H3N2 Darwin: pesquisador fala sobre o vírus influenza em circulação no país
por Agência Fiocruz de Notícias
em 26/12/2021 às 19h14
2 min de leitura
O aumento de casos de infecções pelo vírus influenza no último trimestre deste ano tem atraído atenção para uma velha conhecida da humanidade. A gripe, como é chamada popularmente, tem gerado surtos regionais pelo país impulsionada pela introdução de uma nova cepa do subtipo A(H3N2), batizada de Darwin. A primeira identificação da nova cepa no país foi realizada pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em amostras provenientes da cidade do Rio de Janeiro.
Atualmente, são conhecidos três tipos de vírus influenza: A, B e C. Os dois primeiros são mais propícios a provocar epidemias sazonais em diversas localidades do mundo, enquanto o último costuma provocar alguns casos mais leves. O tipo A da influenza é classificado em subtipos, como o A(H1N1) e o A(H3N2). Já o tipo B é dividido em duas linhagens: Victoria e Yamagata. Embora possuam diferenças genéticas, todos os tipos podem provocar sintomas parecidos, como febre alta, tosse, garganta inflamada, dores de cabeça, no corpo e nas articulações, calafrios e fadigas.
A cepa Darwin (recém-descoberta na Austrália) faz parte do tipo A (H3N2). Nos últimos meses, ela contribuiu para um aumento de casos de gripe em um período atípico no Brasil – que, assim como os países do Hemisfério Sul, possui uma circulação maior do vírus influenza no inverno (entre julho e setembro).
De acordo com Fernando Motta, pesquisador do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC, o grande número de pessoas infectadas com o vírus da gripe também é resultado da combinação de uma circulação reduzida do vírus influenza em 2020 com a baixa adesão à campanha de vacinação desse ano.
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O pesquisador lembra que os cuidados para evitar o contágio e a transmissão da gripe são os mesmos que a população têm usado para frear a transmissão da Covid-19. “Distanciamento social, evitar aglomerações, uso de máscaras, higiene constante das mãos e etiqueta respiratória. São medidas que vimos que ao longo do ano passado e que provavelmente fizeram com que várias viroses respiratórias desaparecessem de circulação. E, com certeza, mitigaram a transmissão do coronavírus”, afirmou Fernando Motta.
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