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Empreendedorismo

Mosteiro de Ibiraçu projeta Escola de Bambu

Iniciativa vai capacitar comunidades no uso do bambu em construção, artesanato e culinária

por Assessoria de Imprensa do Sebrae/ES

em 10/07/2024 às 5h00

4 min de leitura

Mosteiro de Ibiraçu projeta Escola de Bambu

Foto: Divulgação

O Mosteiro Zen Morro da Vargem, em Ibiraçu, contou com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES) para a elaboração de um estudo de viabilidade de uma Escola de Bambu no espaço. O objetivo é criar um local de capacitação profissional e geração de renda, voltado para jovens e moradores das comunidades do entorno do mosteiro, para que eles aprendam a utilizar o bambu na bioconstrução e na produção de utilitários, artesanatos, móveis e itens de arte contemporânea, por exemplo. A iniciativa também vai beneficiar profissionais de arquitetura, que poderão se especializar em construção sustentável.

“O estudo foi elaborado pelo Sebrae/ES, por meio de duas consultorias, que abordaram a viabilidade econômica e a elaboração de produtos a serem vendidos na escola”, explica a analista Geisa Moreira, da equipe responsável pelo estudo.

O projeto foi analisado com muito cuidado, tendo em vista que há poucas referências de escolas que oferecem esse tipo da capacitação no Brasil. O grande nome da propagação do bambu como elemento essencial na construção é o arquiteto colombiano Simón Veléz, e a estrutura da escola será inspirada no trabalho do profissional.

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Prédio da escola terá inspiração em obras do arquiteto colombiano Simón Vélez, especialista em construções com bambu.

“Estamos atuando nesse estudo desde o ano passado. Tivemos o apoio de um especialista em artesanato, que cuidou de toda a programação de cursos, carga horária, conteúdo explorado, além de um especialista em finanças que montou a planilha com os custos de um projeto dessa magnitude. Um trabalho difícil que está entregue, valeu a pena o esforço”, conta Geisa.

O Sebrae/ES também foi um dos principais responsáveis pela viabilidade da Escola de Cerâmica, que está em funcionamento há alguns anos na Praça Torii. “Com esse apoio, construímos o cronograma didático e o plano de trabalho. Agora, com a Escola de Bambu, solicitamos o mesmo serviço para desenhar o projeto e entendermos como será a iniciativa, inclusive do ponto de vista financeiro. E o Sebrae vai entrar como parceiro na parte da capacitação profissional desses jovens, que vão aprender um novo ofício”, detalha o vice-abade do Mosteiro Zen Budista, Kendo Bitti.

O próximo passo é a construção do prédio sede da escola, na praça Torii, atrás do Grande Buda. “A expectativa é que em 2025 já tenhamos essa estrutura pronta, utilizando o Bambu Gigante e demonstrando a sua alta resistência mecânica e longa durabilidade. A ideia é que todo o processo de construção da escola já seja o primeiro curso de capacitação dos alunos, para que eles aprendam a manusear a matéria-prima e compreendam a sua utilização na construção biossustentável. No momento, temos fomentado o uso do Bambu Gigante através de ações que visam à conscientização dos agricultores e da comunidade”.

Segundo ele, o acesso à madeira está cada vez mais custoso, enquanto o bambu, como uma opção sustentável, pode se tornar uma alternativa. “Uma comitiva de Ibiraçu visitou a Universidade de Quindío, na Colômbia, há alguns anos, que é referência no ensino de construções usando bambu. Retornando da viagem, o grupo distribuiu cerca de 3 mil mudas de bambu a agricultores e iniciou-se o cultivo da matéria-prima na região”.

A Escola de Bambu, assim como a Escola de Cerâmica que já existe no mosteiro, vai funcionar em um sistema cooperativista. Uma parte do que for produzido vai para a manutenção do projeto e, o restante, será renda para os alunos. Além da bioconstrução, com o uso do bambu no lugar da madeira e concreto, os alunos vão aprender sobre movelaria, utilitários, itens de decoração e, por fim, com culinária, usando o broto de bambu de forma semelhante ao palmito.

Em um segundo momento, a escola pode ser aberta a pessoas interessadas em oficinas e workshops pagos, que vão ajudar na manutenção da iniciativa. Esse formato já está começando a ser explorado na Escola de Cerâmica.

 

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