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Meio Ambiente

Enchente de lama: Samarco é intimada pelo Iema

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) intimou

por Redação Conexão Safra

em 09/11/2015 às 0h00

8 min de leitura

Enchente de lama: Samarco é intimada pelo Iema

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O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) intimou a empresa Samarco em função dos impactos ambientais e socioeconômicos que serão causados no Espírito Santo pela lama de rejeitos que atingiu o Rio Doce.

A determinação do Instituto é para que a empresa promova todo o apoio necessário aos municípios e aos cidadãos capixabas que forem atingidos pela onda de lama, com a realização de ações que minimizem os impactos ambientais decorrentes da impossibilidade do tratamento de água nos locais afetados pelos rejeitos, assim como pelo comprometimento de outros usos que são feitos do Rio Doce como agricultura e a pesca.

Conforme a intimação do Iema, imediatamente, a Samarco deve dar início às seguintes ações:

&bull, distribuição de água potável para consumo humano e dessedentação animal,

&bull, monitoramento da qualidade da água do Rio Doce e também do mar a ser atingido pela lama para verificar a presença de contaminantes e identificá-los,

&bull, disponibilizar aeronave para sobrevoo dos profissionais envolvidos nas ações preventivas e de mitigação da onda de rejeitos,

&bull, disponibilizar uma equipe multidisciplinar para monitorar os impactos na fauna, flora, água e para as pessoas, emitindo laudos técnicos para o Iema com informações que ajudem a minimizar os impactos, inclusive, com avaliações de cenários futuros.

Após a passagem dos rejeitos, a empresa deve providenciar também a limpeza de toda a área afetada pela lama, enquanto for verificada a presença de poluente. O Iema determina que a empresa apresente um Plano de Monitoramento da persistência dos poluentes nos meios atingidos em até 120 dias, assim como um Plano de Reparação Inicial dos danos no prazo de 30 dias.

Presença

Por orientação de Governo, os secretários estaduais João Coser, de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, e Rodrigo Júdice, do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, estão em Colatina e acompanham de perto as atividades do plano de ação conjunta, coordenado pelo Governo do Estado, envolvendo empresas fornecedoras de energia elétrica e água, empresas privadas, diferentes órgãos estaduais e municipais dos municípios de Baixo Guandu, Colatina e Linhares, que serão atingidos pela onda de lama que castiga o Rio Doce. Até o momento, 60 carros-pipa foram disponibilizados para garantir o abastecimento de água.

O secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, João Coser, declara que o Governo do Estado é um parceiro dos municípios e está solidário diante desta situação. “”O Governo está presente com sua equipe para toda a infraestrutura necessária para a passagem da onda de lama. Todo nosso esforço é para que a onda de lama passe com o menor impacto possível para a população dos três municípios atingidos no Espírito Santo ”.

O secretário explica que a ação do Governo do Estado está focada em garantir a segurança da população e o abastecimento para áreas prioritárias. “Neste momento estamos cuidando da população. Contamos com a presença da Defesa Civil em todo o leito do Rio Doce e também estamos disponibilizando infraestrutura para garantir o abastecimento. Nossa prioridade é garantir o abastecimento de água para órgãos públicos com serviços essenciais à população, como hospitais e unidades de saúde.””

O secretário afirmou que além dos carros-pipa já disponibilizados pelo Governo do Estado, prefeituras e empresas também estão ajudando. “”Até o momento já conseguimos 60 carros com a Fibria, a Samarco e as prefeituras de Vila Velha, Cariacica, Aracruz, Serra e Venda Nova para que possamos captar água em Linhares e também trazer água Colatina e Baixo Guandu e para que aqui os municípios possam fazer o tratamento da água para beneficiar a população.””

Ação junto à população

A Defesa Civil Estadual tem dado, desde sábado (07), o suporte logístico ao trabalho desenvolvido pela Defesa Civil de Baixo Guandu, Linhares e Colatina. Nesta segunda-feira (09), uma equipe percorreu a calha do Rio Doce, com uma aeronave do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Polícia Militar (Notaer), para localizar moradores e banhistas que ainda não foram informados sobre a chegada da enchente de lama. “”Nosso objetivo é preservar vidas, mas, com o trabalho conjunto desenvolvido neste final de semana, acreditamos que a população sofra um impacto mínimo. Estamos catalogando as doações de água mineral e o transporte de carros-pipa e organizando a logística de entrega deste material. Esperamos que a menor quantidade de capixabas seja afetada””, destacou o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Fabiano Bonno.

