Uso de dejetos bovino reduz custo de adubação de pastagens em até 40%
O resíduo orgânico, conhecido como chorume, é obtido da água de lavagem de currais
por Rosimeri Ronquetti
em 30/06/2023 às 9h30
3 min de leitura
O objetivo principal de um trabalho de incentivo aos produtores de leite de Vila Pavão, no Noroeste do Estado, é reduzir os custos com adubação e o uso de adubo químico no pasto, além de promover o aproveitamento integral e racional de todos os recursos disponíveis na propriedade.
Nesse sentido, busca-se estimular os produtores a utilizar os dejetos do gado como adubo para as pastagens, visando a adubação orgânica e sustentável.
O resíduo orgânico, conhecido como chorume, é obtido da água de lavagem de currais que cai em um tanque, onde fica em média 15 dias, para a estabilização do material/dejeto. Posteriormente, é aplicado nas pastagens por meio de fertirrigação.
“A implementação dessa técnica apresenta um papel importante dentro da propriedade. O produtor deixa de ficar dependente do uso do adubo químico e passa a utilizar fontes alternativas e de baixo custo de instalação. Com o uso da tecnologia de fertirrigação através do chorume, os resultados com a aplicação aparecem a médio e longo prazo, através da recuperação da fertilidade do solo”, explica o engenheiro agrônomo e extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) de Vila Pavão, Rogério Durães, responsável pelo trabalho junto aos pecuaristas.
O produtor Armindo Bening, de Córrego Grande, decidiu fazer a experiência em cerca de dois hectares de pasto e não se arrependeu. Pelo contrário, já planeja estender a adubação com chorume para mais dois hectares.
“Trabalho com adubação orgânica dos dejetos das vacas já há bastante tempo. É muito bom, estou satisfeito. É fácil de mexer, a estrutura para começar não é cara e ajuda muito na adubação, além de reduzir meu custo em uns 40%. No começo fiz só na metade do terreno, agora já vou fazer na outra parte”, diz o produtor.
Segundo Durães, os resultados “são extremamente positivos, e a recuperação da planta no pós pastejo está sendo mais rápida”. Ao mesmo tempo em que incentiva os pecuaristas, o agrônomo faz o acompanhamento de fertilidade do solo que recebe a adubação com o chorume.
“Através das análises químicas de solo, realizadas periodicamente a cada seis meses, fazemos o acompanhamento da fertilidade do solo. Os resultados ainda são preliminares, mas o objetivo é obter resultados mais concretos e práticos”, afirma o agrônomo.
Outro fator importante é quanto ao meio ambiente, uma vez que o produtor deixa de lançar os dejetos provenientes da lavagem do curral nos córregos e afluentes, o que acaba se tornando um problema de ordem ambiental para os corpos hídricos, lembra Durães.
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Recomendações para construção dos tanque de dejetos
Para o uso do chorume como adubo, Rogério Durães explica que a recomendação é “em torno de 180 a 200 m³ de chorume/ha/ano, nas pastagens e para a cultura do milho”.
Referente ao tamanho da estrutura do tanque para receber e armazenar os dejetos, para trabalhar com 15 vacas em lactação, o extensionista indica um tanque de 4 metros de comprimento x 2,5 m de largura, com um 1,20 cm de altura.
Já a distribuição do chorume é realizada pelo próprio sistema de irrigação dos piquetes rotacionados/pastagens, através da irrigação por aspersão, “que apresenta maior uniformidade e precisão nas aplicações do chorume”.
Ainda de acordo com o agrônomo, os pecuaristas interessados em construir o tanque e iniciar a utilização do chorume na adubação dos pastos devem procurar o escritório do Incaper para buscar melhor sobre assunto.
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