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O Projeto Biomas, desenvolvido ao longo dos últimos dez anos, apresentou os resultados, nessa quarta-feira (10), na live de encerramento do projeto. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) foi responsável por executar os trabalhos e experimentos do Bioma Mata Atlântica, coordenado pela bióloga do Instituto, Fabiana Gomes Ruas, que entre as ações desenvolvidas e a contribuição para o projeto nacional, tem como destaque o plantio de 83.690 espécies de árvores nativas e exóticas no Espírito Santo.
Dentre os inúmeros resultados gerados pelo Incaper para o projeto Bioma Mata Atlântica está o trabalho de seleção e manejo das espécies nativas, que fez o Espírito Santo virar referência no assunto. Alguns resultados foram inéditos no país, como o cultivo e avaliação da qualidade da pimenta-rosa, fruto da Aroeira, árvore nativa da Mata Atlântica, que evidenciou uma cultura que gera renda aliada à preservação ambiental. Os trabalhos desenvolvidos pelo Instituto para o Projeto Biomas foram realizados em uma área experimental na Fazenda São Marcos, situada no distrito de Córrego Alegre, no limite dos municípios de Linhares e Sooretama.
O Bioma Mata Atlântica teve a realização de 23 experimentos, envolvendo 79 pesquisadores e 35 instituições, sendo sete experimentos coordenados pelo Incaper, com atuação na plantação de pimenta-rosa, café sombreado e seringueira, recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Áreas de Reserva Legal (ARLs), e em entomologia, com levantamento e estudos de insetos do bioma.
Além da coordenação do projeto Bioma Mata Atlântica, a bióloga do Incaper, Fabiana Ruas, também foi responsável pela execução do projeto com a pimenta-rosa, o que evidenciou a servidora, que atuou na viabilidade logística, aquisição de equipamentos e demais condições necessárias para o desenvolvimento das pesquisas e realizações dos eventos de capacitação e transferência das tecnologias geradas.
“Foi uma atuação intensa nesses 10 anos do projeto para a manutenção da área de pesquisa, logística para a coleta de dados na área feita por pesquisadores de todo Brasil e em muitas outras ações. A equipe do Incaper desenvolveu diversas ações de pesquisa, publicações, trabalhos científicos e trabalhos de Assistência Técnica e Extensão Rural tais como visitas, trocas de experiência, auxílio ao produtor, Dias de Campo, cursos, oficinas e excursões ”, disse Fabiana Ruas.
Em nível nacional, o Projeto Biomas teve a coordenação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na ocasião da apresentação dos resultados, o Incaper foi uma das instituições de destaque no desenvolvimento do Projeto Biomas devido à capilaridade do Instituto e da integração entre Pesquisa e Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater).
“Certamente os resultados gerados pelo projeto chegarão no campo, aos agricultores familiares por meio da articulação e participação dos técnicos do Incaper envolvidos. Tivemos esse reconhecimento que evidencia o potencial do Incaper em desenvolver o trabalho no meio rural, aliado à preservação do meio ambiente ”, destacou o diretor-presidente do Incaper, Antônio Carlos Machado.
Aplicação dos resultados nas propriedades rurais
Para que os resultados gerados pelo Projeto Biomas, em especial, o Mata Atlântica, sejam aplicados nas propriedades rurais do Espírito Santo, a bióloga do Incaper apontou os esforços a serem desempenhados. “Temos que trabalhar para o uso desses resultados para a aplicação prática dos conhecimentos nas propriedades rurais, com foco em utilizar a árvore na propriedade rural com conhecimento científico, indicações corretas e protocolos de manejo, seja para restauração, recomposição ou produção sustentável na propriedade rural ”, completou Fabiana Ruas.
O Projeto Biomas “foi um passo que precisa ser continuado ”, como afirmou a bióloga, a fim de atender à legislação e aos anseios de demandas nacionais e internacionais sobre sustentabilidade ambiental, social e econômica.
“Muitas outras ações e projetos precisam seguir nesse caminho, muitas áreas degradadas e pouco produtivas podem ser trabalhadas e cadeias produtivas precisam ser estruturadas. Há espécies nativas que demandam ser estudadas, selecionadas e multiplicadas. Também temos ferramentas que podem ser aprimoradas e validadas. Minha expectativa é de muito trabalho pela frente, mas agora já não começamos do zero, temos muitos resultados que reforçam as chances de dar certo ”, frisou Fabiana Ruas.
Mais sobre o Projeto Biomas
Criado em 2010, o Projeto Biomas contou com a participação de profissionais, pesquisadores e professores de diversas instituições que promoveram estudos e experimentos para viabilizar, aos produtores, soluções para a proteção, a recuperação e o uso econômico e sustentável de propriedades rurais nos seis biomas brasileiros (Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa, Amazônia e Pantanal).
Nesses dez anos de projeto, foram desenvolvidos estudos sobre como adequar a propriedade rural às exigências da legislação ambiental, que estabelece regras específicas para o uso de Áreas de Preservação Permanente (APPs), Áreas de Reserva Legal (ARLs) e Áreas de Uso Alternativo (AUAs).
O projeto Biomas apresentou diversos resultados para os produtores rurais a curto, longo e médio prazos. Um deles é o Projeto Pravaler, iniciativa que vai levar ao campo as pesquisas desenvolvidas pelo Biomas e mostrar ao produtor, na prática, como agregar sustentabilidade à produção. Os pesquisadores lamentam, no entanto, que a nova proposta do projeto Pravaler, não tenha incluído o bioma Mata Atlântica e o Espírito Santo.
O foco do Pravaler é a recuperação ambiental e produtiva na propriedade de forma integral (produção e conservação ambiental), demonstrando como o produtor pode se adequar à legislação ambiental com eficiência e possível retorno financeiro.

