Saiba como reconhecer anúncios falsos de venda de propriedades rurais
Publicações falsas de oferta de fazendas desejadas decepcionam compradores
por Assessoria de Imprensa
em 30/08/2024 às 5h00
4 min de leitura
Uma prática comum no setor imobiliário rural é a publicação dos chamados anúncios bois de piranha. Eles levam este nome porque são falsos, publicados apenas com o intuito de atrair clientes para a imobiliária. Quando o interessado diz que deseja aquela propriedade, é informado de que ela já foi comercializada ou que sua venda está em vias de ser concluída. Diante da decepção do comprador, o corretor aproveita para mostrar outras oportunidades, estas sim verdadeiras.
Para alertar os compradores, o Chaozão, plataforma especializada em anúncios de propriedades rurais, fez uma lista das fazendas mais famosas, que estão sempre à venda, mas seus proprietários nem sonham em se desfazer do bem. Dentre as cinco mais citadas, três se encontram no Mato Grosso (Roncador, Rio Preto e AB) e duas em Goiás (Nova Piratininga e Santa Úrsula). “São fazendas com milhares de hectares, lindas e que enchem os olhos dos compradores que ficam frustrados ao saberem que não estavam mais à venda. Mas a verdade é que nunca estiveram”, afirma Georgia Oliveira, CEO do Chaozão.
A Fazenda Roncador, localizada em Querência (MT), conta com 152 mil hectares e é considerada a maior do Brasil. Ela costuma ser anunciada com preços entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões e é a mais visada pelos espertalhões. Já a Nova Piratininga, situada em São Miguel do Araguaia (GO), tem 135 mil hectares e é anunciada de R$ 6 bilhões a R$ 20 bilhões. Com 124 mil hectares, a Rio Preto, de Confresa/Vila Rica (MT) fica entre R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões. Menores, mas não menos visadas, estão a Fazenda AB, de propriedade de Amado Batista e a Santa Úrsula. A primeira fica em Cocalinho – MT, com 29 mil hectares e anúncios que vão de R$ 350 milhões a R$ 600 milhões. A segunda, situada em Paraúna, Goiás, tem 13 mil hectares e valores fictícios de R$ 420 milhões a 700 milhões.
“Muitos corretores desinformados obtêm informações pelo WhatsApp, sem conhecimento de campo e sem verificar se a propriedade está realmente à venda. Sem autorização e baseando-se em informações falsas, acabam fazendo anúncios extravagantes e grandiosos, que não refletem a realidade do mercado”, conta Guilherme Veiga Jardim, sócio da Mil Fazendas, a maior imobiliária do setor rural do país e parceira da plataforma Chaozão..
A prática não chega a ser um crime de estelionato porque a fazenda, chácara ou sítio em questão não é vendida, mas apenas usada como chamariz. Aproveita-se o momento em que o cliente está psicologicamente vulnerável, com a guarda baixa e disposto a receber informações de outras “oportunidades”, possivelmente tão boas quanto a que ele se interessou. O problema neste caso é a estratégia de vendas nada ética por parte dos corretores tanto em relação ao interessado em comprar quanto em relação aos proprietários que não sabem do ocorrido a não ser que haja denúncia.
“É uma prática bem comum, porém muito negativa hoje no mercado imobiliário. Esses profissionais sabem que a propriedade não está à venda, porém mantêm esses anúncios porque geram uma significativa quantidade de leads (clientes interessados), devido a seu poder de atratividade por ser uma propriedade anunciada abaixo do valor de mercado, ou pelo fato dela ser bastante conhecida e desejada” explica Georgia.
Mais Conexão Safra
Existe também a figura do corretor de imóveis inexperiente. Segundo Georgia, ele é conhecido como “calça branca”, por ser novato e costuma participar de infindáveis e ineficientes grupos de corretores no WhatsApp ou outras redes sociais. Ali, eles colhem informações truncadas e inverídicas e anunciam por tabela.
“Tais profissionais, não conhecem essas propriedades, mesmo assim, as anunciam, e se porventura, iniciam uma tratativa com um possível interessado, precisam envolver o inescrupuloso originador do negócio (famosa corda de caranguejo), que no frigir dos ovos, vai adotar o discurso de que “a propriedade não está mais a venda, mas vamos oferecer outra” ou seja, no fim, dá no mesmo”.
Existem inúmeros casos em que os proprietários, ao serem informados que suas propriedades estão anunciadas sem autorização, acionam os devidos profissionais e os denunciam aos órgãos competentes, como CRECI´s regionais, e até mesmos nos meios de comunicação que usaram para fazer tal divulgação, como redes sociais e portais de anúncios. O que acarreta até em ações judiciais.
Para evitar problemas como esse, a plataforma Chaozão assumiu o compromisso de combater veemente tal prática. “Cada vez que identificarmos que uma propriedade dessas foi anunciada em nossa base, excluímos o anúncio imediatamente. Além do que, o anunciante será devidamente advertido que tal prática não será aceita. Temos uma política de qualidade bem rigorosa, bem como profissionais capacitados para fazerem essas verificações”, garante.
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