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Programa de Qualidade de Leite é destaque na Colagua

Os resultados chegam quando o cooperado...

por Redação Conexão Safra

em 07/07/2015 às 0h00

6 min de leitura

“Os resultados chegam quando o cooperado consegue seguir as metas estabelecidas , recebendo a visita técnica e fazendo os próximos planos ”

Presidente da Colagua destaca a importância do “Mais Leite ” para o crescimento da cooperativa

José Antônio Oliveira investiu no plantio de capim

O cooperado Vander Cláudio aumentou o estoque de silagem


Ver o gado saudável, o pasto separado em piquetes e um bom rendimento no final do mês. Essa é a proposta do projeto “Mais Leite ” que começou a ser implantado junto a cooperados da Colagua. A parceria entre cooperativa, Sebrae e Coopetec vem dando certo, atendendo cerca de 60 cooperados, e a expectativa é de crescimento neste ano. O “Mais Leite ” tem se tornado referência em todo o Espírito Santo, porque vem mudando realidade. Os participantes conseguiram aumentar a produção de leite, muitas vezes, com um número menor de animais, tudo seguindo à risca o acompanhamento dos consultores técnicos. O crescimento de produção de leite dos cooperados participantes, já chega a 10%.

“Esse é um desafio para evoluirmos. Estamos falando de uma gestão democrática, tirando do papel e colocando em prática. É a qualificação, o interesse de ver a comunidade crescendo e arrastando todo o interesse de uma região. A Colagua precisa de um volume maior de
leite, mas o agricultor também precisa ficar no campo. O que se produz hoje é capaz de manter o homem no campo? Queremos trabalhar para reverter esse quadro. Esse trabalho é o esforço de vários parceiros e faz parte da recuperação da Colagua ”, destaca o Presidente da
Colagua, Burthon Moreira que sempre foi o incentivador desse projeto.

De acordo com Francisco Assis Ribeiro, diretor técnico da Coopetec, o que garante o sucesso do “Mais Leite ” é o acompanhamento no campo por técnicos, como também a prática pelo cooperado. “Aos que têm seguido e realizado as orientações técnicas deixadas pelos consultores do Sebrae, já começaram a sentir as vantagens de participar desse projeto. As ações tomadas são diversas tais como pesagem de leite, divisão de lotes para fornecimento de concentrado, divisão das pastagens em piquetes com a finalidade de melhorar o manejo do rebanho e a qualidade do alimento, acompanhamento reprodutivo do gado com a finalidade de conhecer a situação atual e propor melhorias para aumentar o número de animais em lactação nas propriedades, implantar gerenciamento de custos e produção de leite, para entender quanto custa produzir um litro de leite. Enfim, uma propriedade assistida a partir do momento em que se iniciam os trabalhos, mesmo que não ocorra imediatamente o aumento de produção, é inevitável não obter um ganho positivo, em um desses itens relacionados acima ”, conta Assis.

Outro destaque é a preocupação com o manejo adequado na propriedade. Um reflexo claro é a mudança da reserva de alimentação do rebanho, ações que já provam a funcionalidade do programa. A informação tem sido um diferencial, associada a um acompanhamento sistêmico de técnicos às propriedades, mas principalmente o a crença do agricultor ao negócio e a disposição para se adaptar às mudanças solicitadas.

Para o coordenador estadual do programa e analista do Sebrae, Thiago Martins Costa, com a entressafra chegando, as preocupações são muitas, principalmente na atual situação do país, mas a inclusão no projeto deixa o agricultor mais seguro. Como em todo negócio é preciso sempre estar se atualizando. “Os produtores participantes têm condições de tomar as melhores decisões, e assim, diminuir o risco existente no empreendimento. Quando analisamos a série histórica, por exemplo, dos últimos 15 anos, é nítida a sazonalidade que o

mercado do leite passa. Há períodos em que atividade leiteira apresenta ganhos financeiros, outros que os custos e o preço pago do leite deixam qualquer um desanimado. Na verdade, nos últimos anos, essa realidade é notada com mais evidência em quase todos os segmentos
da economia brasileira, principalmente agora, com esses aumentos que estamos passando, um período de cautela. E para quem está no projeto, esse impacto tende a ser menor. Como é um setor de altos e baixos, temos que estar preparados a todo o momento, principalmente
para quando a oportunidade passar. Esse é o diferencial do projeto junto à Colagua ”, acrescenta o coordenador.

Produtores estão aprendendo a ter reserva

O cooperado José Antônio Oliveira, mora na localidade de Pratinha da Fumaça, em Ibitirama. Ele é considerado um pequeno pecuarista. Por dia, costuma tirar 60 litros de leite, mas no verão, sem água, viu a produção despencar para 30 litros. A nascente da propriedade quase secou, ficou sem força até para abastecer as residências da Associação Agrícola Bela Vista, onde vive. O agricultor gastou cerca de R$ 2 mil para abertura de um poço artesiano. Para o inverno, ele já está fazendo algumas ações.

“Não terei condições de fazer a silagem, por falta de recursos. Com essa crise também estou temeroso em fazer algum financiamento. Consegui plantar o milho e também o capim, outra ação que tive que fazer, foi separar 50% do gado solteiro no pasto. Na propriedade, estão com
apenas 13 adultos e seis bezerros. A vaca é nobre, precisa de uma comida nobre. Espero que esse alimento dê para o inverno. Estou aprendendo com o projeto a ter reserva e planejar ”, afirma José Antônio.

Perto dali, na localidade de Pratinha de Santa Luzia, em Guaçuí, Vander Cláudio Cassiano, relata que a nascente quase secou no verão. Tinha dias que ela secava por completo. Não abriu poço, mas buscou água na propriedade do vizinho. O susto, o fez mudar a maneira de reter a água na propriedade, vai plantar mudas em torno da nascente, caixas secas também estão sendo feitas com a orientação do projeto “Mais Leite ”. A ideia é não deixar a água ir embora, e sim ficar na propriedade.

“Já fiz 50 toneladas de silagem, plantei milho e dobrei a reserva de comida do gado, em relação ao ano passado. Antes, só fazia reserva de capineira e vi que precisava mudar. O pasto está sendo adubado, além da silagem, tenho reserva também de pasto. Toda essa preocupação é para manter a produção, que também sofreu queda no verão. Por dia, normalmente a propriedade produz 160 litros, mas chegou a tirar 100 litros dia. Se antes eu não tinha problema com seca, agora precisamos nos preparar ”, destacou Vander.

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