Redução de 1% nos juros do Plano Safra pode resultar em taxas maiores do que as praticadas pelo mercado
Segundo o jornal Valor Econômico, no novo pacote de crédito (que deverá ser lançado dia 5 de junho) o governo decidiu garantir juros mais baixos, de até 6,5% ao ano, e um volume total de recursos a juros controlados da ordem de R$ 184 bilhões, mesmo patamar colocado à disposição dos agricultores e pecuaristas do país na atual temporada (R$ 183,9 bilhões), que terminará em 30 de junho.
por Redação Conexão Safra
em 30/05/2017 às 0h00
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Na última semana, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, divulgou algumas informações a respeito do novo Plano Safra. Entre essas informações, havia a de que os juros oficiais poderiam ter um recuo em torno de 1% em relação à safra anterior.
De acordo com Adeniro Vian, diretor da IBD Agro, essas primeiras divulgações por parte de Maggi já sinalizam para o produtor que não vai haver uma redução como era esperada no passado. Este 1% que está sendo sinalizado é o valor máximo que o governo está chegando para equilibrar a redução dos gastos definido em PEC.
Quando o Governo baixa cada ponto percentual, tem que subir um ponto em outra medida. Este fator não tem nenhuma relação com o cenário político atual. Essa taxa de juros vem sendo discutida antes mesmo da divulgação das delações da JBS. Já era dito que o governo haveria problemas nesta safra para se enquadrar dentro da PEC dos Gastos, segundo Vian.
O dólar, na visão de Vian, está dentro de um “”patamar suportável”” e dentro de uma previsibilidade dado o presente momento. Entretanto, se este cenário de queda dos juros também permanece e continua caindo nos próximos meses, o Brasil corre o risco de ter um juros subsidiado mais caro do que o juros real e, como aponta o diretor, isso está muito próximo de acontecer.
Na prática, isso irá dizer para o mercado que a política agrícola que era, basicamente, alicerçada no crédito, teve uma mudança de patamar, com taxas de juros sendo cobradas acima da Selic.
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Hoje, se pratica uma taxa de juros de 9,5% para o grande produtor que pode chegar até 17,5% ao ano com outros recursos obtidos pelo produtor juntamente aos bancos, o que já está acima da Selic. Diminuindo 1% dessa taxa, o cenário não muda – assim, não há vantagens do crédito rural em relação ao crédito comercial.
Com isso, os produtores não devem ter vantagens com essa negociação. O ideal seria que o Governo assumisse um compromisso de essa taxa se equiparar à taxa Selic para, posteriormente, tomar uma nova decisão.
Vian acredita que os produtores devem fazer contas para saber como se posicionar em relação à divulgação do Plano Safra e não “”esticar as pernas”” além do que estão precisando neste momento.
Fonte: Notícias Agrícolas
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