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Coelhos gigantes: da paixão à geração de renda

por Redação Conexão Safra

em 07/10/2013 às 0h00

4 min de leitura

Coelhos gigantes: da paixão à geração de renda


Para investir em uma atividade não basta ter obrigações, é preciso gostar do que faz. O termo ‘mergulhar de cabeça’ nesses cassos é uma forma de unir o trabalho com uma grande paixão, e o resultado não podia ser outro: uma atividade rentável e prazerosa.


A criação de minicoelhos e coelhos gigantes têm gerado renda para o aposentado e ex-técnico de telecomunicações, Oscar José Fernandes, 68 anos, morador de Marataízes, litoral sul do Espírito Santo. Nos viveiros, a variação de cores ultrapassa os olhos vermelhos e pelos brancos.


Em um coelhário, localizado na Lagoa Funda e com uma vista incrível do município litorâneo, os animais com até 7,5 kg são criados para o abate e reprodução. Já minicoelhos de até 2 kg são procurados como companhias e bichinhos de estimação. O coelho gigante, de origem belga pode alcançar um metro de comprimento e pesar até 10 kg.


Com mais de 200 coelhos de espécies variadas, Oscar cria coelhos há mais de 50 anos, mas foi em 2007 que ele começou a inovar, trazendo para os seus viveiros uma nova espécie de coelho: os gigantes, que se tornaram uma das grandes atrações de Marataízes.

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“Sempre fui apaixonado por coelhos e mesmo trabalhando em uma empresa de telecomunicações eu criava, mas não era minha principal fonte de renda. Em 1998, já aposentado, comecei a expandir a criação e em 2007, vi uma matéria sobre coelhos gigantes e comprei seis fêmeas e dois machos em São Paulo. Desde então passei a investir na reprodução dos animais para vender. Já fi z até alguns cruzamentos entre coelhos médios e gigantes para criar espécies híbridas, que são muito procuradas ”, contou o aposentado.


Fernandes contou que pessoas de todo o país procuram pelos animais. “Vem gente de toda parte aqui e entram em contato comigo de vários lugares do país, como: Porto Velho, Belém, São Paulo, Rio Grande do Sul, Teresina, Mato Grosso, Goiás, entre outros ”, continuou.


Ele explicou ainda que normalmente os coelhos são comprados por pessoas interessadas em reproduzir a espécie. “Os coelhos gigantes são vendidos geralmente para reprodução, porque rendem muita carne e podem ir para o abate mais rapidamente, já que chegam a atingir 5 kg com cinco meses, por exemplo. Já os minicoelhos são muito procurados como animais de companhia, em vez de cachorros ou gatos. Eles são muito mansos e ótimos para viver em casa ”, ressaltou.


“Aqui eu ganho dinheiro e a atividade para mim é uma higiene mental, principalmente porque faço algo que gosto muito. Tenho paixão pela criação de coelhos ”.


Perdas e ganhos


Perdas e ganhos De acordo com Oscar, um fi lhote de minicoelho custa cerca de R$ 50. Já o coelho gigante é vendido a R$ 150,00. Ele disse também que os cruzamentos são feitos entre coelhos da mesma família. Para evitar a consanguinidade, ele adquiriu novos animais no Rio Grande do Sul. A reprodução é rápida: o período da gestação varia entre 30 e 40 dias.


O aposentado explicou que para reduzir os custos com a ração (são aproximadamente 15 sacos por semana), foi incluída uma planta na dieta dos animais. De origem chinesa, o Rami é usado na indústria têxtil e possui uma concentração considerável de proteína, em torno de 27%.


O sistema de água do coelhário também chama a atenção pela praticidade. Através de ligações com canos conectados a uma caixa d’água com uma boia, os coelhos bebem água limpa e dosadas por bicos adaptados nos viveiros, sendo assim, é dispensado o uso de vasilhas com água. Fernandes usa as vasilhas somente para os fi lhotes, pois eles não alcançam os bicos para tomar água.


Reaproveitamento


Oscar possui um sistema de drenagem da urina dos coelhos. “Fiz uma vala acimentada e coloquei um cano furado dirigido para uma fossa do lado de fora do galpão. Então a urina dos coelhos vai para a fossa, sem poluir o meio ambiente, frisou.


Já as fezes dos coelhos são reaproveitadas. No coelhário foram construídos canteiros para a produção de húmus, que resulta da ação de minhocas em uma mistura das fezes dos coelhos, jornal picado e capim. Ele contou que por mês, é produzida uma tonelada e o quilo chega a ser comercializado por R$ 0,80 em cidades de todo Espírito Santo e do Rio de Janeiro.


No minhocário são duas espécies criadas: a africana e a califórnia, que produzem os melhores adubos da natureza. O húmus é uma substância escura que resulta da decomposição parcial, pelos micróbios do solo, de detritos vegetais e animais. Uma boa mistura de hmus, normalmente aumenta a quantidade e a qualidade da colheita.


Oscar completou dizendo que para uma tonelada de fezes dos coelhos são produzidos cerca de 600 kg de húmus. “É um excelente adubo orgânico e é bastante procurado ”, fi nalizou. O cunicultor disponibilizou um blog na internet para conversar com as pessoas interessadas nos coelhos. O endereço é: coelhoslagoafunda. blogspot.com

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