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Interditado local que abatia cavalo para vender como carne bovina

Diligências estão em andamento e até o momento uma pessoa foi detida. A operação foi realizada pelas polícias Civil e Militar

por Assessoria de Imprensa

em 06/09/2022 às 16h06

4 min de leitura

Interditado local que abatia cavalo para vender como carne bovina

*Fotos: Divulgação/PC ES

Um total de 17 cavalos vivos que seriam abatidos para venda como carne bovina foram resgatados na manhã desta terça-feira (06), na região Serrana, durante a Operação “Dia de Caça”.

Com objetivo de combater a caça, o abate e a venda clandestina de animais, a operação foi deflagrada pela Delegacia de Polícia Civil de Alfredo Chaves, com o apoio da Delegacia Regional de Guarapari, do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).

No total, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão em Alfredo Chaves, Guarapari e Viana. O local para abate clandestino de animais foi localizado durante diligências realizadas na divisa desses três municípios.

“Estávamos investigando dois furtos de cavalos na região da zona rural de Alfredo Chaves. Durante as diligências, identificamos que eles foram furtados e encaminhados a um abate clandestino que fica numa região na divisa dos três municípios. No local, foram encontrados diversos cavalos e bois, mas os que procurávamos não foram localizados, pois, possivelmente, já foram abatidos”, contou o titular da Delegacia de Polícia de Alfredo Chaves, delegado Luis Carlos Pascoal.

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As investigações constataram que os proprietários furtavam cavalos, abatiam e vendiam como carne bovina. Além dos cavalos, foram encontrados diversos porcos, que eram alimentados com vísceras dos animais abatidos, além de partes como cabeça, costela, patas e coração de equinos.

Uma pessoa estava no local e foi encaminhada à Delegacia Regional de Guarapari, onde assinou um termo circunstanciado pelo crime de maus tratos de animais e foi liberado para responder processo em liberdade. Os animais ficaram aos cuidados da Prefeitura de Viana.

Já na região de Alfredo Chaves, sete homens foram detidos e encaminhados à delegacia da região. Com eles, foram encontrados revólveres, pistolas, vasta quantidade de munições e três coletes. As investigações apontaram que eles utilizavam do armamento para realizar caça de tatu, capivaras e outros animais.

“Realizamos essa primeira fase da operação e conseguimos identificar e deter os suspeitos. As investigações continuam, principalmente para o abatedouro clandestino, pois precisamos saber para onde a carne foi distribuída e quem as consumia. A população pode ajudar a Polícia Civil, por meio Disque-Denúncia, 181,” acrescentou o delegado Luis Carlos Pascoal.

Os detidos de Alfredo Chaves foram autuados em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo, sendo que seis pagaram a fiança e vão responder em liberdade. Já o suspeito que não pagou fiança, será encaminhado ao sistema prisional.

Abate clandestino

A equipe do Idaf identificou indícios de abate clandestino recente, como ossos de cavalos (alguns, inclusive, incinerados), restos de animais e utensílios utilizados (faca, ganchos e outros). “Além das condições higiênicas precárias do local onde o abate era realizado, o formato do crânio indicava que os animais eram mortos a machadada. Os porcos eram alimentados por vísceras, que, jogadas no chão, se misturavam às fezes e a outros resíduos. Os cavalos também estavam bastante magros, indicando condição inadequada de alimentação”, explicou a médica-veterinária e fiscal agropecuária do Idaf, Georgiana Galvão.

Ela explicou ainda que, embora o consumo de carne de equídeos não seja muito comum no Brasil, com a produção, em sua maioria, voltada para a exportação, o abate é permitido, desde que passe pelo processo de inspeção sanitária, e ocorra em estabelecimento devidamente registrado no Serviço de Inspeção Oficial, seja ele municipal, estadual ou federal. “O que precisa ficar claro é que o consumidor tem o direito de saber a espécie que vai consumir, ou seja, não pode adquirir carne de cavalo pensando se tratar de carne bovina”, explicou a médica-veterinária.

Produtos de origem animal (carne, peixe, ovos, mel, leite e derivados) devem, obrigatoriamente, ter sua produção inspecionada para garantir as condições higiênico-sanitárias desses alimentos. Se processados de forma inadequada, podem acarretar graves problemas à saúde humana.

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