pube
Geral

Com a produção de ovos de granja em alta, produtores investem nos caipiras

Em Cachoeiro de Itapemirim, cinco produtores encontraram na atividade uma boa fonte de renda. A dificuldade enfrentada é a falta de um abatedouro no município

por Redação Conexão Safra

em 21/06/2017 às 0h00

5 min de leitura

Com a produção de ovos de granja em alta, produtores investem nos caipiras

O Espírito Santo é o terceiro maiorprodutor de ovos de granja do Brasil, com destaque para o município de

Santa Maria de Jetibá, que ocupa o segundo lugar na produção nacional. Impulsionados pelos números e pela grande procura, pequenos produtores encontraram na atividade uma boa fonte de renda, e passaram a investir na produção de ovos caipiras.


Em Cachoeiro de Itapemirim, são cinco os produtores certificados pelo Serviço
de Inspeção Municipal, e que vivem basicamente da atividade. Eles estão concentrados em Córrego dos Monos, Córrego do Braz, Pedra Lisa, Soturno e Monte Verde. De acordo com o secretário municipal de Agricultura, José Arcanjo Nunes, a produção no município está em torno de 8.500 dúzias por mês.


“Temos uma equipe de veterinários, zootecnista, técnicos em agropecuária e de economia doméstica que dá o suporte necessário a esses produtores, além do serviço de inspeção, que garante a qualidade do produto. Para o município, a atividade impacta positivamente, pois gera trabalho e movimenta a nossa economia ”, explica.


Segundo Arcanjo, a produção de ovos caipiras também fomenta outras cadeias produtivas do município. “Temos muitas agroindústrias em Cachoeiro, que precisam do ovo para produzir pães, bolos, biscoitos, entre outros, e isso acaba gerando um comércio entre eles, é um mercado formal. Além disso, os produtores também fornecem ovos para a merenda escolar e vendem na feira livre
do agricultor ”, continua o secretário.

pube


Um dos problemas pontuados pelos produtores é a falta de um abatedouro municipal. “Neste ano já fizemos uma chamada pública e levantamos esse assunto. Ainda em 2016, teremos outra chamada para a construção do abatedouro, que seria viabilizado com recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável. A previsão é que a obra fique pronta em dois anos. A produção de ovos caipiras é uma atividade com potencial de crescimento. A procura é grande dos consumidores, o que acaba se tornando uma boa fonte de renda para os produtores ”, completa Arcanjo.


Produção garante a renda da família


No distrito de Córrego dos Monos, interior de Cachoeiro, o avicultor Eliano Mayfrede da Silva e a esposa Maristela Coelho Lamon Silva descobriram na produção de ovos caipiras uma fonte de renda para a família. Eles estão na atividade há seis anos, e contam que o ovo foi uma opção para trabalharem juntos na propriedade. A Granja Dois Irmãos começou em 2010.


“Eu trabalhava como torneiro mecânico em uma empresa de Cachoeiro. Morava na roça, mas trabalhava na cidade. Nessa época pensávamos em ter a nossa própria renda na propriedade, e ficamos sabendo de projetos que a Prefeitura tinha para quem quisesse começar na atividade. Entrei de sócio com meu irmão, mas nós dois tínhamos empregos. Então, nossas mulheres procuraram as informações necessárias para começarmos ”, conta Eliano.


Como em qualquer outra atividade, eles tiveram dificuldades no início. “Começamos com 500 galinhas no primeiro galpão. Parece fácil com uma ou duas galinhas, mas não é com muitas. Instalamos o segundo galpão com intenção de ter renda e sair do emprego. Apostamos no segundo lote com 1.000, e não foi bom. A produção cresceu demais num prazo muito curto e tivemos muita dificuldade. Era para termos feito um lote com pelo menos 500. Antes de completar um ano, meu irmão saiu e eu e minha esposa continuamos ”, ressalta o avicultor.


Produção


Eles começaram com a produção de 360 ovos por dia com 500 galinhas, uma média de 70%. “Hoje, temos 2.500 galinhas com a produção de 100 dúzias por dia. A produção caiu nesse período de estiagem e também enfrentamos problemas com a crise financeira. O preço do milho e da soja subiu demais com a alta do dólar. Foi difícil manter a atividade ”, explica Eliano.


Segundo Maristela, o saco do milho que custava R$ 30 foi a R$ 60. “Gastamos em média 120 sacos de milho por mês e a produção ficou cara. Agora, já está começando a baixar. Já chegamos a gastar mais, quando tinha quase cinco mil galinhas ”, comenta.


Com pouca experiência no assunto Eliano e Maristela tiveram que pesquisar e estudar sobre a atividade. Hoje, já dominam a produção. “A galinha tem um ciclo. Compramos o pintinho e tratamos
até 18 semanas para começar a postura. Aí começam os ovos pequenos até chegar 26 semanas, que é o pico, o máximo que elas vão produzir. Até 40 e poucas semanas, ela começa cair, até chegar a 80 semanas, que é o final do ciclo e a hora de abater. ”, continua Eliano.


Geralmente, durante o ciclo, uma galinha chega a botar uma média de 300 ovos. A produção é destinada aos supermercados e mercados de Cachoeiro, além da merenda escolar. “Estamos pensando em entrar para vender na feira livre no próximo ano ”, ressalta Maristela.


Além da produção dos ovos, o casal incrementa a renda com a venda de esterco. “Usamos pó de serra nos galpões e de quatro em quatro meses trocamos. Pegamos o esterco, fazemos um concentrado e vendemos para o pessoal que cultiva verduras na região. Vendo a R$ 0,20 o kg, e chego a tirar 1.000 kg durante a troca, e isso ajuda bastante na renda ”, conclui Eliano.

Clique aqui e receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp e fique por dentro do que acontece no agronegócio!