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Caminhoneiros do ES vão aderir à greve, diz associação

A categoria está insatisfeita com os preços dos fretes, dos combustíveis e com a carga de impostos sobre eles

por Fernanda Zandonadi

em 22/07/2021 às 15h41

2 min de leitura

Cerca de 80% dos caminhoneiros do Espírito Santo devem aderir à greve da categoria, prevista para ter início no próximo domingo (25). No Estado, são mais de 50 mil profissionais do ramo. “Vamos apoiar a paralisação e orientar a todos os caminhoneiros que parem. Mas ninguém vai bloquear caminhão à força. Estamos todos perecendo. Então, a orientação é parar, mas não obrigar ninguém a fazer o mesmo”, explica o presidente da Associação dos Caminhoneiros do Espírito Santo (Unitac), Bira Nobre.

A categoria está insatisfeita com os preços dos fretes, dos combustíveis e com a carga de impostos sobre eles. “Ninguém aqui é contra o Brasil. Mas existe uma politicagem muito grande. Há pouco tempo, o presidente tirou o imposto sobre os combustíveis. De que adiantou? Sabemos que os Estados precisam desses tributos, mas os caminhoneiros não podem pagar essa conta sozinho”, explica.

Ele avalia que, por exemplo, a variação nos preços do diesel entre os Estados deveria ser levada em conta na hora da cobrança do frete. “Vamos fazer uma conta rápida. No Nordeste, o diesel está R$ 5,20 o litro, em média. No Espírito Santo, entre R$ 4,30 e R$ 4,50. Observe a diferença, é muito grande. Então, se um carro de passeio pega a estrada, o motorista espera fazer 12 quilômetros por litro. Mas um caminhão, um nove eixos, que sobe a BR-262, uma estrada cheia de serra, vai fazer praticamente um quilômetro por litro de diesel. Joga esse valor por 535 quilômetros e teremos um gasto absurdo só de combustível”, calcula.

Convocação para greve

Em um comunicado divulgado na última sexta-feira (19), o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) convocou uma paralisação dos caminhoneiros. A greve teria início no domingo, 25 de julho, dia de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas e viajantes.

Segundo o documento do CNTRC, o objetivo é protestar contra os constantes reajustes de preço dos diesel. A entidade considera que os aumentos são abusivos e “ferem o Código de Defesa do Consumidor”. O presidente do conselho, Plinio Dias, enfatizou, ainda, que o custo do diesel e dos insumos do caminhão consomem até 70% do valor do frete. “Do dia 1º de fevereiro até agora o preço dos combustíveis não baixou”, ressaltou.

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