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Onde foi parar aquele calorão de 40°C no Centro-Oeste do Brasil? E aquele ar muito seco, com níveis de umidade no ar abaixo de 10% que estavam sendo observados no começo de outubro?
O calor acima dos 40°C continua ocorrendo no Brasil, mas está concentrado no interior do Nordeste e em Roraima, onde é bastante comum fazer um calor intenso nesta época do ano.
A última vez que o Estado de Mato Grosso do Sul registrou temperaturas em torno dos 40°C foi no dia 26 de outubro, com a marca de 40,4°C na região de Corumbá/Nhumirim. Em Mato Grosso, o último registro de temperatura acima dos 40°C foi de 41,6°C em Cuiabá, no dia 14 de outubro, conforme medição do Instituto Nacional de Meteorologia
Uma grande mudança na circulação de ventos e na pressão atmosférica no interior do Brasil começou a ocorrer na segunda quinzena de outubro, permitindo a formação de muitas áreas de chuva no Centro-Oeste, no Sudeste e também no norte do Brasil. O sistema de alta pressão atmosférica que causava o ar muito seco e inibia o crescimento das nuvens de chuva enfraqueceu e se afastou dessas regiões.
Muita gente estranha a chuva frequente e os temporais que estamos tendo neste mês de novembro em muitos estados brasileiros, mas esta condição é muito mais próxima da normalidade climática desta época do ano.
Novembro de 2023 x novembro de 2024
Há um ano o Brasil vivia um dos novembros mais extremos já registrados no país, não só por temperaturas extremamente elevadas, mas também por eventos de chuva excepcionais.
Em novembro de 2023 um forte é El Niño dominava o clima global, contribuindo para a ocorrência de fortes ondas de calor sobre o Brasil. A cidade de Araçuaí, no norte de Minas Gerais, registrou 44,8°C, a maior temperatura já registrada no Brasil em mais de 100 anos de medições meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia. A cidade de São Paulo registrou 37,7°C, a maior temperatura para um dia de novembro e a segunda mais alta já observada na capital paulista desde 1943.
Grandes volumes de chuva ocorreram sobre a Região Sul do Brasil. Choveu quase 600 mm em alguns locais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. No Paraná, algumas áreas acumularam quase 500 mm ao longo de novembro de 2023.
A chuva volumosa sobre a região de Porto Alegre fez com que a capital gaúcha tivesse uma das maiores enchentes já registradas. Novembro de 2023 foi o novembro mais chuvoso na capital gaúcha desde 1961.
Em novembro de 2024 não temos o El Niño e também não se pode dizer que o oceano Pacífico na costa do Peru está no modo La Niña, que é o resfriamento da água do mar nesta região oceânica. A temperatura da água do mar na costa peruana está um pouco abaixo do normal, e mesmo não havendo um La Niña configurado, este resfriamento interfere no padrão de chuva e temperatura na América do Sul nesta época do ano.
De modo geral, esta tendência de resfriamento ajuda a formar os corredores de umidade sobre o Brasil, que trazem o ar úmido da Região Norte para o Centro-Oeste e para o Sudeste.
A grande quantidade de nebulosidade e a chuva frequente no Sudeste, Centro-Oeste e também em áreas da Região Sul do país impede que o ar esquente excessivamente e as temperaturas alcancem valores extremos.
Por isso não temos observado o calor de 40°C nessas regiões nos últimos dias. Já no Nordeste, novembro é um mês de predomínio de tempo seco e muito quente no interior da região e calor com mais de 40°C é bastante comum em áreas do sertão e do interior dos estados como Maranhão, Piauí e Bahia.
Chuva continua em novembro de 2024
Pelo menos até o começo da segunda quinzena de novembro de 2024, o padrão de tempo úmido e chuva frequente será bastante comum na maior parte do Brasil. O corredor de umidade entre o Norte, o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil deve continuar organizado, alimentando as grandes áreas de chuva sobre essas regiões. Além disso, a passagem de frentes frias pela costa da região Sudeste também ajuda a manter essas áreas de chuva no interior do país.
Ao contrário do calorão e da seca, novembro de 2024 começou com muita chuva no Brasil.
Em apenas 7 dias, várias áreas de estados como o Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás acumularam pelo menos metade da média normal de chuva para todo o mês de novembro e, em alguns locais, o acumulado de chuva nos Sete primeiros dias do mês já superou a média.
Com a grande quantidade de nuvens e a chuva frequente, não há espaço para temperaturas extremas. Faz calor e o ar fica abafado em grande parte do país, mas as temperaturas acima dos 40°C devem continuar sendo observadas apenas em áreas do Nordeste ou de Roraima.




