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Cafeicultura

Representantes do setor comentam preço baixo do Conilon e do Arábica

por Redação Conexão Safra

em 01/04/2019 às 18h42

5 min de leitura

Representantes do setor comentam preço baixo do Conilon e do Arábica

*Atualizada às 21h54

O cafeicultor e presidente do Conselho do Café da Associação da Micro Região da Baixa Mogiana (CCAMOG), Fernando Barbosa, e o deputado federal, Evair de Melo (PP-ES) comentaram sobre o baixo preço-base das sacas de Conilon e de Arábica, definido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que está preocupando os produtores capixabas.

Segundo reportagem publicada pelo site Globo Rural (G1), o governo federal anunciou os novos valores mínimos para a comercialização da variedade Conilon e o preço-base da saca foi para pouco mais de R$ 210. Para os cafeicultores, o custo de produção fica acima desse valor.
O reajuste começa a valer no início da colheita, neste mês, e segue até março do ano que vem. A Conab se baseou nos custos de produção das últimas safras no Espírito Santo, Bahia e Rondônia.

O Espírito Santo é o maior produtor nacional da espécie cafeeira e começa a colher nas próximas semanas, principalmente nas regiões norte e noroeste. O Estado produz quase 80% do conilon do país. Na safra passada, foram colhidas 9 milhões de sacas.

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De acordo com informações do site “Notícias Agrícolas”, o
mercado brasileiro do café Arábica continua trabalhando com negócios isolados e os preços do tipo 6 duro, nesta segunda-feira, ficaram abaixo de R$ 400,00 a saca na maioria das praças de negociação. O valor segue aquém do desejo do produtor.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 420,00 e queda de 1,87%. A maior oscilação no dia foi registrada em Guaxupé (MG) com queda de 2,36% e saca a R$ 413,00. O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 395,00 e queda de 2,47%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 – estável. A oscilação mais expressiva foi verificada em Espírito Santo do Pinhal (SP) com alta de 2,63% e saca a R$ 390,00. Na sexta-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 393,08 e queda de 0,23%.

“A tendência baixista no mercado de café se prolonga. Nossa proposta é tratarmos juntos para uma possível pressão de opções para solucionar o equilíbrio entre custo de produção e preços ”, afirmou Barbosa.

Segundo o conselheiro, quem está sendo afetado no momento é apenas o setor produtivo, que se vê diante dessas circunstâncias tendo que vender o seu produto no físico para honrar com os compromissos nas agências financeiras. “Já o setor que escoa a produção está vendendo seu produto na alta do dólar e se distanciando a margem negativa. Os exemplos são os casos de recorde de exportação nos meses de janeiro, fevereiro e meados de março.

Ainda na avaliação de Fernando Barbosa, a política cafeeira, junto às ações das lideranças do setor, necessita de melhores argumentos. “Proponho uma reunião com todas liderança do setor produtivo, em uma ação conjunta para apresentar ao governo federal proposta que realmente importa ao setor. Hoje, junto ao desconto de armazenagem e despesas com o Funrural,
nós produtores de café estamos vendendo o produto a menos do mínimo fixado pelo governo ”.

Representante do parlamento brasileiro na 124ª Sessão do Conselho Internacional do Café no Quênia, o deputado federal Evair de Melo considera que os valores não equalizam os aumentos dos preços dos insumos e dos investimentos na produção.

De acordo com a estimativa do Centro do Desenvolvimento do Agronegócio do Espírito Santo (Cedagro), o custo total da produção de café Conilon pode chegar até R$ 313,00, valor 33% maior que o preço mínimo estabelecido. Já o custo do arábica para o produtor, dependendo da produtividade, pode chegar até R$ 553,00, 35% a mais que o valor mínimo da Conab.

“Estes novos valores estabelecidos terão como impacto a queda do valor de mercado da saca de conilon para níveis abaixo do custo operacional da produção, o que causará amplos prejuízos a todo o Estado do Espírito Santo, que é o maior produtor de café conilon do país e possui nesta cultura uma de suas grandes fontes de renda e emprego ”, frisou o deputado.

Por meio de sua assessoria, o deputado informou que a ministra da Agricultura,Tereza Cristina, se comprometeu a buscar soluções e já solicitou ao presidente da Conab, Newton Araújo Silva Júnior, que abra todos os dados e levantamentos sobre o café para que o preço mínimo seja estudado novamente. Além disso, a ministra irá convidar entidades, cooperativas e empresas do ramo para conversar, nos próximos dias, para que possam tomar uma decisão mais benéfica aos produtores.

Audiência Pública

Evair de Melo quer estender o debate dos preços do café para a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Nesta segunda-feira (1º), o parlamentar apresentou um requerimento para a realização de uma audiência pública para discutir o tema junto com a Conab, com a Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel da Palha (Cooabriel), com a Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé) e com representantes da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA).

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