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A história do cooperativismo moderno tem início na primeira metade do século XIX. Ao longo de quase 20 décadas, o modelo de negócio passou por várias gerações e foi capaz de enfrentar os desafios de dois séculos, e agora caminha para vivenciar mais um. Nesse contexto, a sucessão familiar é uma das principais preocupações do modelo de negócio. É por isso que as cooperativas lutam diariamente para manter a tradição do movimento e garantir a sua perenidade, seja no campo ou na cidade.
No Ramo Agropecuário, os produtores cooperados se preocupam com a renovação no campo e com a passagem de bastão das atividades rurais para os seus filhos. No Espírito Santo, as cooperativas desse ramo têm se destacado em iniciativas que têm como missão transmitir conhecimentos e garantir a longevidade do negócio. Os programas Clube da Bezerra e Clube de Bezerras, desenvolvidos pela Nater Coop e Selita, respectivamente, são um exemplo disso.
O projeto-piloto desses programas foi idealizado há mais de 40 anos por cooperativas do Paraná, no Sul do país. Com o tempo, o projeto foi ganhando forças e se expandindo para outras regiões. Neste ano, pela primeira vez, a iniciativa está sendo desenvolvido em solo capixaba. Sua missão primordial é envolver crianças e adolescentes nas atividades relacionadas à pecuária leiteira.
Os programas da Nater Coop e Selita são divididos em etapas. Em resumo, eles consistem na escolha de uma bezerra recém-nascida para que as crianças acompanhem seus primeiros meses de vida e pratiquem os cuidados necessários para que o animal cresça de forma saudável. A ideia é criar uma cultura de sucessão familiar possibilitando que, no futuro, as novas gerações tenham o conhecimento necessário para assumir as atividades de pecuária leiteira da família.
Para a zootecnista e analista de Desenvolvimento Cooperativista do Sistema OCB/ES, Caroline Zanetti, os programas plantam as sementes para uma nova geração de profissionais comprometidos com o futuro da produção leiteira.
“Ao unir crianças e bezerras num ambiente de aprendizagem mútua, os clubes se revelam como uma ponte entre o presente e o futuro da pecuária leiteira. Este contato entre crianças e animais permite criar laços duradouros, despertando nelas uma paixão pelo campo e promovendo a continuidade das tradições familiares na agropecuária”, afirma.
Confira, a seguir, as especificidades dos programas desenvolvidos por cada uma das coops capixabas!
Clube da Bezerra: Nater Coop
O programa Clube da Bezerra da Nater Coop tem como objetivo prioritário reduzir a mortalidade de bezerras em 50% nas propriedades participantes por meio de ações educativas e práticas que visam aprimorar o manejo e os cuidados com os animais nos primeiros dias de vida.
A participação no programa é direcionada aos filhos, netos e sobrinhos de cooperados ou colaboradores da Nater Coop que tenham idade entre 5 e 15 anos. Ao todo, 16 crianças e adolescentes estão inscritos no programa, divididas em três categorias:
Categoria I: Infanto Juvenil (5 a 8 anos)
Categoria II: Junior (9 a 11 anos)
Categoria III: Sênior (12 a 15 anos)
Ao longo da formação, os participantes desenvolvem uma série de atividades práticas e educativas, que abrangem temas voltados para os cuidados antes, durante e após o nascimento, como secagem, parto, colostragem e alimentação e nutrição. Além disso, também são abordados assuntos relacionados à educação financeira, como o orçamento para alimentação, cuidados veterinários e infraestrutura básica.
Durante o processo, os jovens participantes são orientados por padrinhos, que são técnicos ou colaboradores experientes da Nater Coop. Esses padrinhos têm a responsabilidade de acompanhar os orientandos nas atividades, avaliar o caderno de campo e oferecer suporte em caso de dúvidas ou dificuldades. Além disso, as crianças e suas famílias recebem suporte psicológico ao longo do concurso, ajudando-os a lidar com possíveis frustrações e desafios durante a jornada.
Para consagrar as crianças vencedoras de cada categoria, são avaliados uma série de quesitos relevantes. Entre eles, a frequência de participação e desempenho nas atividades; a manutenção do caderno de campo; os cuidados e o desenvolvimento da bezerra, o vínculo entre a criança e o animal e a apresentação em eventos.
Clube de Bezerras: Selita
Já o Clube de Bezerras, da Selita, tem uma missão semelhante: educar crianças e jovens acerca do manejo e dos demais cuidados que envolvem a criação de gado leiteiro. O objetivo finalístico é manter viva a tradição rural e garantir a transmissão de conhecimentos e valores ao longo das gerações.
O programa da Selita é voltado para um público com faixa etária entre 7 e 20 anos. O projeto-piloto da coop conta com 27 inscritos. No clube, eles têm a oportunidade de aprender habilidades práticas e desenvolver um conhecimento aprofundado sobre os primeiros cuidados e formas de manejo com a criação bovina na fase infantil do animal.
As crianças e adolescentes já estão tendo a chance de se reunirem em encontros educativos que apresentam, de forma didática, o conteúdo programático previsto para o programa. O segundo encontro aconteceu no último dia 5 de outubro.
Ao final do projeto, os participantes mais bem pontuados em suas categorias serão premiados na Exposul Rural 2025, um dos maiores eventos do agro no Espírito Santo. Essa etapa de exposição é importante ao revelar a afinidade e o entrosamento entre os jovens e a bezerra cuidada.
Importância dos programas
A participação de crianças e jovens no modelo de negócio cooperativista é uma das pautas prioritárias do Sistema OCB. A entidade, em parceria com as suas organizações estaduais, desenvolve soluções que buscam aumentar o engajamento desse público com o cooperativismo.
Para o diretor-executivo do Sistema OCB/ES, Carlos André Santos de Oliveira, as iniciativas da Nater Coop e da Selita reforçam o compromisso do coop com a perenidade do seu modelo de negócio.
“Os programas que estão sendo desenvolvidos no Espírito Sanro têm extrema relevância para o futuro do cooperativismo agropecuário. Os jovens de hoje são quem irão, amanhã, cuidar dos negócios das suas famílias, seja no campo ou na cidade. É importante que eles participem, desde muito cedo, de iniciativas como essa. Dessa forma, estarão preparados para assumirem os negócios e seguirem com o legado das atividades familiares, fortalecendo e mantendo a pujança do cooperativismo no segmento dos laticínios”, avalia a liderança.
A zootecnista e analista de Desenvolvimento Cooperativista do Sistema OCB/ES, Caroline Zanetti, também reforça a importância do programa, que fomenta não apenas o cuidado com os animais, mas também a transmissão de conhecimentos valiosos sobre saúde, nutrição e manejo.
“A criação de bezerras abrange não apenas a fase pós-nascimento, mas também a de pré-parto, conhecida como período seco das vacas. Temas como colostragem, cura de umbigo, aleitamento e a importância do ganho de peso para as bezerras, até o desaleitamento, são cruciais para a futura vida produtiva desse animal. Por isso, envolver as crianças nesses processos alimenta o futuro da atividade”, considera.




