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A Proteste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, divulgou um estudo revelando altos teores alcoólicos em algumas marcas populares de pão de forma. Esse achado é preocupante para a saúde, especialmente de grávidas e bebês. Se houvesse uma legislação específica para alimentos alcoólicos, seis dos dez produtos analisados seriam considerados alcoólicos.
O estudo analisou dez marcas de pão de forma, incluindo Visconti, Bauducco, Wickbold e outras. Apenas quatro marcas apresentaram teores de etanol abaixo de 0,5%, o limite para não serem classificadas como alcoólicas. Um lote da Visconti, por exemplo, apresentou 3,37% de teor alcoólico, enquanto a Bauducco registrou 1,17%.
Como foi o estudo?
As marcas citadas afirmaram seguir a legislação brasileira e realizar processos rigorosos de qualidade. A Proteste dividiu a análise em duas partes, examinando diversos lotes de cada marca para garantir a precisão dos resultados.
Houve variação nos teores alcoólicos entre lotes da mesma marca. Pães da Bauducco, por exemplo, variaram de 1,17% a 0,66%. A variação é atribuída ao processo de armazenamento e validade dos produtos. A Proteste considerou o maior valor registrado para cada marca ao compilar os resultados.
Henrique Lian, diretor-executivo da Proteste, explicou que a fermentação e os conservantes são responsáveis pelo álcool nos pães. Ele destacou que, em níveis tão baixos, o álcool deveria evaporar durante o processo de fabricação.
A quantidade de álcool no pão de forma pode dar problema no bafômetro?
A Proteste também avaliou, com base nos dados e resultados laboratoriais, a possibilidade de motoristas serem acusados de embriaguez no teste de bafômetro ao consumir esses pães. De acordo com as comparações da análise, ao ingerir duas fatias de pães com maior teor alcoólico, como os da Visconti e Bauducco, os motoristas poderiam testar positivo no aparelho, considerando os limites estabelecidos pelo Detran.
De acordo com Rafael Moura, consultor técnico da Proteste, é muito importante comparar o teor alcoólico dos pães com bebidas para informar os consumidores. Ademais, ele afirmou que ninguém espera consumir mais de 0,5% de álcool ao comer pão, o que justifica a necessidade de regulamentação.
Além disso, a Proteste pretende enviar os resultados do estudo ao Ministério da Agricultura e à Anvisa, sugerindo a criação de limites para o teor alcoólico em pães de forma. Porém, as empresas envolvidas como Bauducco, Visconti, Wickbold e Panco, defenderam seus processos de fabricação, alegando seguir todas as normas e regulamentos vigentes. As informações são do Folha de São Paulo.




