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Cooperativas desempenham papel de destaque na cafeicultura capixaba

No Dia Mundial do Café, celebrado nesta segunda (14), conheça o impacto do modelo de negócio cooperativista na cafeicultura capixaba

por Assessoria de Comunicação OCB/ES

em 16/04/2025 às 4h59

5 min de leitura

Cooperativas desempenham papel de destaque na cafeicultura capixaba

Cafeicultora. Crédito: Yzamara Belo

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O cooperativismo é um modelo de organização que vem se consolidando globalmente como uma ferramenta de desenvolvimento econômico e social. Existem 3 milhões de cooperativas no mundo, reunindo 1 bilhão de cooperados e gerando 280 milhões de empregos. No Brasil, o cenário não é diferente. Segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro de 2024, o país conta com 4,5 mil cooperativas, 23,4 milhões de cooperados e 550,6 mil colaboradores.

No Espírito Santo, o movimento cooperativista também mostra sua força. São 112 cooperativas registradas no Sistema OCB/ES, divididas em sete ramos de atuação e reunindo mais de 832 mil cooperados. Desse total, 23 coops são do Ramo Agropecuário, e o segmento da cafeicultura se destaca como um dos principais pilares da economia capixaba.

“O café é mais que uma cultura agrícola no Espírito Santo: é parte da identidade do estado e motor de transformação social. Os impactos do setor produtivo são visíveis tanto no campo quanto nas cidades, e as cooperativas são protagonistas nesse movimento, promovendo desenvolvimento econômico, inclusão e sustentabilidade”, avalia o engenheiro agrônomo e analista de Desenvolvimento Cooperativista do Sistema OCB/ES Vinícius Schiavo.

Foto: Vinícius Schiavo. Crédito: Sistema OCB-ES

 A força da cafeicultura capixaba

O ano de 2024 foi especialmente marcante para a cafeicultura no Espírito Santo. O setor celebrou recordes históricos, como a valorização do café conilon, evidenciada pelos preços elevados pagos pela saca; sua entrada na Bolsa de Valores de São Paulo (B3); e a equiparação da alíquota do ICMS do conilon em relação ao café arábica em regiões estratégicas do país.

Embora Minas Gerais lidere a produção nacional de café, a realidade capixaba revela um cenário de maior capilaridade da cultura. Enquanto no estado mineiro duas a cada dez propriedades rurais produzem café, no Espírito Santo esse número salta para sete a cada dez, totalizando cerca de 50 mil propriedades envolvidas com a cafeicultura, de acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). A atividade responde por 37% do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola do estado.

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 Cooperativas que fazem a diferença

Diante desse cenário promissor, as cooperativas desempenham papel de destaque na cafeicultura capixaba. Atualmente, quatro cooperativas lideram o setor no estado:

Cooabriel: maior cooperativa de café conilon do mundo, conta com 8.173 cooperados, sendo 7.303 no Espírito Santo e 870 na Bahia. Em 2024, protagonizou um feito histórico ao ser a primeira cooperativa a comercializar café conilon na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), com a operação registrada em 23 de setembro de 2024.

Nater Coop: é a maior cooperativa agropecuária do estado em número de cooperados e empregados, com 23.833 associados e 1.441 colaboradores. Embora seja diversificada, a cafeicultura representa cerca de 50% de seu faturamento. Em 2024, atingiu a marca de 1,13 milhão de sacas de café verde comercializadas, um recorde na história da cooperativa.

Cafesul: atuante na região Sul do estado, é um exemplo de sucesso na inclusão produtiva de mulheres e na produção de cafés orgânicos e de alta qualidade. Com cerca de 180 cooperados, vem se destacando nacionalmente e internacionalmente pela excelência de seus produtos.

Coocafé: embora seja uma cooperativa mineira, é registrada no Sistema OCB/ES e tem forte atuação no Espírito Santo, especialmente na região do Caparaó. Conta com mais de 11 mil cooperados, sendo cerca de 3 mil capixabas, majoritariamente produtores de café arábica.

O protagonismo das cooperativas também foi evidenciado no concurso Coffee of the Year (COY) de 2024, realizado durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG). Cooperados da Cafesul e Nater Coop conquistaram três lugares no pódio que reconheceu os cinco melhores cafés conilons do Brasil.

 

Impacto econômico e representatividade

De acordo com a última edição do Anuário do Cooperativismo Capixaba, as cooperativas do Espírito Santo foram responsáveis por cerca de 24% da comercialização de café verde no estado em 2023, movimentando mais de 2,8 milhões de sacas. No comércio exterior, o desempenho também foi expressivo: os cafés capixabas das cooperativas chegaram a 27 países, com exportações que somaram R$ 87,9 milhões.

Além da atuação direta na produção e comercialização, o cooperativismo capixaba se destaca pela representatividade institucional. O Sistema OCB/ES ocupa mais de 40 cadeiras em fóruns e conselhos estratégicos, com participação ativa em instâncias como o Conselho Nacional do Café (CNC) e o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo.

“O cooperativismo tem sido um dos grandes protagonistas do fortalecimento da cafeicultura capixaba. Por meio de inovação, organização e foco na sustentabilidade, as cooperativas têm impulsionado milhares de produtores, promovido inclusão produtiva e gerado riqueza para o estado. Em um cenário cada vez mais competitivo e globalizado, o Espírito Santo mostra que, quando o campo se une em torno de um propósito comum, os frutos colhidos são de excelência e, claro, com sabor de café”, conclui o analista Vinícius Schiavo.

 

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