔥

Na Vila Batista
Vila Velha certifica sua primeira agroindústria de mel

Mercado
Preços do mamão formosa sobem com oferta menor nas principais regiões

Reconhecimento nacional!
Conexão Safra vence o Prêmio Ibá de Jornalismo 2025

De quarta para quinta
Veja as 55 cidades capixabas que estão sob alerta vermelho para temporais

Previsão do tempo
Instabilidade perde força no ES, mas sábado segue com nuvens e chuva fraca

A safra 2019/20 de grãos caminha para seu fechamento com novo recorde na produção de 253.7 milhões de toneladas e um aumento de 4,80% em relação à safra anterior, segundo o 11º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As culturas de primeira safra já foram totalmente colhidas, as de segunda estão em fase de conclusão, restando ainda as de inverno e da terceira safra. Para soja e milho, segundo a Conab, houve produção recorde: a oleaginosa com 120.9 milhões de toneladas (+5,10%), e o milho com 102.1 milhões de toneladas (+2,1%).
Para o algodão, são estimadas 2.93 milhões de toneladas de pluma (+5,40%) com previsão de finalização da colheita em setembro.
“A grande aposta agora é quanto será plantado nesta safra que começa ”, indica Marcos Fava Neves, diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
“Com a euforia que os preços atuais tem trazido, principalmente a soja e o milho, neste momento de preparo de solos e tomadas de decisões de plantio, com vendas antecipadas de parte das safras futuras e ainda avanço dos grãos na área de cana e pastagens, é possível que cheguemos bem perto dos 70 milhões de hectares plantados, um aumento impressionante ”.
Produção brasileira
Em suas estimativas, a Conab prevê que a produção brasileira de grãos na safra 2020/21 aumentará de 254 milhões para 278 milhões de toneladas (8% a mais) e a área deve crescer entre 2 milhões e 2,5 milhões de hectares.
No caso da soja, segundo a Companhia, a área aumentará de 36.84 milhões para 37.85 milhões de hectares, a produção deve aumentar de 124 milhões para 133.50 milhões de toneladas com produtividade 4,40% maior (3,530 toneladas/hectare) e as exportações passarão de 82 milhões para 86.8 milhões de toneladas.
Com relação ao milho, a Conab estima um aumento de área de 7,20% para 19.8 milhões de hectares, com a produção aumentando 12,30%, para 113 milhões de toneladas (apesar da produtividade 1% menor) e a exportação atingindo 39 milhões de toneladas (7% maior). Já a demanda interna ficará em 72 milhões de hectares. “São números que impactam. Vamos torcer para que se realizem ”, destaca Fava.
Exportações
Ao mencionar dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o diretor da SNA destaca ainda que “as exportações do agro chegaram à incrível marca de US$ 10 bilhões em julho, com crescimento de 11,70% em relação ao mesmo mês de 2019, representando 51,20% de toda exportação do País ”. Nesse balanço, complementa Fava, “a soja em grão continua a ser a locomotiva da nação, exportando 10.4 milhões de toneladas (+39,40%) e US$ 3.61 bilhões (+39%). Somente a China comprou 76% desse volume ”.
Ainda segundo o Mapa, as carnes ocuparam a segunda posição em vendas, com US$ 1.5 bilhão, e o destaque foi a carne bovina, com US$ 776 milhões (+23%). Já a carne de frango caiu 27,20%, chegando a US$ 490 milhões.
Quanto às importações, totalizaram US$ 982 milhões (com queda de 16,30%), consolidando o saldo da Balança Comercial do mês em US$ 9.03 bilhões (+15,90%). No acumulado desde o início do ano, o setor já exportou US$ 61.19 bilhões, 9,20% a mais que em 2019, evidenciado valor recorde na série histórica que começou 1997. Com as importações acumuladas em US$ 7.22 bilhões, o saldo da balança do agro é de US$ 53.97 bilhões.
Setor sucroenergético
No setor de cana, a Conab, em seu segundo boletim da safra 2020/21, estima uma produção de 642.1 milhões de toneladas, 0,10% a menos que no ciclo passado. A União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) informa que produção de açúcar está 48,20% superior, aumentando de 15.5 milhões de toneladas para 23 milhões.
Segundo a Conab, o Brasil deve se posicionar como o maior produtor de açúcar no ciclo 2020/21, com volume de 39.3 milhões de toneladas, 32% a mais que na safra anterior. O volume obtido até o momento na safra é 22.95 milhões de toneladas, 48% superior ao que foi produzido na safra passada.
Por outro lado, a produção de etanol, segundo a Unica, registra queda de 6,40%, de 18 bilhões de litros para 16.8 bilhões. No acumulado até 16 de agosto, a produção totalizou 16.81 bilhões de litros, sendo 4.96 bilhões de anidro (29,50%) e 11.85 bilhões de hidratado (60,50%). Desse total, 4,80% foi proveniente do milho.
Já as vendas acumuladas de etanol caíram 18,98% em relação ao ciclo passado, somando um volume de 10,26 bilhões de litros. Desse total, 91,20% foi destinado ao mercado doméstico, e 8,80% para o exterior.
“É provável que a gasolina continue aumentando de preço nos próximos meses, dando espaço ao hidratado ”, afirma Fava.
Ainda segundo a Unica, as vendas externas do produto em agosto aumentaram em 29,10%, atingindo a cifra de US$ 135 milhões. Quanto ao complexo sucroenergético, foi registrado um aumento significativo nas exportações de julho, com vendas de US$ 1.1 bilhão e 73,80% superiores a 2019.
As estimativas da Conab para safra 2020/21 mostram uma produção de etanol de 30.6 bilhões de litros, 14,30% a menos que em 2019/20.
Destaques do mês
Para setembro, o diretor da SNA ressalta que o mercado deve estar atento às expectativas de plantio e às previsões do clima para a safra 2020/21 de grãos no Brasil, ao comportamento do clima na safra dos EUA “que vem até o momento sem problemas ”, às relações China-EUA e importações chinesas, e às necessidades e volumes de importações de grãos pelo Brasil “para cobrir a lacuna de estoques baixos e necessidades do setor de carnes e ovos ”.
No setor sucroenergético, Fava considera, entre outros aspectos, a atual política de isolamento e os impactos no consumo de combustíveis no Brasil, principalmente em relação à velocidade de recuperação do consumo de hidratado, os efeitos do Coronavírus no consumo mundial do açúcar e nos preços do petróleo, e as condições das tarifas e cotas para que o etanol americano entre no Brasil.
“É preciso saber se teremos contrapartidas de acesso às necessidades de açúcar dos EUA, que seria a minha estratégia ”, indica o diretor da SNA.
Além disso, Fava destaca as expectativas em torno dos resultados das ações do governo na questão do desmatamento ilegal e dos impactos nas pressões contra o Brasil, da retomada pós-crise e dos programas de apoio dos governos nas economias mundiais e do Brasil, com a redução dos casos de infecções e outros números da pandemia.
Fonte: Dr.Agro