Expectativa

O prefeito de Colatina, Leonardo Deptuski, ressalta que o município não deverá sofrer com inundação. “A onda de lama atingiu no município de Valadares em Minas Gerais um pico de 2m de altura, lá o rio é um pouco mais estreito do que em Colatina. Dessa forma, a projeção do Serviço Geológico do Brasil de 1,5m está mantida e não teremos problemas de inundação””.

As Usinas Hidrelétricas de Aimorés (MG) e de Mascarenhas, em Baixo Guandu, montaram uma ação conjunta com o objetivo de reduzir os impactos da lama nos municípios capixabas. A proposta é que a Usina de Mascarenhas libere volume de água represada antes da chegada da lama, e posteriormente libere a vazão da com a água vinda de Minas Gerais de forma gradual.

“”As barragens dos municípios por onde a onda está passando estão esvaziando a água que tinham antes para receber a água da onda de lama. Assim uma parte da água dessa onda está ficando retida e até chegar ao Espírito Santo a onda irá passar por duas barragens. Assim está havendo uma mudança tanto na velocidade quanto na qualidade da água que está chegando ”, afirma o prefeito.

O prefeito disse ainda que a suspensão da captação de água está mantida para assim que a onda chegar. “Vamos fazer uma análise da água e a partir dessa análise que vamos poder tomar uma decisão ”. Deptuski ainda agradece aos municípios capixabas que estão enviando ajuda neste momento.

Monitoramento

O secretário de Estado do Meio Ambiente, Rodrigo Júdice, ressaltou as medidas tomadas pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) com relação aos impactos ambientais e sociais que serão causados pela chegada da lama.

“O governador, logo pela manhã de sábado, reunião toda sua equipe, a equipe de meio ambiente e a Defesa Civil, e montamos um cronograma de ação e este cronograma de ação está concentrado em Colatina para atendimento à população. Estamos conseguindo carros-pipa para o município. Com relação aos danos ambientais, eles são inevitáveis. Nós temos que monitorar a qualidade da água. Este monitoramento já está sendo feito pela própria empresa e a Cesan também está fazendo este monitoramento. Já entramos em contato com o órgão ambiental que licenciou a barragem no estado de Minas Gerais para analisar os produtos que são manuseados pela empresa e fazer a confrontação com o material que vai ser coletado no rio ”, explicou.

Cabe ressaltar que uma equipe da Fiscalização do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) está em Colatina de plantão desde sábado (07) para acompanhar os impactos ambientais causados pela chegada da lama no Espírito Santo. Além disso, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) e também o Instituto estão em contato com os órgãos ambientais de Minas Gerais para trocar experiências e atualizar informações.

Além dos monitoramentos realizados pela Cesan e pela Samarco, o Iema está contratando uma empresa especializada para promover coletas para análise com o intuito de produzir contranálises. As coletas realizadas pela Samarco estão sendo acompanhadas por fiscais do Instituto. Outra ação do órgão é buscar parceria com a academia no intuito de intensificar o monitoramento no mar.

Campanha para doação de água mineral

O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, por intermédio da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC) iniciou na manhã desta segunda (09), uma campanha para doação de água mineral para ajudar os municípios de Colatina e Baixo Guandu, em virtude do rompimento das barragens no município de Mariana, em Minas Gerais, e que trará consequências para a população destas regiões do Espírito Santo.

A solidariedade dos capixabas será de fundamental import&acirc,ncia para ajudar as pessoas que sofrerão os impactos devido à suspensão da captação da água no Rio Doce. Assim, no intuito de melhor atender aos municípios, as doações devem ser feitas diretamente no quartel do Corpo de Bombeiros Militar em Vitória.

Em Colatina um posto de doação foi montado no antigo Restaurante Popular, próximo ao 8&ordm, Batalhão da Polícia Militar de Colatina.

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