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Educação discute pedagogia da alternância

Audiência pública realizada em Marilândia reforçou a importância do método de ensino aplicado em escolas do meio rural

por Assessoria de imprensa Ales

em 22/04/2024 às 17h23

5 min de leitura

Educação discute pedagogia da alternância

Audiência reuniu professores, diretores de escolas, gestores públicos, vereadores, entre outros / Foto: Aldo Aldesco

A pedagogia da alternância, metodologia de educação aplicada em escolas do meio rural no Espírito Santo, foi tema de audiência pública promovida pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa (Ales) em Marilândia (Microrregião Centro-Oeste). A reunião foi realizada no auditório da Escola Família Agrícola (EFA) na quinta-feira (18).

O encontro, conduzido pelo presidente do colegiado, deputado Dary Pagung (PSB), contou com a participação de autoridades de vários municípios da região, alunos e profissionais da educação envolvidos com o ensino fundamental, médio e superior para estudantes do campo.

Pagung destacou que era a primeira audiência pública da comissão com a temática da pedagogia da alternância, para debater com a comunidade a educação no campo e as escolas agrícolas. Ele afirmou que levará essa discussão a outros municípios com o objetivo de valorizar a educação no campo.

Pedagogia da alternância

O evento teve a palestra do pesquisador e professor Rogério Omar Caliari, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) de Itapina, distrito de Colatina. Caliari relatou sua experiência com a educação no campo e as articulações em nível regional e nacional pela defesa da educação básica e profissional no meio rural.

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O professor reivindicou maior presença de pesquisadores na educação da pedagogia da alternância, considerada por ele como educação popular. Conforme ressaltou, esse método de ensino não se dá apenas na sala de aula, mas fora dela.

“O espaço de aprendizagem acontece no universo que compõe a vida de nossos alunos: o diálogo com a sua realidade, com comunidade, com sua cultura. A função da pedagogia da alternância é transformar o sujeito. É problematizar a realidade, é propor transformações, é elevar o nível de organização social comunitária, é questionar os modelos produtivos que existem, questionar o modelo educacional que existe, é pensar numa práxis enquanto educação popular”, explicou.

O palestrante defendeu o aumento do número de salas de aula e de unidades escolares voltadas para a educação no campo. “Vamos construir mais salas de aula. É melhor construir salas de aula, educar, dialogar, discutir, propor do que construir presídios. Eu não comemoro a inauguração de um presídio. Eu fico feliz, bato palmas e durmo à noite o sono dos justos quando eu ouço que o número de escolas está aumentando”, disse Caliari.

Para o professor, a educação do campo é um espaço de luta, de resistência. “Nós queremos educação contextualizada, condições de infraestrutura efetiva, qualidade para que nossos alunos se sintam confortáveis na sala de aula. Essas provocações são geradas no âmbito da própria escola”, afirmou. Caliari defendeu a necessidade de diálogo com o poder público para que a escola no campo seja referência na comunidade.

Movimento de educação 

O superintendente do Movimento de Educação Promocional no Espírito Santo (Mepes), Idalgizo Monequi, explicou o que é o movimento, que nasceu em Anchieta, na década de 1960, por iniciativa do padre jesuíta Humberto Pietrogrande.

Do Mepes nasceram as unidades de ensino voltadas para a educação no campo, as Escolas da Família Agrícola (EFA), que recebem recursos públicos e privados, mas não pertencem à rede oficial. A pedagogia da alternância foi trazida da experiência pedagógica da França e da Itália por alunos capixabas, por orientação do padre jesuíta.

O diretor da Escola Família Agrícola do Bley, de São Gabriel da Palha, professor Edinaldo Ribeiro, protestou contra o fechamento de escolas, especialmente no meio rural. Segundo ele, pelo contrário, as escolas do campo precisam ser fortalecidas. “Escola não se fecha, escola se abre”, enfatizou o professor.

Já o professor de matemática na rede de ensino oficial municipal de Colatina e estadual Edmilson Noventa observou que é preciso que os pesquisadores deem atenção ao trabalho realizado nas escolas públicas do meio rural que adotam a pedagogia da alternância. Noventa pontuou a questão porque a audiência deu ênfase para a pedagogia da alternância praticada pelas EFAs, mas atualmente a metodologia extrapolou as suas origens e contempla também outras escolas da área rural.

Participantes

A audiência foi conduzida pelo deputado Dary Pagung e reuniu várias autoridades: o vice-prefeito de Marilândia, Warley Arrivabeni; o presidente da Associação Escola Família Agrícola de Marilândia, Antônio Cássio Fornaciari; a secretaria de Educação de Marilândia, Lislainy Camatta Milleri; o subgerente de Educação do Campo, Indígena e Quilombola da Secretaria de Educação (Sedu), Jânia Raimundo; o ex-secretário estadual de Educação Wilson Haese; a secretária de Educação de Colatina, Marilza Lima de Freitas; a secretária da diretoria do Mepes, Amélia Siller; e a gerente administrativa do Mepes, Lígia Bissa Meriguete.

Também participaram a diretora do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Gabriel da Palha e Vila Valério, agricultora Bianca de Oliveira; o coordenador da Cooperativa Agrícola de Colatina, Wellington Schmild; o representante do Incaper de Marilândia Jaques Perin; a professora do Ifes de Barra de São Francisco Regina de Oliveira; o coordenador do curso de Pedagogia do Ifes de Itapina, George Corona; o membro da Secretaria de Estado de Justiça Antonio Bragato; o vereador de Marilândia Emílio Gava (PSDB); o presidente da Câmara Municipal de Barra de São Francisco, vereador Ademar Antonio Vieira (Lemão Vitorino, do PSD); vereadores de Barra de São Francisco Leandro Gomes dos Santos (sem partido) e Hemerson Lima (PSD); e o vereador de São Gabriel da Palha Zé Roque (Cidadania).


Fonte: Meio rural

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