Chuvas no Nordeste, seca no Sul: os danos causados pelo clima no Brasil
por Agência Brasil
em 04/01/2022 às 19h12
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Enquanto Estados do Norte e do Nordeste do país sofrem com fortes chuvas e alagamentos, a Região Sul do país vive situação oposta. A estiagem já provoca prejuízos no setor agrícola. No Rio Grande do Sul, 138,8 mil propriedades rurais foram afetadas e mais de 5 mil famílias não têm acesso à água. No estado, 110 municípios relataram efeitos da estiagem. Desses, 96 publicaram decretos de situação de emergência.
No Paraná, a expectativa era de que chovesse 2.029,6 milímetros (mm), mas no último mês choveu apenas 941,2 mm. Em Santa Catarina, as regiões mais afetadas pela estiagem são o extremo oeste, o oeste e o meio oeste do estado. Nessas localidades, a média de precipitação foi de 20, 31 e 46 milímetros, respectivamente. O esperado, no entanto, era uma média de 150 mm.
A principal preocupação do governo catarinense é com a safra de milho. E uma colheita menor deve impactar diretamente as cadeias produtivas de carne e leite. O secretário da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural do estado, Altair Silva, alertou para uma redução de até 50% da safra. “Nós esperávamos uma safra voltando à normalidade com 2,7 milhões de toneladas colhidas, já estamos revendo esses números e talvez nossa colheita não passe de 1,9 milhão de toneladas”.
A situação motivou um pedido de ajuda ao governo federal. Representantes dos estados do Sul, além do Mato Grosso do Sul, cuja parte do território também sofre com a estiagem, se reuniram com um representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O desejo dos estados é a criação de um crédito emergencial para aqueles produtores que perderam sua fonte de renda.
Os gestores estaduais também pediram a liberação do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para atender os agricultores. O Proagro retira as obrigações financeiras relativas a operação de crédito rural de custeio, cuja liquidação seja dificultada pela ocorrência de fenômenos naturais que atinjam rebanhos e plantações.
Ainda esta semana uma nova reunião entre estados e ministério deve acontecer. Nela, os estados esperam que o governo apresente as ações disponíveis para os produtores rurais que tiveram prejuízos devido à falta de chuvas. Ainda há a possibilidade de uma visita da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, aos estados do Sul.
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Chuvas no Nordeste
A Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra) informou nesta terça-feira (4) que está monitorando 63 pontos em rodovias estaduais afetadas pelas fortes chuvas que atingem o estado. No início da semana passada, apenas 27 trechos rodoviários estavam sendo monitorados devido ao risco de danos estruturais.
Em Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, a prefeitura informa que 823 pessoas foram diretamente afetadas pelas chuvas, que começaram em outubro e se intensificaram nos últimos dias. Só nesta segunda-feira (3), choveu, em apenas 13 horas, o equivalente a 120 milímetros – volume esperado para dois meses.
“Atualmente temos 439 pessoas nos abrigos [públicos], um número consideravelmente grande. E muitas dessas pessoas perderam tudo”, diz, em nota, o superintendente de Proteção e Defesa Civil de Imperatriz, Josiano Galvão, ao lembrar que os órgãos municipais já vinham se preparando para aquela que pode ser a estação chuvosa “mais rigorosa dos últimos anos” na região.