Virou pecuarista

Carnes nobres: fundador do Facebook cria bois com cerveja e macadâmia

O magnata da tecnologia está investindo nas raças wagyu e angus em seu rancho, o Ko'olau, localizado em Kauai, no Havaí (EUA).

Fotos: reprodução/internet

Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook, surpreendeu o público ao anunciar seu mais recente empreendimento: a criação de bovinos com a carne mais cara do mundo. O magnata da tecnologia está investindo nas raças wagyu e angus em seu rancho, o Ko’olau, localizado em Kauai, no Havaí (EUA).

Zuckerberg revelou que os bovinos terão uma dieta exclusiva, regada a cerveja e complementada com macadâmias cultivadas na própria fazenda. A reportagem da Conexão Safra ouviu dois especialistas que expressaram ceticismo quanto às práticas e dietas propostas.

O médico veterinário e professor universitário Diogo Vivacqua de Lima considera a iniciativa inviável para a realidade da pecuária brasileira. “Nos Estados Unidos, os pecuaristas não têm pasto o ano inteiro, por isso têm de criar alternativas de alimentação. Vale ressaltar que as raças wagyu e angus não se adaptam bem ao território brasileiro”.

Além disso, segundo Vivacqua, o investimento de Zuckerberg vai resultar numa carne mais cara ao consumidor final, enquanto a carne a pasto, de gado criado na braquiária, chega muito mais em conta ao consumidor brasileiro.

Por outro lado, Renata Erler, zootecnista especialista em Gestão do Agronegócio, aborda a questão da dieta balanceada. “Possivelmente ele deverá produzir carne marmorizada e macia. As raças, ele já definiu, agora deverá fazer a seleção genética das características que ele busca e o manejo adequado para conseguir o resultado esperado”.

Ela ressalta a necessidade de Zuckerberg, independentemente da fonte, fornecer uma alimentação equilibrada em energia, fibra, proteína, minerais e água para que os animais alcancem o desempenho desejado. Erler destaca que a inclusão de cerveja na dieta, embora inusitada, não é garantia de qualidade e ressalta a falta de comprovação científica sobre seus efeitos na carne.

“Não tem nenhuma comprovação científica de que a cerveja vai mudar algo na carne. Isso vai depender da fermentação que ela gerar no rumem, e tal fato ainda precisa de estudo para confirmação”.

Diogo Vivacqua (*Foto: Divulgação).

Sobre o autor Leandro Fidelis Formado em Comunicação Social desde 2004, Leandro Fidelis é um jornalista com forte especialização no agronegócio, no cooperativismo e na cobertura aprofundada do interior capixaba. Sua trajetória é marcada pela excelência e reconhecimento, acumulando mais de 25 prêmios de jornalismo, incluindo a conquista inédita do IFAJ Star Prize 2025 para um jornalista agro brasileiro. Com experiência versátil, ele construiu sua carreira atuando em diferentes plataformas, como redações tradicionais, rádio, além de desempenhar funções estratégicas em assessoria de imprensa e projetos de comunicação pública e institucional. Ver mais conteúdos