Centro para treinar cavalos é exemplo de empreendedorismo no meio rural

Cada vez mais a proposta da Expedição Tropeira está ligada às expressões culturais e ao turismo rural das Montanhas Capixabas. E desde a inclusão do evento na programação da Feira Estadual de Turismo Rural (RuralturES), em 2021, o grande desafio do Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau, juntamente com o Sebrae/ES e a AgroturES, é gerar trabalho e renda nas propriedades rurais o ano inteiro.

Um exemplo de empreendedorismo inspirado na vocação histórico-cultural da região é o Centro de Treinamento Equestre (CTE) Belinho, em Jatobá, zona rural de Conceição do Castelo. Às margens da Rota Imperial, Antônio Henrique Lima Carvalho, o “Belinho”, transformou uma chácara herdada há três anos, após a morte do pai, em destino certo para quem gosta de muares e cavalos.

O espaço aluga animais para cavalgadas e passeios, a exemplo do burro Muleque e da pônei Chica- principalmente para famílias com crianças-, além de domar, tosar e ferrar cavalos da raça Mangalarga Marchador. Os clientes desse último serviço são moradores de Conceição, Afonso Cláudio e Castelo, cujos animais ocupam as 15 baias disponíveis.

“Aqui prezamos pela organização, cuidado e capricho. Comecei com quatro animais alojados e a procura foi só aumentando. Já estou operando no limite porque não tem mais espaço”, conta Belinho.

De acordo com o empreendedor, a doma leva de seis meses a um ano, porém os clientes com cavalos alojados no CTE frequentam mais o espaço para passeios com os animais nos fins de semana. “Graças a esse público, o CTE está chamando atenção de pessoas que nunca tiveram experiência com cavalos e aumentando a consciência de que cavalgadas não estão ligadas ao consumo de bebida alcoólica”, afirma Belinho.

Além da iniciativa, o Centro tem parceria com a Apae de Conceição para aulas de equitação adaptada todas às quintas e sextas-feiras no picadeiro com acompanhamento de psicólogos e fisioterapeutas. As práticas começaram antes da pandemia e retornaram há dois meses.

Belinho conta que sempre gostou de cavalos e muares, mas a primeira oportunidade de adquirir conhecimento foi quando um amigo criador de animais lhe pagou um curso para ele ajudar a tomar conta da criação. Ao assumir a chácara da família, ele buscou mais informações por meio de cursos e contratou a consultoria do Sebrae há um ano para incrementar o Centro de Treinamento Equestre.

A próxima ideia a ser colocada em prática será explorar a história da Rota Imperial na região para aumentar a experiência turística dos frequentadores do empreendimento.