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‘Supergoiabas’ de Santa Teresa fazem sucesso

Produtores da região desenvolveram uma variedade da fruta que tem mais polpa, é mais resistente e pode chegar a pesar um quilo

por Redação Conexão Safra

em 06/09/2017 às 0h00

5 min de leitura

PorElan Costa

Após 20 anos de pesquisas, o casal José e Isabel Corti, de Santa Teresa, região Serrana do Estado, conseguiu desenvolver uma supergoiaba, a Cortibel, que pode chegar a um quilo e é rica em vitaminas. A pesquisa foi realizada em parceria com a Frucafé, empresa produtora de frutas e plantas de Linhares, no norte capixaba.

A variedade da fruta está catalogada desde 2015 no Registro Nacional de Cultivares, do Ministério da Agricultura. A empresa Frucafé, que participou de todo o processo, possui contrato de exclusividade no material genético com o casal de produtores.

De acordo com José Corti, a alta produtividade e a resistência às pragas são umas das principais características do produto, além de ter sua produção programada. Após a goiabeira ser podada, os brotos começam a nascer num período de 20 dias.

Após colhido, o fruto é bastante resistente a exposições tanto no mercado interno quanto externo, bem como na mesa do consumidor, e varia na cor da polpa, entre branca e avermelhada, na textura e até mesmo no tamanho, podendo chegar a 500 gramas, e em alguns casos podem ultrapassar 800 gramas- alguns frutos chegaram a pesar 1,1 quilo.

“Assim como eu, muitos produtores que aderiram a este novo produto já se surpreenderam em todos os aspectos, pois ela tem mais polpa do que a convencional, tem mais durabilidade e uma colheita também programada. Se eu podar hoje, em vinte dias já saem os primeiros botões. É realmente surpreendente ”, contou.

O primeiro plantio da “supergoiaba ” começou ainda em 1991, em Valão de São Pedro, município de Santa Teresa, quando o casal de agricultores trouxe de São Paulo cerca de 30 mudas da espécie australiana para realizar o cruzamento com goiabas brasileiras, resultando na Cortibel.

Contudo, com os resultados foram feitas mudas clonais escolhendo a mais lisa, mais avermelhada e mais saborosa para se chegar ao resultado final, sendo conhecida atualmente por ser crocante e aperitiva.

“Nosso intuito sempre foi o de lançar no mercado uma goiaba mais resistente às pragas e que suporte da melhor forma o transporte. Depois de anos de estudos, nós conseguimos chegar neste brilhante resultado, pois trouxemos para o mercado um produto fino e com boa aceitação, o que me deixa muito feliz. ”

VARIEDADE É RICA EM VITAMINAS

Rica em vitaminas A, B1, C, cálcio, fósforo, ferro e fibras solúveis, a goiaba Cortibel também ajuda a combater infecções e hemorragias, além de fortificar os ossos, dentes e auxiliar na cicatrização de ferimentos. A fruta pode ser consumida in natura e também utilizada em receitas como de sucos e doces.

A ALTA PRODUTIVIDADE E A RESISTÊNCIA ÀS PRAGAS SÃO UMAS DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO

Um único pé de Cortibel, cujo fruto chega a medir 12 centímetros de altura, pode gerar de 120 a 150 quilos por planta na fase adulta.

“Quando fizemos os estudos e pesquisas já pensamos num resultado como este, porém quando fiz a colheita foi extremamente surpreendente. Em Vargem Alta, outro produtor também chegou a colher goiabas de 1,1 quilo ”, informou.

O nome da fruta é uma homenagem à família do Seu José, que por sua vez foi a primeira a cultivar as goiabeiras Cortibel no Brasil. Portanto, uma junção do sobrenome Corti com a última sílaba do nome da matriarca da família, Isabel.

Atualmente a propriedade de José conta com 1.200 pés de goiaba e uma produção de cerca de 120 a 180 quilos por pé em média, o que significa cerca de 144 toneladas ao ano. “A variedade Cortibel é voltada especialmente para o mercado interno, podendo ser bem aceito no mercado externo pela ótima resistência ao tempo e ao transporte, ela não amolece fácil ”, afirmo.

O fruticultor complementou que novas exportações estão previstas para os próximos seis meses. “Já chegamos a exportar para o Canadá anos atrás, como não tínhamos produção suficiente para atender o mercado externo, decidimos encerrar o contrato, porém estamos agora abrindo novos caminhos para a exportação. ”

*(Matéria originalmente publicada no jornal A Tribuna)

MAIS DE 20 MIL PÉS NO BRASIL

&bull, Após colhida, a nova espécie de goiaba dura em torno de dez a 20 dias na fruteira do consumidor, podendo chegar a 30 dias, o que torna o produto ideal para exportação.

&bull, Produtores estão migrando para este novo produto, somando mais de 200 mil pés já plantados em todo o Brasil.

&bull, O fruto é mais resistente às doenças do que os mais convencionais. Algumas pragas comuns em plantações de goiabas não conseguem prejudicar a espécie Cortibel

&bull, As mudas começam a produzir com uma média de oito meses de idade, o que a deixa com uma produtividade precoce.

&bull, Cada goiaba tem sua própria característica, em textura, cor da polpa e tamanho, podendo chegar de 300 a 500 gramas ou até mesmo ultrapassar de 800g dependendo da idade da planta e forma de cultivo.

&bull, Produtores que aderem às novas cultivares recebem uma cartilha explicando passo a passo a forma de plantio.

&bull, No Espirito Santo a produção gira em torno de 30 mil pés de Goiaba Paluma e 75 mil pés de Goiaba Cortibel, totalizando cerca de 350 hectares de goiaba plantada.

&bull, Atualmente Afonso Cláudio e São Roque do Canaã são os maiores produtores.

&bull, No Brasil soma-se 200 mil pés de Cortibel, em cerca de 400 hectares.

&bull, A Cortibel está plantada principalmente em MG, GO e SP. Os plantios se expandem para PE, PA, AM, PR e RN (*Fonte: Frucafé)

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