Embrapa, FAO, CIAT e outras instituições discutem os próximos passos para a biofortificação na América Latina e Caribe
por Redação Conexão Safra
em 13/04/2016 às 0h00
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Nos dois dias de reunião, os colaboradores de onze países puderam apresentar suas estratégias utilizadas com as variedades melhoradas através de mesas de discussão, exposição de pôsteres, trabalhos em grupo e painéis sobre os avanços no melhoramento, transferência de tecnologia e temas transversais como impacto, comunicação, nutrição e pós-colheita. Os países que participaram da discussão foram: Brasil, Colômbia, Bolívia, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, e Estados Unidos da América.
Marília Nutti, pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos e coordenadora do HarvestPlus LAC, conta que a biofortificação se faz eficaz na América Latina e no Caribe devido a existência de populações que sofrem com a deficiência nutricional, principalmente em minerais e pró-vitamina A, e que a proposta do HarvestPlus de ter a agricultura apoiando a saúde tem ganhado cada vez mais força e aceitação. Com isso, para maior difusão e fortalecimento da proposta, as reuniões anuais têm se provado de grande importância devido a troca de informações para o melhor desenvolvimento da biofortificação.
– Podemos perceber, com essa segunda reunião, o amadurecimento do time neste ano que passou. Estamos propondo a criação de plataformas que contenham as informações coletadas de todos os países participantes, de forma que possamos compartilhar ideias que deram certo em outros lugares e utilizá-las para o aprimoramento do trabalho em nossas regiões. Assim, ainda mais do que no passado, devemos coordenar, colaborar e trocar conhecimentos entre nossas muitas disciplinas e unidades organizacionais. Nenhuma parte do HarvestPlus pode ter sucesso de forma isolada. Todas as contribuições são importantes para atingirmos nossos objetivos. Conclui a também líder do programa de biofortificação brasileiro (Rede BioFORT), Marília Nutti.
O HarvestPlus pretende fornecer caminhos para o foco geográfico e de nutrientes no longo prazo para atingir, até o ano de 2030, a marca de 1 bilhão de pessoas beneficiadas por cultivares biofortificados. A estratégia atualizada reforça a popularização e os esforços de capacitação globais, além de dar continuação as pesquisas, desenvolvimento de cultivares e distribuição.
Após o evento, alguns dos presentes continuaram na cidade para a participação do HarvestPlus no LXI Programa Cooperativo Centroamericano el Melhoramento de Cultivos y Animales (PCCMCA), fórum que durou de 05 a 08 de abril. A biofortificação foi discutida em 24 painéis ministrados por representandes do HarvestPlus LAC e também pôde ser encontrada na exposição de pôsteres e stands do evento.
Mais sobre o HarvestPlus
O HarvestPlus age em escala global para melhorar a segurança nutricional, através do desenvolvimento e implantação de produtos alimentares básicos ricos em vitaminas e minerais. Trabalhando com diversos parceiros em mais de 40 países, o HarvestPlus é parte do Programa de Pesquisa em Agricultura (CGIAR) para a Nutrição e Saúde (A4NH). O CGIAR é uma parceria em pesquisa agrícola global com o objetivo de assegurar um futuro sustentável em alimentos. Sua ciência é realizada por seus 15 centros de pesquisa em colaboração com centenas de organizações parceiras. O programa HarvestPlus é coordenado por dois desses centros: o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) e do Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares (IFPRI).
Mais sobre a Rede BioFORT
A Rede BioFORT é coordenada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), congrega todos os projetos de biofortificação de alimentos no Brasil. Procurando dessa forma promover periodicamente o intercâmbio de conhecimento entre seus líderes e colaboradores. O principal objetivo é garantir uma maior segurança alimentar através do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente, combatendo assim a fome oculta. A essência está em enriquecer alimentos que já fazem parte da dieta da população para que esta possa ter acesso a produtos mais nutritivos e que não exijam mudanças de seus hábitos de consumo. A Rede BioFORT não trabalha com alimentos transgênicos.
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