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Fruticultura

Projeto para fomentar produção de maracujá apresenta primeiros resultados

por Rosimeri Ronquetti

em 03/01/2023 às 12h48

3 min de leitura

Projeto para fomentar produção de maracujá apresenta primeiros resultados

Foto: Bruno Giuriato

A produção de maracujá no Espírito Santo seguiu em queda nos últimos sete anos. De 2014 até 2021, a safra da fruta decresceu próximo de 75%, conforme os dados consolidados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e elaborados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). 

Só para se ter ideia, a produção de 2021, de 15.477 toneladas, não chegou a 25% da safra de 2014, quando o Estado colheu 70.335t. O município de Sooretama figura como maior produtor estadual da fruta, com 14,68% de todo maracujá colhido no solo espírito-santense. Mas qual seria o motivo da “calmaria” no cultivo da fruta tropical?

De acordo com Ederaldo Pancieri Flegler, extensionista do Incaper e coordenador de Fruticultura da Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), os produtores não estão expandindo as áreas de plantio, ao mesmo tempo em que as existentes vêm diminuindo. “Os produtores não têm interesse na cultura. Quando acontece, é porque aproveitam a renovação da lavoura de café para plantar maracujá no meio”, analisa.

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A expectativa está no programa “Inovafruti Maracujá”, do Incaper, que promete reverter o atual quadro da produção de maracujá. O principal objetivo é expandir em 450 hectares a área plantada no Estado. Os trabalhos do projeto de pesquisa e extensão que estuda novas variedades da fruta seguem a todo vapor. 

Para que isso seja possível, enquanto nos laboratórios das fazendas experimentais do Incaper de Sooretama, Cachoeiro de Itapemirim e Santa Maria de Jetibá, variedades de sementes desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) são testadas, para saber qual variedade se adapta melhor em cada região, no campo, produtores rurais recebem capacitação sobre o cultivo do maracujá e acompanhamento em todo processo produtivo, desde o plantio até a colheita.

As sementes produzidas pela Embrapa são mais rústicas, mais resistentes à seca e esses estudos são justamente para identificar qual variedade melhor se adapta em cada uma das regiões onde concentramos as pesquisas”, acrescenta Ederaldo.

Iniciado em 2019 e atualmente na segunda fase, o “Inovafruti Maracujá” começa a dar os primeiros resultados. Três materiais testados no Sul do Estado apresentaram resultados satisfatórios. Mudas do material começam a ser produzidas para produtores de Alegre e com comprador certo. A produção será toda vendida para uma fábrica de polpa do município. 

Esse é um dos objetivos do programa. Selecionar por meio de pesquisa os melhores materiais e disponibilizar para os produtores. Aquele que se sai bem nos estudos, levamos para testar no campo”, afirma Marlon Degli Esposti, coordenador de Produção Vegetal do Incaper. 

O projeto é uma parceria do Incaper, Seag, Fundação de Desenvolvimento e Inovação Agro Socioambiental do Espírito Santo (Fundagres), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Espírito Santo (Fapes), com recursos do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec). A previsão é que ele seja concluído em meados de 2023.

 

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