Novas alternativas para esterco e geração de bioenergia

Com o objetivo de conhecer novas possibilidades para geração de energia através do esterco, no dia 14/06, produtores de Postura Comercial de Santa Maria de Jetibá assistiram à palestra: Biogás Dejeto em energia &ndash, Realidade, Oportunidade e Viabilidade, ministrada pelo Engenheiro Ambiental Vitor Grigullda Eco Energia do Brasil. O evento aconteceu no auditório do Instituto Coopeavi e reuniu um total de 22 participantes.

A Eco Energia do Brasil, que possui matriz na Alemanha, traz como proposta a implantação de uma usina geradora de energia, a partir do dejeto das aves. Vitor Grigull, representante da empresa, afirma que diferente de um sistema de biodigestor, que necessita de uma área grande para sua utilização, a usina pode ser implantada num espaço mais reduzido.

Ele explica que a usina utiliza um sistema de tanques elevados, com membrana, totalmente automatizado, com controle de pressão, aquecedores internos, agitadores, além de uma bomba para retirada de resíduos que prevalecerem ao final do processo. Dentro dos benefícios que o sistema oferece, está a baixa emissão de metano na atmosfera, ou seja, diminuição de odor, o que hoje se tornou um gargalo no município de Santa Maria de Jetibá.

Vitor também falou sobre o potencial energético que esses dejetos possuem. “No Brasil existe uma variedade de dejetos com um poder energético enorme. Este sistema se torna muito positivo na Postura Comercial, principalmente porque no substrato sólido derivado das aves há muita matéria orgânica, item necessário para produção elevada do biogás. Uma outra vantagem está associada à segurança que o sistema oferece, principalmente em termos de pessoal. Não existe risco de explosão. A usina possui um agitador interno em seu interior, aquecimento controlado, o que permite uma maior homogeneidade em seu funcionamento. Para se ter ideia, uma única pessoa, trabalhando 4 horas por dia é suficiente para manter o sistema operando por até 24 horas ”, enfatiza.

De modo geral, o grande objetivo da usina é fazer com que o avicultor se torne um produtor de energia, podendo assim minimizar seus custos durante a sua produção. Um fato interessante é que não há necessidade de diluição do dejeto com água para que o mesmo possa fluir dentro do sistema. Ao final do processo, também se pode obter um fertilizante de alta qualidade, com ótimo valor comercial agregado.

Os produtores capixabas farão uma viagem a Europa ainda esse ano, para verificar o que existe de novidade na geração de bioenergia. Na ocasião, visitarão a sede da Eco Energia na Alemanha, onde poderão ver de perto o funcionamento da usina apresentada pelo Engenheiro Ambiental Vitor Grigull.

Para o Diretor Executivo da AVES, Nélio Hand, o assunto reforça o comprometimento do setor no que diz respeito a busca por alternativas que reduzam os impactos que a atividade possa vir a provocar no meio ambiente. “Recentemente participamos de uma audiência pública em Santa Maria de Jetibá, onde manifestamos a população os nossos esforços no sentido de levar soluções quanto ao tratamento de esterco. Isso mostra a preocupação dos produtores no sentido de oferecer um produto de qualidade, e que não agrida o meio ambiente através de seu processo produtivo ”, destaca.

Hand também relata que a AVES segue orientando seus associados, promovendo um trabalho conjunto com as entidades relacionadas ao setor, visando sempre o desenvolvimento sadio desta atividade. “Nos últimos anos os avicultores vêm participando de missões técnicas coordenadas pela AVES, onde estão conhecendo novas tecnologias que possam viabilizar o tratamento mais adequado possível do esterco, bem como trabalhar em médio prazo alternativas, como por exemplo a geração de bioenergia. Já percorremos instalações na Europa, Estados Unidos e China e neste ano retornaremos à Europa e iremos ao Oriente Médio com objetivo de ver estruturas que possam vir a ser uma opção para a produção local ”, finaliza.

Fonte: Coopeavivcvc