Entrega de cestas de produtos orgânicos e agroecológicos cresce 136% na pandemia
por Coordenação de Comunicação e Marketing do Incaper
em 15/09/2020 às 20h45
5 min de leitura

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As entregas de cestas ou encomendas de produtos orgânicos e agroecológicos na Grande Vitória cresceram em 136% em meio à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).
Antes,
a porcentagem de produtores de feiras livres e pontos de comercialização que realizavam entregas semanais era de 24%. Com o isolamento social imposto, 57% dos produtores passaram a realizar
delivery, aumentando em mais de quatro vezes o número de entregas, de 312 para 1.354 por semana.
O resultado foi revelado pela pesquisa “Comercialização direta de alimentos orgânicos e agroecológicos na Grande Vitória mediante pandemia do Covid-19 ” coordenada pelos
extensionistas do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Andressa Alves, Galderes Magalhães, Jaqueline Sanz e Rachel Quandt Dias. Os servidores tiveram
o apoio e participação das associações de produtores, sindicatos rurais, movimentos sociais e extensionistas locais do Incaper.
A coordenadora técnica de Segurança Alimentar e Estruturação da Comercialização do Incaper, Rachel Quandt Dias, destacou que o aumento em mais de quatro vezes no número de cestas entregues trouxe muitas novidades e desafios para os agricultores familiares e pequenos produtores.
“Em pouco tempo os agricultores se adaptaram aos novos formatos de comercialização e logística de entrega dos produtos. Ficou claro que em meio à pandemia, mesmo com a suspensão das feiras agroecológicas, houve aumento no consumo de produtos orgânicos. Os canais
virtuais como
aplicativos ou mídias sociais ganharam força em meio à crise e certamente vieram para ficar ”, disse Rachel Quandt Dias.
A pesquisa teve a participação de 103 agricultores de diferentes municípios do Espírito Santo, que correspondem a 87% dos produtores cadastrados nas feiras agroecológicas e pontos de comercialização direta na Grande Vitória. São diversos os produtos orgânicos disponibilizados aos
consumidores in natura
como frutas, verduras e hortaliças. Também são comercializados produtos da agroindústria familiar tais como mel, panificados, fubá, café, conservas vegetais e outros.
“A maior parte dos agricultores
fazia
parte de organizações sociais e foram esses os que conseguiram responder de forma mais ágil e positiva aos impactos. Portanto, fica nosso apelo e orientação quanto a importância da organização social rural ”, ressaltou a coordenadora técnica de Agroecologia do Incaper, Andressa Alves.
Produção durante a pandemia
Em relação à produção durante a pandemia, 68% dos produtores informaram que mantiveram ou aumentaram a produção dos alimentos. Em contrapartida, 32% relataram diminuição de produtos produzidos nas propriedades rurais. Sobre dificuldades de comercialização dos produtos, 71% dos agricultores informaram não
tiveram
perdas. Outros 21% relataram perdas acima de 25% da produção e 8% perderam mais da metade do volume produzido. A pesquisa ressalta que as perdas ocorreram principalmente em torno da terceira semana do mês de março, por ocasião do decreto
com as medidas de enfrentamento da pandemia do novo Coronavírus.
Mais Conexão Safra
A gerente de Assistência Técnica e Extensão Rural do Incaper, Jaqueline Sanz, afirmou que os agricultores se adaptaram rapidamente aos novos tempos e conseguiram superar dificuldades e desafios, inovando as suas formas de produzir, comercializar e disponibilizar alimentos saudáveis à população da Grande Vitória.
“Os resultados da pesquisa são fundamentais para conhecer as principais tendências de mercado e consumo, bem como as respostas e demandas dos agricultores. Mostrou também que a população, no período de maior isolamento social, se preocupou em manter seus hábitos alimentares buscando produtos saudáveis. A pesquisa também reforçou o papel crucial da agricultura familiar na produção e disponibilização de alimentos ”, destacou a gerente.
“Para nossa satisfação, a maior parte dos agricultores entrevistados
recebeu
assistência técnica e desses, 80% são assistidos pelo Incaper, mostrando a importância do Instituto nas principais demandas tanto técnicas quanto de comercialização e organização social. Também nos deu grande alegria saber que o Incaper foi a instituição que, segundo os agricultores, mais esteve próxima no período de pandemia ”,
disse
Jaqueline Sanz.
Impactos socioeconômicos aos agricultores
A respeito dos impactos econômicos, a pesquisa revelou que a renda familiar diminuiu para 49% dos agricultores, 32%
deles
disseram que não sofreram alterações e 14% informaram que a renda aumentou. A redução da renda foi maior entre os produtores que deixaram de comercializar na Grande Vitória, sendo 8% dos entrevistados. Desses, 75% informaram terem perdido renda e 25% não tiveram alteração.
Aos produtores que relataram aumento da renda familiar, o acréscimo médio dos rendimentos foi de 24%, com variação de 10% a 70%. Para os que relataram perda da renda, a redução média foi de 39,5%, variando de 10% a 80%.
“Apesar das dificuldades, percebeu-se um otimismo entre os entrevistados. Há entre eles otimismo em relação ao aumento no número de clientes e também uma perspectiva positiva em relação ao aumento da renda familiar com a comercialização dos produtos orgânicos e agroecológicos ”,
pontuou
o coordenador do Centro Regional de Desenvolvimento Rural (CRDR) Central Serrano do Incaper, Galderes Magalhães.
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