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Expertise brasileira pode ajudar Sudão, diz embaixador

Em visita à Câmara Árabe-Brasileira, novo representante do governo sudanês no Brasil afirma que país pode ajudar na reconstrução da economia do Sudão, com sua expertise no agronegócio

por Assessoria de Imprensa

em 26/07/2024 às 5h00

3 min de leitura

Expertise brasileira pode ajudar Sudão, diz embaixador

Foto: Divulgação

O diplomata Ahmed Eltigani Swar acaba de ser formalizado como o novo embaixador do Sudão para o Brasil, onde, já de posse do cargo, começou a trabalhar para ampliar a cooperação entre os dois países.

Na última quinta-feira (18), ele visitou a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira na capital paulista, pedindo à entidade de fomento ao comércio entre Brasil e os países da Liga Árabe, o Sudão entre eles, apoio para atrair investimento e divulgar oportunidades de trocas comerciais com seu país.

Direto e com a fala tranquila característica dos profissionais da diplomacia, Eltigani Swar disse que deseja ver o Brasil participando da reabilitação do Sudão, quando a guerra civil enfrentada pelo país tiver fim. Para o diplomata, Sudão e Brasil compartilham a vocação para produzir e exportar produtos agropecuários, e a experiência brasileira no setor pode ser decisiva na retomada econômica.

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Desde abril do ano passado, o conflito vem prejudicando a produção econômica em diversas regiões do Sudão. Segundo conta Swar, um dos maiores projetos produtivos de plantio e beneficiamento de algodão do mundo instalados no país foi interrompido. Fazendas de agricultores brasileiros que se estabeleceram por lá na década de 2000, atraídos pela disponibilidade de terras e pelo clima mais favorável ao controle de pragas, estão entre as propriedades afetadas.

“Se você precisa contatar o governo central ou certos ministérios, às vezes é difícil, o que dificulta bastante as relações exteriores”, afirmou o diplomata. “Nem sempre conseguimos ter respostas do governo central por causa da guerra. Mas estamos confiantes de que logo será encerrada. E então vamos trabalhar com o lado brasileiro [da diplomacia] pela reabilitação sudanesa”, disse Swar.

Segundo o diplomata, o conflito também tem dificultado as exportações do principal produto sudanês, a goma arábica, que tem várias aplicações na indústria alimentícia. Atualmente a maior parte da produção chega ao mercado internacional via Egito e países europeus já industrializada na forma de pó e em outras apresentações, processos antes realizados no Sudão.

Além de conquistar o apoio do Brasil para a retomada econômica, o diplomata quer intensificar desde já as trocas comerciais. No ano passado, as exportações sudanesas para o Brasil somaram apenas US$ 33 mil, a maior parte em goma arábica. Há cinco anos, eram cerca de US$ 506 mil, incluindo, além da goma, tubos de aço e insumos para perfumes.

Na visão dele, a retomada passa pela reconstrução da infraestrutura, ao fim do conflito. Para Swar, o Brasil poderia contribuir com a expertise de suas empresas de engenharia, mas principalmente do agronegócio, área em que busca apoio do governo brasileiro para viabilizar a formação de mão-de-obra e o acesso a tecnologias de produção.

As de demanda imediata são matrizes, reprodutores, material genético de animais e cultivares agrícolas que, na experiência prévia dos produtores brasileiros radicados no país, registraram boa produção no ambiente sudanês. O país também quer melhorar suas capacidades de refino de açúcar e viabilizar a produção local de etanol de cana-de-açúcar.

“O Brasil não tem a mesma agenda dos países ocidentais [na relação com o Sudão]. Falamos abertamente com nossos amigos [da chancelaria brasileira] em Brasília que as empresas [do país] podem perfeitamente compartilhar suas experiências conosco”, disse.

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