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Os municípios da Região Serrana do Estado se uniram na busca de solução para conter a superpopulação de capivaras.

por Redação Conexão Safra

em 11/02/2015 às 0h00

3 min de leitura

Os municípios da Região Serrana do Estado se uniram na busca de solução para conter a superpopulação de capivaras.

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Os municípios da Região Serrana do Estado se uniram na busca de solução para conter a superpopulação de capivaras. Os agricultores estão preocupados com o ataque dos animais, que destroem plantações e se reproduzem com velocidade. Ainda não é possível avaliar a causa desse fenômeno.

Em encontro recente, representantes de Marechal Floriano, Domingos Martins, Vargem Alta, Anchieta, Iconha, Guarapari, Alfredo Chaves, Venda Nova e Jerônimo Monteiro discutiram, juntamente com o Incaper e o Idaf, ações para proteger os cultivos sem a necessidade de exterminar as capivaras.

Cada município se responsabilizou em produzir um relatório, cujos dados vão servir para um estudo junto a institutos estaduais de pesquisa e universidades.

As principais culturas atingidas são: milho, mandioca, banana, palmito, feijão, bambu, além das hortaliças. Quando não consomem os legumes e frutas, os animais quebram os galhos das plantas, deixando o seu rastro nas lavouras.

O agricultor Cristiano Delpuppo, de Marechal, diz que não consegue cultivar mais nada na sua propriedade. “Eu plantava banana da terra. À medida que começaram a crescer, as capivaras foram comendo tudo. Eu gostaria muito de uma solução, pois estamos deixando de produzir e as terras estão paradas. ”

O agricultor Reginaldo Caliman, de Venda Nova, pelo mesmo motivo, há 12 anos não consegue plantar em uma área de 16 hectares. “Uma vez por ano passo a niveladora para ficar só o capim no terreno na esperança de trabalhar nele novamente, porque se deixar virar capoeira, a área passa a ser considerada mata ciliar e não posso fazer mais nada por causa da legislação ambiental. O governo tem que resolver isso. ”

De acordo com o engenheiro agrônomo Woelpher Barbara, a capivara é nativa da região amazônica, e não do Espírito Santo. Elas são os maiores roedores do mundo e preferem viver em áreas alagadas. Os principais predadores são o jacaré e a onça.

“Já tivemos muitos mamíferos da espécie em Linhares, Norte do Estado. Os animais foram trazidos para a Região Serrana para a produção de carne, consumida clandestinamente. Alguns fugiram e se multiplicaram, o que explicaria a ocorrência das capivaras aqui ”, informou o agrônomo.

Além da destruição das lavouras, existe a preocupação com o carrapato, que transmite a febre maculosa, doença que pode levar à morte. “”Onde tem capivara tem muito carrapato também. Por enquanto é um problema sem solução e pode cada vez se agravar mais””, disse o secretário de Agricultura de Alfredo Chaves, Antônio Petri.

Como o dano gerado pela superpopulação de capivaras é de ordem agrícola, o Incaper e o Idaf deverão elaborar um estudo detalhado para a avaliação da ocorrência e propor medidas de controle necessárias.

De acordo com o veterinário responsável pelo Núcleo de Fauna do Ibama/ES, Gustavo Castro Athayde, ao final do levantamento, caso seja necessário o manejo direto dos animais, o Ibama/ES é quem deverá analisar o problema.

Quanto aos possíveis fatores que explicam o aumento dessa ocorrência, conforme Gustavo, não há como determinar antes de serem realizados os estudos técnicos. “Na maioria dos casos a origem do problema está no desrespeito às leis ambientais. Cabe à sociedade conservar as áreas de proteção ambiental, limitando o acesso de animais silvestres às áreas urbanas. ”





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