Resfriamento do Pacífico Equatorial

Primavera está chegando e trará o La Niña; veja o impacto nas regiões

A expectativa é de que o La Niña esteja consolidada em meados de outubro e que seja um evento de curta duração

La Niña Brasil 2025
Imagem: NOAA/divulgação

O equinócio da primavera, que é o início astronômico da estação, ocorre no dia 22 de setembro de 2025, às 15h19 pelo horário de Brasília. E, junto com a estação das flores, a possibilidade do surgimento do La Niña. A porção central e leste do oceano Pacífico Equatorial, ao largo da costa do Peru, está em fase de resfriamento. Os principais centros de monitoramento do clima global concordam que o fenômeno voltará a se organizar no decorrer da primavera de 2025.

A expectativa é de que o La Niña esteja consolidada em meados de outubro e que seja um evento de curta duração, com fraca a moderada intensidade. A fase negativa do dipolo do oceano Índico reforça a formação. Nesta situação, a água do Oceano Índico perto da Indonésia e da Austrália fica mais quente do que a porção do Índico perto da costa da África. A desconfiguração deste La Niña deve ocorrer já no começo do verão 2025/2026. É o resfriamento do Pacífico Equatorial que vai determinar o padrão de temperatura e precipitação no Brasil na primavera de 2025.

Os principais efeitos do La Niña no clima do Brasil são:

  • Redução da chuva no Sul do Brasil
  • Aumento da chuva na Amazônia e na costa norte do Nordeste
  • Facilita a formação de corredores de umidade, que podem gerar a Zona de Convergência do Atlântico Sul
  • Facilita a passagem de frentes frias pelo Sul e pelo Sudeste do país, que eventualmente podem ocasionar queda acentuada de temperatura no centro-sul do país

Primavera 2025

A primavera de 2025 deve trazer volumes de chuva um pouco acima da média para a maioria das áreas do país. As pancadas de chuva pelo interior do Sudeste e no Centro-Oeste já começaram a ocorrer e prosseguem em setembro nos primeiros dias da primavera, mas se forma bastante irregular. Os primeiros corredores de umidade do Norte para o centro-leste do país só devem começar a se estabelecer a partir de meados de outubro, quando a chuva deve começar a ganhar intensidade e regularidade.

Os corredores de umidade podem se formar em outubro e também em novembro e alguns deles poderão gerar episódios de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Deve chover um pouco abaixo do normal no centro-norte do Pará, no centro-sul do Amapá, no Tocantins, Maranhão, Piauí, Norte e oeste da Bahia.

A chuva da primavera deve ficar dentro da média no norte do estado do Rio de Janeiro, no Espírito Santo, no leste de Minas Gerais e no sul da Bahia, mas com risco de eventos de chuva intensa. Algumas áreas no noroeste de Minas Gerais, no nordeste de Goiás, também devem receber um pouco menos de chuva do que a média nesta primavera.

Chuva, primavera, calor
A primavera de 2025 deve trazer volumes de chuva um pouco acima da média para a maioria das áreas do país (Fonte: Climatempo)

reda

Calor

A primavera de 2025 será em média com temperaturas um pouco acima do normal em quase todas as áreas do Sudeste, do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste do Brasil. O calor será intenso em áreas do Maranhão, Piauí, oeste e norte da Bahia, Tocantins, norte e leste do Pará.

A temperatura deve ficar próxima do normal no centro-sul do Amazonas, no Acre, em Rondônia, Sul de Mato Grosso e em praticamente todo Mato Grosso do Sul, na maioria das áreas do Paraná e de Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, a temperatura média na primavera deve ficar um pouco abaixo do normal.

Apesar da tendência de temperatura um pouco acima do normal no sudeste e dentro da normalidade em muitas áreas da Região Sul, as duas regiões estão sujeitas a episódios de brusca queda de temperatura na passagem de algumas frentes frias especiais. Episódios de frio tardio poderão ocorrer até mesmo em novembro.

Calor, primavera
A primavera de 2025 será em média com temperaturas um pouco acima do normal em quase todas as áreas do Sudeste, do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste do Brasil (Fonte: Climatempo)

Regiões

Região Sul: maior possibilidade de período secos, especialmente no Rio Grande do Sul, mesmo com a passagem de frentes frias; a passagem de algumas frentes frias poderá provocar acentuada a queda de temperatura em outubro e em novembro, com chance de geada tardia nas áreas mais altas das serras; episódios de calor intenso podem ocorrer na região e a possibilidade de ondas de calor no verão.

Região Sudeste: eventos de calor intenso são esperados para especialmente para o interior da região, mas episódios de queda acentuada de temperatura ainda podem ocorrer em outubro e em novembro na passagem de frentes frias moderadas a fortes; retorno gradual da chuva, com aumento da frequência a partir de meados de outubro; frentes frias têm maior impacto nas áreas próximas ao mar.

Região Centro-Oeste: episódios de calor extremo podem ocorrer no fim de setembro e início de outubro; pancadas de chuva ganhou regularidade e volume a partir de meados de outubro; risco de redemoinhos de poeira e de levantamento de cortina de poeira até meados de outubro.

Região Nordeste: a maioria das áreas do interior na região passa a primavera com forte calor e muito sol, com lento retorno das pancadas de chuva; aumento da temperatura e diminuição da frequência da chuva na costa leste do Nordeste, mas ainda com chance de passagem de frentes frias pela costa da Bahia.

Região Norte: precipitações acima da média em muitas áreas da região, o que vai acelerar o processo de cheia dos rios; há possibilidade de risco de cheia severa em 2026, especialmente na região do rio Negro e do Solimões.