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O Espírito Santo dá início a um dos ciclos mais robustos de investimentos em infraestrutura viária dos últimos anos — e os impactos devem ser sentidos muito além do asfalto. Os novos editais lançados pelo Governo do Estado na segunda-feira (8) movimentam cerca de R$ 930 milhões destinados à recuperação, reabilitação e implantação de rodovias, além de obras de contenção marítima em 13 municípios. Trata-se de um pacote que mira diretamente gargalos históricos de logística, circulação e acesso a destinos turísticos e regiões agrícolas.
O anúncio foi conduzido pelo governador Renato Casagrande e pelo vice-governador Ricardo Ferraço e mostra que o Estado aposta que estradas mais modernas podem reposicionar territórios tanto na economia do agronegócio quanto no turismo interno, dois pilares que, cada vez mais, caminham juntos no desenho do desenvolvimento capixaba.
Apenas pelo Programa de Desenvolvimento Produtivo da Região Nordeste (Prodepro), serão R$ 353,4 milhões em obras. Os investimentos incluem cinco trechos de recuperação funcional e três de implantação e reabilitação de rodovias, além de uma intervenção de contenção marítima. A estratégia, financiada em parceria com o Banco do Nordeste e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), prioriza eficiência: reaproveitamento de pavimentos, revitalização rápida, menor impacto no tráfego e redução de custos. A isso se somam melhorias como drenagem ampliada, novos abrigos de passageiros, sinalização renovada e passagens elevadas para pedestres.
Se, de um lado, a modernização atende à segurança e ao fluxo urbano, de outro ela abre caminhos para atividades produtivas. Trechos como a ES-164, ES-245, ES-137 e ES-080 — que juntas somam quase 133 quilômetros — cruzam municípios fortemente agrícolas, onde a logística tem impacto direto na competitividade de produtos como café, pimenta-do-reino, frutas e madeira. A reabilitação da ES-220, entre Barra de São Francisco e Vila Pavão, acrescenta outros 36,7 quilômetros, com R$ 86 milhões destinados à reestruturação viária em uma rota estratégica para circulação de insumos e escoamento da produção do Noroeste.
O pacote financiado pelo Tesouro Estadual também mira conexões consideradas decisivas. A implantação e pavimentação da ES-379, entre Iúna e Muniz Freire, beneficiará áreas de forte vocação para o agroturismo e para a cafeicultura de montanha, enquanto a ES-334 — entre Águia Branca e São Gabriel da Palha, incluindo a variante de Jabuticabal — promete melhorar a fluidez em uma região marcada por agricultura diversificada e pela circulação entre municípios produtores. No litoral, a reabilitação e implantação da ES-480, em Itapemirim, e a obra de contenção marítima em Marataízes reforçam a infraestrutura turística e de segurança costeira.
Ao comentar o conjunto, o vice-governador Ricardo Ferraço resumiu o impacto esperado: estradas como vetores de oportunidades. A leitura encontra eco no setor turístico, que historicamente enfrenta gargalos de acesso, sobretudo em regiões serranas e costeiras com forte potencial, mas ainda dependentes de infraestrutura adequada para receber visitantes com segurança e fluidez. Para o agronegócio, a malha reforçada significa reduzir perdas logísticas, dar mais previsibilidade ao transporte e ampliar o raio de escoamento de produtos frescos e industrializados.
O diretor-geral do DER-ES, José Eustáquio de Freitas, destaca o caráter de modernização: a combinação de técnicas, financiamento estruturado e planejamento regional permitirá entregas mais rápidas e eficientes. Somadas, as intervenções levam o Estado a ultrapassar a marca de 228 quilômetros de rodovias recuperadas e pavimentadas.
Com esse novo ciclo, o mapa rodoviário capixaba começa a revelar uma ambição clara: conectar territórios de forma inteligente, reduzir distâncias econômicas e transformar estradas em instrumentos diretos de desenvolvimento — seja para quem produz, para quem visita ou para quem vive nas regiões beneficiadas.





