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Internacional

Diretor da SNA analisa riscos nas exportações diante de greves que afetam o agronegócio

por Redação Conexão Safra

em 07/06/2018 às 0h00

4 min de leitura

Diretor da SNA analisa riscos nas exportações diante de greves que afetam o agronegócio


Márcio Sette Fortes, diretor da SNA, afirma que “critérios como preço, qualidade e confiabilidade na entrega são fundamentais no relacionamento com os importadores ”. Foto: SNA



Greves como a recente paralisação dos caminhoneiros, que segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) gerou prejuízos de mais de R$ 5 bilhões ao setor agropecuário, podem oferecer riscos para o exportador . É o que afirma o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e professor do IBMEC Márcio Sette Fortes.


Segundo ele, “o período de duração da greve dos caminhoneiros, a despeito de certos prejuízos nas exportações, não ofendeu gravemente a capacidade de fornecimento ao exterior. Entretanto, deixou importadores em alerta pelo mundo ”.


O diretor da SNA salientou que, na cadeia de fornecimento internacional, compradores dos mais diversos segmentos do agro brasileiro questionaram, de imediato, a capacidade de manutenção dos fluxos de fornecimento por parte dos produtores brasileiros.


CREDIBILIDADE

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“Nas operações de compra e venda internacional, a confiança é elemento fundamental no negócio. Nas aquisições de gêneros alimentícios, a questão é ainda mais sensível, por embutir riscos associados à segurança alimentar ”, lembra Fortes.


No entanto, ele garante que a credibilidade do produtor brasileiro não chegou a ser posta de lado. “Isso abriria caminho para outros fornecedores se apropriarem dos canais de venda. O que pesa a favor do Brasil, para alguns produtos, são os volumes produzidos ”, afirma o economista.


“Para a soja, por exemplo, poucos teriam a capacidade de substituir integralmente o produto brasileiro nos canais logísticos internacionais ”.


Porém, o diretor da SNA reforça que “qualquer exportador experiente sabe que tão importante quanto abrir mercados é mantê-los. Para isso, critérios como preço, qualidade e confiabilidade na entrega são fundamentais no relacionamento com os importadores ”.


Pesquisas realizadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), indicam que as vendas externas do agro brasileiro continuaram a se expandir, mesmo diante de um cenário turbulento nas relações internacionais no início do ano.


AJUSTES


No mercado de frangos, em razão da greve dos caminhoneiros, o setor experimentou o abate de milhões de pintos e matrizes já prontas para o corte, por falta de ração.


Fortes acredita que esse mercado viverá um período de ajustes na oferta do frango adulto pronto para o abate, o que poderá pressionar os preços para cima, bem como a consequente competitividade do produto.


“Como milhares de ovos fecundados também foram descartados, para não tornar ainda maior a demanda pela ração, então escassa, a questão a se pensar, agora, é o tempo necessário para a reposição do estoque de animais vivos ”, destaca o economista.


Para ele, a estimativa de tempo feita pelos produtores, entre um e dois meses, “acende um alerta quanto ao preço de uma proteína animal que costuma tradicionalmente ser mais barata ”.


BEM-ESTAR ANIMAL


Nesse contexto, outro fator que, segundo Fortes, pode significar risco em se tratando de vendas externas são as normas de bem-estar animal.


O capítulo 7.3 do Código Sanitário de Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) determina que “o tempo que os animais passam viajando deverá ser o mais curto possível ”.


Já o capítulo 7.10 prevê que “os frangos não devem ser submetidos a um período excessivo de jejum antes do horário previsto para o abate ”. Neste caso, é preciso regularizar a dieta antes de abater o animal para o consumo humano.


“É mister considerar que o importador é exigente quanto à qualidade daquilo que consome ”, conclui Fortes.


fonte: SNA.AGR


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