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Felipe Masid

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O agronegócio Fluminense em crescimento

por Felipe Masid

em 18/11/2023 às 18h33

5 min de leitura

O agronegócio Fluminense em crescimento

Agronegócio ou Agribusiness, abrange todas as atividades econômicas que se relacionam com a produção e comercialização de produtos agrícolas, constituindo um mercado amplo e bastante presente no dia a dia das pessoas, que atinge diversos segmentos de mercado. Para melhor visualização pode-se fazer uma classificação em quatro ramos de atividades, que pode ser aplicado tanto para o segmento Agrícola quanto para o segmento da Pecuária: i) insumos; ii) setor primário, de produção; iii) agroindústria de processamento; e iv) agrosserviços, que envolvem os setores transporte, comércio e demais serviços relacionados ao setor.

O agronegócio tem diversas características e desdobramentos em sua atuação, possuindo uma cadeia produtiva abrangente e extensa, abarcando diversos tipos de produtos e movimentando vários perfis de empresas. Como exemplo, o ramo de defensivos agrícolas, na produção de adubos e isolantes de pragas; fabricantes de equipamentos e implementos agrícolas; produção de rações; desenvolvedores de sementes; frigoríficos; fabricantes de sucos; indústrias de laticíneos; celulose; medicamentos; maquinários; tecnologia; distribuidores; exportadores, etc. Abrange toda a jornada que um produto percorre, desde sua concepção até a chegada ao consumidor final, in natura ou industrializado.

Para termos uma base de análise das oportunidades no setor de Agronegócios Fluminense, podemos avaliar PIB do agronegócio do Rio de Janeiro de 2017 a 2020, com base no estudo desenvolvido pelo Cepea com apoio financeiro da Faerj, do Senar-RJ e do Sebrae-RJ. No período da análise, o PIB do agronegócio do estado passou de R$ 27,9 para R$ 32,5 bilhões, um aumento nominal de 16,8%, gradual ao longo do período.

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O avanço mais expressivo foi registrado no campo, ou seja, no segmento primário do agronegócio, que cresceu 28,4%. Os PIBs registrados para os demais segmentos tiveram crescimentos nominais similares: 14% para os insumos, 14,4% para a agroindústria e 16,1% para os agrosserviços. Logo, a agropecuária aumentou sua participação no agronegócio, de 11% para 13%, mas o setor manteve a sua caraterística marcante, de ter um perfil industrial e de serviços.

O Rio de Janeiro é o segundo maior mercado consumidor do Brasil, e tem um total de 110,5 mil hectares de sua área plantada, sendo assim, apenas 9,5% do território fluminense que está ocupado por estabelecimentos com a atividade agrícola. Além do mercado interno, ainda há poucas empresas ligadas ao agronegócio do Estado com capacitação para adequação de produtos visando o comércio exterior, que é um mercado de muitas possibilidades e muito maior que nosso mercado interno, capaz de absorver produtos inovadores existentes aqui, que ainda são desconhecidos no exterior. Em 2021, as exportações do agronegócio, considerando a agropecuária e a agroindústria fluminense, totalizaram US$ 237,4 milhões, correspondendo a 0,2% do total do país. Entre 1997 e 2021, as vendas externas do agronegócio do Rio de Janeiro cresceram 37,9%.

Em relação ao mercado de trabalho, no terceiro trimestre de 2021, período mais recente disponível no Estudo base deste artigo, o mercado de trabalho da agropecuária e agroindústrias do Rio de Janeiro totalizou 292.858 pessoas ocupadas, sendo que 27,1% estavam na agropecuária e 72,9% na agroindústria. O agro corresponde a apenas 4,1% dos postos de trabalho fluminenses, sendo um mercado ainda em plena expansão.

Em uma análise geral, os números nos mostram que a atividades ligadas ao Agronegócio Fluminense estão em plena expansão e tem capacidade de absorver novas iniciativas e empreendedores em todas as áreas, principalmente nas áreas de tecnologia que necessitam de mão de obra qualificada. Apesar do movimento crescente de valorização do Agro Fluminense, o setor ainda necessita de capacitação de mão de obra em uma manobra para conter o êxodo rural.  Percebe-se novos postos de trabalho técnico, absorvendo profissionais qualificados ligados à Agronomia; Gestão de Agronegócios, visando uma melhor gestão das fazendas e recursos disponíveis, controle de custos; Tecnologia de Rastreamento, pois a rastreabilidade e o monitoramento da produção facilitam a análise de resultados e a tomada de decisões, o que hoje é uma exigência do consumidor e do estado para a garantia da qualidade do alimento; Veterinários com ênfase em melhoramento genético de rebanhos; etc.

Os empreendedores devem estar ligados aos processos de valorização da produção local, de cadeias produtivas curtas, os arranjos produtivos locais. A priorização de produtos diferenciados com valor agregado e investimentos em bioeconomia, compartilhamento e economia circular são conceitos que hoje garantem retorno financeiro. É indicado para qualquer negócio, verificar o nicho de mercado desejado para identificação de um produto ou serviço que seja relevante e com valor agregado, para não fazer mais do mesmo, identificar os seus potenciais clientes e seu nível de acesso à eles, um levantamento minuncioso dos custos totais envolvidos na operação, preferencialmente com auxílio de um profissional da área, assim como estudo de cases similares são importantes, pois as lições aprendidas pelo fracasso ou sucesso de outros empreendedores, são base para o melhoramento das técnicas e correção do caminho do seu projeto. Nem sempre o produto ou serviço que está disposto a investir, será aquele que trará melhor resultado de negócio.

Bibliografia: PIB do Agronegócio do Rio de Janeiro – FAERJ, SENAR, SEBRAE e CEPEA,– Publicado em 2022.

Felipe Marinho Masid, Especialista em Gestão de Agronegócios pela UFRRJ
Administrador de Empresas, Gestor de Projetos, Gestor Público – Diretor Geral de Administração e Finanças da SEPLAG. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão.

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