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Plantio de flores desponta como alternativa de renda para produtores do sul e Caparaó

Uma associação foi criada com produtores de Cachoeiro, Guaçuí, Alegre, Muqui, Ibitirama, Divino de São Lourenço e Muniz Freire. Objetivo é aumentar a área de plantio e vender fora da região

por Redação Conexão Safra

em 04/05/2017 às 0h00

4 min de leitura

O cultivo de flores no Sul do Estado e Caparaó se tornou mais uma alternativa para geração de emprego e renda para produtores rurais, principalmente os agricultores familiares da região. De olho nessa nova possibilidade de mercado, produtores da região se uniram e resolveram, com o auxílio do Incaper, criar a Associação dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais (Sulcaflor).

Oficializada há quatro meses, a Associação conta com vinte e quatro produtores de Cachoeiro de Itapemirim, Guaçuí, Alegre, Muqui, Ibitirama, Divino de São Lourenço e Muniz Freire.

Segundo a engenheira agrônoma do Incaper, Márcia Varela, a Sulcaflor está em fase inicial do projeto, com desenvolvimento de atividades em grupo, cursos de formação e visitas técnicas. “A ideia é dar condições para comercialização conjunta no futuro. Para vender para fora será necessário aperfeiçoar a qualidade e quantidade das flores, então é isso que está sendo feito neste primeiro momento ”, explica. Márcia diz que o período de qualificação dos produtores deve durar um ano.

Uma vez por mês os associados se encontram em uma das propriedades para troca de conhecimento e orientações de especialistas da área. “A associação está trabalhando com a expectativa de melhoria de comércio. Para ser produzido no mesmo padrão, então buscar um mercado com maior número de vendas, que atenda a produção de todos os proprietários ”, explicou o vice-presidente da Sulcaflor, Clemilson César Barbosa.

As principais plantas cultivadas são antúrio, copo de leite, folhagens e flores tropicais como heliconias, bastão do imperador e sorvetão.

Mas já tem produtores optando pela diversificação, com o cultivo de orquídeas, rosas e até mesmo espécies modificadas como a Sunpatiens, uma derivação da Impatiens, mais conhecida por aqui como “maria-sem-vergonha ” ou beijinho.

Marcos Emílio Figueiredo Louzada é presidente da Sulcaflor e pioneiro na produção e comercialização de Supatiens no Sul do Espírito Santo. Ele fechou parceria com um laboratório de São Paulo especializado em modificação genética e atualmente é o único produtor desta espécie na região. “Iniciei o trabalho com a Supatiens este ano. Esta planta é o antigo Beijinho porém, modificada para suportar mais o Sol. As flores produzidas no meu sítio eu abasteço pontos de venda, como nas floriculturas. Em um espaço de três alqueires de terra, Marcos também produz Antúrio, Copo de Leite e plantas ornamentais.

Outra inovação desenvolvida pelo presidente da Sulcaflor é o aluguel de plantas ornamentais para eventos. “Alugo plantas para decorar eventos como casamentos e formaturas. O valor do aluguel é baseado na quantidade de vasos ”, conta. O valor do aluguel varia de R$ 40 a R$ 50 por vaso.

Um hobbie que virou negócio

Na propriedade de Clemilson César Barbosa, em Guaçuí, a produção principal é o morango orgânico. Mas a admiração pelas orquídeas fez com que ele transformasse o que era um hobby, em um negócio que vem dando certo.

Há mais de trinta anos Clemilson começou a colecionar orquídeas e há oito, passou a comercializar as plantas. Hoje, ele tem mais de duzentas espécies distintas para oferecer a seus clientes. O preço varia, dependendo da variedade e tamanho da muda. “O plantio de algumas espécies leva de três a nove anos desde a muda até a flor ”, esclarece. Além das orquídeas,antúrio, bastão do imperador e algumas espécies tropicais também estão sendo produzidas por Clemilson e sua família. As flores são comercializadas por meio de venda direta, no comércio local e na Feira Agroecológica do município.

Arranjos por assinatura

Buscando inovar no mercado, produtoras de Guaçuí e Muqui, associadas à Sulcaflor encontraram uma forma diferente de comercializar a produção. Elas criaram um plano de arranjos florais por assinatura.

O cliente tem a opção de escolher o pacote, que pode ser semanal ou quinzenal e recebe os arranjos em casa ou no trabalho. “Faço vários arranjos, levo até a casa do cliente e ele escolhe o que mais gostou ”, diz Elaine Vargas, produtora de Guaçuí. Com a nova modalidade de venda, a associada conquistou mais de quarenta clientes fixos. “Meu maior público são donas de casa que gostam de manter a casa decorada ”, conta.

Ela acredita que a comodidade e o preço atrativo são fatores que despertaram o interesse dos clientes. Para reduzir os custos e aumentar a qualidade das flores, Elaine utiliza apenas adubo natural no plantio.

Os contratos dos arranjos por assinatura podem ser firmados na Feira Municipal, onde as produtoras também vendem flores.

Uma vez por mês os associados se encontram em uma das propriedades para trocarem conhecimento e receber orientações de especialistas na área de floricultura

Foto capa: Bruno Faustino

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