Seu cafezinho pode vir de plantas do seu quintal, jardim ou chácara
por Café Point
em 14/06/2023 às 11h50
4 min de leitura
O cafeeiro da espécie Coffea arabica, além da beleza da planta, agrega, em relação a outros arbustos, vantagens adicionais como: dão uma florada abundante e perfumada, além de produzir frutos, que quando secos e preparados, resultam no prazer da sua bebida – e com mais satisfação, por estar sendo provado um café de produção própria. Com características vegetativas de outras plantas ornamentais o arábica pode também ser plantado em jardins, quintais e chácaras.
E muita gente tem feito isso. Temos recebido consultas sobre como conduzir as plantas, vindas de diferentes regiões, e temos verificado que, no geral, elas se desenvolvem bem e ficam carregadas de frutos – para a nossa surpresa, pois, em muitos casos, trata-se de plantios em áreas consideradas climaticamente inaptas. Dois bons exemplos disso, em condições extremas de muito calor e frio, são aqui citados. O primeiro é referente a cafeeiros plantados na calçada, junto à rua, na cidade do Rio de Janeiro.
Eles ocupam o local destinado a outras árvores de sombra. Ao longo do tempo que acompanhamos, temos visto o seu crescimento normal e, todo ano, os cafeeiros ficam carregados de frutos. O segundo mostra o caso de cafeeiros cultivados em quintal de casa de chácara em Pelotas, no Rio Grande do Sul, em condições muito frias e, também, produzem normalmente.
Um exemplo, agora em região de clima adequado ao cafeeiro arábica, com cultivo de várias plantas de café em quintal em Franca (SP), a cerca de 1.000 m de altitude. Na figura 4, um cafeeiro que vem sendo cultivado em vaso, em Curitiba (PR), região muito fria.
As observações efetuadas indicam que os cafeeiros plantados em pequena escala, para consumo próprio, se adaptam a diferentes condições climáticas, sendo importantes para amenizar efeitos de calor e frio (geada):
1) as molhações frequentes, facilitadas por se tratarem de poucas plantas; 2) a proteção pelas casas ou outras árvores próximas, que atenuam as temperaturas pela sombra e ajudam a acumular calor durante o dia nos locais frios; 3) a movimentação do ar nas ruas, pelos veículos, que mistura as camadas de ar frio e mais quentes, evitando queima por geada. Outra coisa, no aspecto fitossanitário, temos observado que, pelo efeito de falta de pressão de inóculo de doenças ou pragas, essas plantas de café ficam praticamente livres desses problemas. Tem sido comum, apenas, a ocorrência de cochonilhas.
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Agora as recomendações para os que já cultivam ou desejam passar a cultivar cafeeiros em pequenas quantidades para atender à satisfação de provar do seu próprio café:
1) Plantar variedades com bom vigor e boa produtividade, e, se possível, também resistentes, como, por exemplo, a arara, e, para aqueles que desejarem plantas mais altas, a araraçu; 2) Sempre que possível, especialmente em zonas muito quentes ou muito frias, plantar em locais sombreados; 3) Manter um bom sistema para molhar as plantas, quando necessário; 4) Colher os frutos quando maduros e secá-los em camada fina sobre pátios ou lonas. A Fundação Procafé dispõe de mudas de café de boa qualidade para os que precisarem.
Para o preparo do café, depois dos frutos secos, existem equipamentos próprios para uso em pequena escala. Tem-se a máquina, de operação manual, para descascar os frutos secos e obter os grãos, os quais podem ser torrados em pequeno torrador rotativo, sendo que a torra também é possível em panelas sobre chama de gás, em fogão de cozinha, cuidando para mexer constantemente.
A torra se completa em cerca de 20 minutos. Também existe moinho de operação manual e, em último caso, mesmo o liquidificador pode fazer a moagem dos grãos torrados. Esses equipamentos são facilmente encontrados no mercado e os principais podem ser observados na figura 5. Assim, só resta desejar sucesso no cultivo de cafeeiros e no preparo de um bom cafezinho.
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