Pecuária

Casos de varíola bovina em humanos são investigados na Região Central do ES

Vale salientar que a varíola bovina e a varíola humana, já erradicada, são diferentes

por Fernanda Zandonadi

em 01/07/2021 às 9h23

3 min de leitura

Quatro casos de varíola bovina em humanos estão sendo investigados na Região Central do Espírito Santo. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e o Instituto de Defesa Agropecuária Agroflorestal (Idaf) estão acompanhando os casos. Forma identificadas, também, 24 vacas com a doença. A localidade onde ocorreram os casos não foi divulgada. Vale salientar que a varíola bovina e a varíola humana, já erradicada, são diferentes.

A Sesa esclareceu que a varíola bovina é uma zoonose em que a fonte primária é o gado. “É importante ressaltar que a varíola humana foi erradicada no mundo há mais de 40 anos”, informou a secretaria, em nota.

As equipes da Saúde realizam a investigação e orientam as vigilâncias da Atenção Primária dos municípios vizinhos sobre o manejo clínico e epidemiológico relacionados à doença.

“É importante ressaltar que a transmissão ocorre principalmente por contato direto do ordenhador com úbere do animal. Apesar de pequena gravidade, traz transtornos para o trabalhador, que fica impedido de atuar”.

Além disso, segundo a Sesa, não há necessidade de sacrifício dos animais nem restrições para a comercialização do leite. “Entretanto, a inspeção sanitária do alimento em estabelecimento devidamente registrado no serviço de inspeção oficial é obrigatória”.

A varíola humana foi considerada radicada em 1980 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Vale salientar que a varíola bovina e a varíola humana, já erradicada, são diferentes. Nos seres humanos, a varíola bovina causa feridas, algumas com pus, nas mãos, antebraços, nariz e boca. Os infectados podem apresentar febre, dor, mal estar e aumento de gânglios linfáticos. A varíola bovina, aliás, foi a responsável pelo surgimento da vacina contra a variação humana da doença.

O médico Edward Jenner observou, em 1749, que pessoas que ordenhavam vacas não contraíam a varíola humana, desde que tivessem adquirido a forma animal da doença. Então, ele extraiu o pus da mão de uma ordenhadora que havia contraído a varíola bovina e o inoculou em um menino saudável, James Phipps, de oito anos, em 04 de maio de 1796. O menino contraiu a doença de forma branda e logo ficou curado.

Em 1º de julho, Jenner inoculou no mesmo menino líquido extraído de uma pústula de varíola humana. James não contraiu a doença, o que significava que estava imune à varíola. O reconhecimento em seu país só foi alcançado após médicos de outros países adotarem a vacinação e obterem resultados positivos. A partir de então, Edward Jenner ficou famoso por ter inventado a vacina.

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