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Biotecnologia

Rio de Janeiro terá sua primeira biofábrica de inseticidas biológicos

"De Campos de Goitacazes, interior do Rio de Janeiro, sairá a primeira biofábrica de inseticidades biológicos do Estado, coordenada pela doutora em Entomologia, Aline Teixeira Carolino"

por Revista A Lavoura

em 18/11/2020 às 16h28

3 min de leitura

Rio de Janeiro terá sua primeira biofábrica de inseticidas biológicos

Foto: A Lavoura

Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) desenvolveu um produto à base do fungo
Beauveria bassiana, comprovadamente eficiente no controle de pragas de diversas culturas como mosca branca, pulgão, cochonilhas, trips, ácaro rajado, percevejos, lagartas desfolhadoras, brocas, gortulho, traça do tomateiro e lagarta do cartucho.

O produto, apelidado de Bovekill, foi contemplado, recentemente, em um edital da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) que investirá R$ 5 milhões em projetos de doutores empreendedores.

A bióloga e doutora em Entomologia, Aline Teixeira Carolino, diretora da empresa MicrobiAll responsável pelo projeto, conta que o maior diferencial e vantagem do Bovekill é o fato de ser capaz de controlar todas as fases de desenvolvimento dos insetos (ovo, larva, pupa e adulto).

“O edital da Faperj não podia ter chegado em melhor momento, pois já havíamos desenvolvido e testado o produto, e agarramos essa oportunidade para montarmos a empresa e a fábrica ”, diz Aline.

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Com o apoio da Faperj, Aline espera alavancar a empresa MicrobiALL e o seu primeiro produto. Foto: Divulgação

Apesar do crescimento do mercado de inseticidas biológicos, o Estado do Rio de Janeiro ainda não possui uma biofábrica capaz de proporcionar aos agricultores um produto eficiente. Com a conquista do edital Doutor Empreendedor, Aline espera alavancar a empresa MicrobiALL e o seu primeiro produto.

Mercado de bioefensivos

Segundo estimativas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o mercado mundial de
biodefensivos, estimado em US$ 5 bilhões, deverá crescer 70% em 2020. Isso porque pessoas em todo o mundo andam privilegiando a alimentação saudável e a responsabilidade socioambiental dos produtores de alimentos, que, pressionados, também tentam reduzir o uso de defensivos químicos tradicionais.

O Brasil é apontado por 1/5 do consumo mundial dos produtos químicos destinados à agricultura e cerca de 30% dos agroquímicos utilizados no país foram classificados como muito perigosos, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Empreendedorismo e pesquisa

Biodefensivo é eficaz contra a lagarta do cartucho, uma das principais pragas do milho. Foto: Embrapa

Pensando na tendência de cultivo urbano e doméstico de hortas e plantas ornamentais, a empresa MicrobiAll também desenvolveu a linha jardinagem do Bovekill, específico para este fim, em embalagens menores.

O projeto também contará contará com bolsa de Doutor Empreendedor de R$ 4,1 mil, bolsa de Iniciação Tecnológica por até 24 meses para um integrante da equipe e auxílio de R$ 50 mil para aquisição de equipamentos e demais itens necessários ao desenvolvimento inicial da empresa.

Em contrapartida, a empresa, que receberá orientação da equipe da incubadora TecCampos, estará sediada na Uenf, que teve outros sete projetos de profissionais com doutorado aprovados nesse edital da Faperj.

Fonte: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj)

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