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Opinião

Agro é Negócio: Maio é de expectativa e ansiedade com o Plano Safra

por Redação Conexão Safra

em 09/05/2017 às 0h00

3 min de leitura

Agro é Negócio: Maio é de expectativa e ansiedade com o Plano Safra

Domicio Faustino
(Publicitário e especializando em Agronegócio pela Esalq-USP)

Por
Domicio Faustino

(Publicitário e especializando em Agronegócio pela Esalq-USP)


Está chegando ao final de mais um ano Safra em julho, além das expectativas para saber o resultado da colheita, também há uma ansiedade para saber qual o posicionamento do Governo Federal a respeito do financiamento da próxima Safra. O atual ministro da agricultura e mega produtor de soja, Blairo Maggi, já admite ter dificuldades para aumentar os valores disponíveis para o agronegócio brasileiro.


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O último Plano Safra foi lançado pela ex-presidente Dilma Rousseff e a então ministra Kátia Abreu, em fevereiro de 2016. No total foi disponibilizado para o agricultor R$202,88 bilhões. Quando Maggi assumiu a pasta, o Governo Federal reduziu esse montante para R$183,8 bilhões.


Isso explica a dificuldade de encontrar dinheiro nos bancos para financiar os plantios e também a forte queda de 6,6% do PIB (Produto Interno Bruto) Agropecuário, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em março deste ano. Essa foi a maior queda do setor agropecuário desde 1996.


Em 20 anos, a taxa anual média de crescimento do PIB da Agropecuária é de 3%, diferente da queda registrada em 2016. Os anos que apresentaram maior crescimento da Agropecuária foram, 1999 (6,5%), 2001 (5,3%), 2002 (8,0%), 2003 (8,1%), 2006 (4,8%), 2008 (5,5%), 2010 (6,8%), 2011 (5,6%), 2013 (7,9%), informa o Ministério da Agricultura.


Já para o ano Safra 2017/2018 a expectativa de aumento do valor para financiar o agronegócio é pequena. “Estou trabalhando para ter mais dinheiro, para ter juros mais baratos e ainda não tenho uma resposta. Está difícil e a gente tem de entender a situação que o País vive, o dinheiro é muito curto ”, disse Maggi, após evento no Palácio do Planalto.


Com a redução do volume de dinheiro disponibilizado, a seletividade aumenta no momento de concessão de crédito pelos bancos, ou seja, o pequeno produtor tem mais dificuldade de conseguir verba e o dinheiro fica concentrado nas mãos que quem possuem mais garantias, mais recursos. A preocupação não é apenas com o volume que será disponibilizado, mas também pela taxa de juros que será praticada no próximo ano safra. De acordo com as previsões do mercado os juros devem permanecer na faixa de 8 a 12% ao ano.


Já os micros produtores rurais, os conhecidos agricultores familiares, devem sofrer ainda mais com essa política austera da esfera federal. Os juros em vigência para a agricultura familiar variam de 2% a 5,5%. As previsões apontam que o Governo fixará os juros em 5,5% para Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). E para piorar tudo, também não há garantias que Michel Temer manterá o volume atual de R$30 bilhões disponibilizados no último ano para os agricultores familiares.


Este é o primeiro ano que Maggi dará as cartas, mas como ainda não foram divulgas as regras para o próximo ano safra, o Plano já está chegando atrasado, dificultando o planejamento de toda a cadeia produtiva
agro.

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