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O café é a segunda bebida mais consumida no mundo e carrega consigo uma rica história que atravessa continentes e séculos. Embora a origem exata do café permaneça incerta, a famosa Lenda de Kaldi oferece uma narrativa envolvente.
Hoje, o café desempenha um papel fundamental no cenário global, tanto cultural quanto economicamente. Em várias partes do planeta, o consumo de café é um rito diário, unindo famílias, pessoas e culturas. A bebida se estabeleceu como um elo entre nações.
Nesse cenário, o Brasil destaca-se como protagonista. Líder mundial na produção e exportação de café, o país também ocupa o segundo lugar entre os maiores consumidores da bebida. A jornada até essa posição de destaque foi longa e marcada por conquistas e desafios. Desde a chegada das primeiras mudas em 1727, no estado do Pará, o café encontrou seu lugar nas terras férteis do Sudeste brasileiro, principalmente em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Ao longo dos séculos, o café se transformou em um dos motores da economia brasileira. Durante o período imperial, o grão tornou-se a base da economia nacional, desempenhando papel central no desenvolvimento do país. A elite cafeeira, conhecida como os “barões do café”, foi fundamental na expansão e consolidação do setor, sendo responsável pela propulsão do desenvolvimento industrial na nossa nação.
No século XIX, o Brasil já dominava o mercado global de café, com Rio de Janeiro e São Paulo concentrando grande parte da produção. Contudo, os desafios também marcaram a história da cafeicultura. A geada de 1975, por exemplo, devastou as plantações do Paraná, levando à migração da produção para estados como Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo.
O Brasil continua a ser uma referência mundial quando o assunto é café. A organização do setor possibilitou a criação do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), sendo o único produto do agro brasileiro a ter, além do Fundo, um Conselho Deliberativo de Política (CDPC), que coordena as suas ações estratégicas, gerido por quatorze representantes, sendo sete do Governo e sete da iniciativa privada.
Dentro desta estrutura, a produção é representada pelo Conselho Nacional do Café (CNC) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); a indústria do torrado e moído tem como representante a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC); a indústria do solúvel é representada pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) e a exportação pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O Conselho é presidido pelo Ministro da Agricultura, atualmente sob a responsabilidade de Carlos Fávaro.
Na estrutura do café ainda destaca-se o Ministério das Relações Exteriores (MRE), Itamaraty, representado por seu embaixadores, sendo o porta voz do Brasil nas reuniões internacionais, defendendo os interesses da cafeicultura, agora enriquecido pela participação dos adidos agrícolas. Em sua estrutura interna conta com a Divisão de Política Agrícola (DPAGRO), conduzida atualmente pela ilustre Ministra, dedicada e competente, Grace Tanno.
Além disso, a produção de café do Brasil conta com um órgão de pesquisa criado para atender as necessidades e enfrentar os desafios desta cultura: o Consórcio Pesquisa Café e, posteriormente, a Embrapa Café.
Destaca-se nesse cenário a atuação das cooperativas e associações. O cooperativismo, liderado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), da qual o Conselho Nacional do Café (CNC) é braço operacional com seus 43 anos de atividade constante, é exemplo de como o país organiza e fortalece sua posição no mercado interno e externo. E, no global, atua como associado da Organização Internacional do Café (OIC), presidido – para nosso orgulho – por Vanusia Nogueira, uma brasileira que em toda a sua história e de sua família, participou ativamente da cafeicultura nacional.
A produção de café do Brasil é marcada também por seus programas ambientais com foco em práticas agrícolas sustentáveis, conservando a vegetação, o solo, a biodiversidade e a água – através de proteção de nascentes e revitalização de matas ciliares – como o Programa Café Produtor de Água, desenvolvido pelo CNC, apoiado por suas cooperativas afiliadas e parceiros como o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), as prefeituras municipais e o Banco Cooperativo Sicoob.
Já a qualidade do café do Brasil é indiscutível. Exemplo disso são as premiações recebidas pelos produtores e baristas brasileiros nos mais diversos concursos de qualidade mundo afora.
Atualmente, a cadeia produtiva do café no Brasil, a mais sustentável do mundo, gera cerca de 8,4 milhões de empregos diretos e indiretos, espalhados por 1983 municípios em 16 estados. O país conta com aproximadamente 330 mil produtores de café, sendo 78% pequenos produtores, o que evidencia a importância social e econômica da cultura para o Brasil. No mundo, a cafeicultura envolve mais de 12,5 milhões de famílias, evitando o êxodo rural para os grandes centros urbanos.
Os números impressionam: em 2024, o Valor Bruto da Produção dos cafés brasileiros deve atingir cerca de R$ 64 bilhões, consolidando a importância da cafeicultura para a economia do país, sendo o quarto produto na balança comercial nacional. Esse montante reflete a relevância das duas principais espécies cultivadas no Brasil: Coffea arabica (café arábica) e Coffea canephora (café robusta/conilon).
Mais do que uma simples bebida, o café conecta pessoas, constrói pontes entre culturas e movimenta a economia global. O Brasil, com sua rica história e tradição cafeeira, continua a ser um pilar fundamental nesse universo. Como a maior Nação do Café, o Brasil orgulha-se de sua contribuição histórica e de seu papel como líder no cenário mundial.
Em razão disso, o Conselho Nacional do Café foi convidado pela Organização Internacional do Café (OIC), a fazer parte da campanha mundial de divulgação da bebida e celebrar o Dia Internacional do Café, que será comemorado no dia 1º de outubro. O CNC produziu um vídeo que poderá ser assistido através do Youtube, a partir de hoje. A produção estará circulando nos canais nacionais e internacionais que promovem o café mundial.




