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Renata Erler

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A Covid-19 e a segurança alimentar

Nos últimos anos vimos ataques recorrentes à produção agropecuária do Brasil. Hora aponta uso de antibióticos, uso excessivo de agrotóxicos, ocupação de área, e etc.

por Renata Erler

em 03/04/2020 às 10h11

4 min de leitura

A Covid-19 e a segurança alimentar

Renata Erler
é zootecnista, gestora de agronegócio, e vice-presidente da Associação dos Zootecnistas do Espirito Santo (Azes). (Foto: *Divulgação)


Quem trabalha no agronegócio está adaptado em dar explicações e sempre se defender desses ataques por muitas vezes infundados e distorcidos, e quase na totalidade, desprovidos de conhecimento técnico, métricas e estudos comprovados.

A chegada desastrosa da Covid-19 ao Brasil em fevereiro de 2020, e todo o impacto desse vírus no mundo, nos mostra como a segurança alimentar de um país afeta a vida das pessoas, e nos faz repensar e valorizar sobre tudo que é feito pelo nosso agricultor e pelo nosso pecuarista, pois aqui no Brasil temos segurança alimentar.

Órgãos Federais, Estaduais e Municipais, além de Associações, Cooperativas e os próprios produtores tem o compromisso de disponibilizar para o mercado um alimento saudável e seguro, e assim o fazem há muito tempo, apesar de pouco reconhecido pela sociedade.

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A Covid-19 é proveniente do consumo de animais silvestres, parte de caça, e outra parte vindo de criatórios sem nenhum controle. Tudo permitido porque a população não tem acesso a alimentos melhores, o que torna a China dependente de outros países, e um dos principais fornecedores de alimento saudável e seguro para suprir esta necessidade é o nosso Brasil.

Quando olhamos para o nosso processo produtivo, temos controle rigoroso sobre todos os elos da cadeia produtiva. Desde os grandes produtores rurais (pecuaristas e agricultores) até à produção familiar e orgânica. Tudo, sempre controlado pelos órgãos competentes.

Os animais consumidos em nosso país, são criados em propriedades cadastradas e regularizadas (caso contrário sequer conseguem vender seus animais), onde recebem vacinas, vermífugos, se alimentam bem, além da grande preocupação com o bem estar (bem estar resulta em lucro), novamente, bem estar este desconhecido por quem apressadamente o critica. É fato, nos alimentamos com carne de animais saudáveis! Tal fato é reconhecido pelo mundo, que come nossas carnes, nossas frutas e nossos grãos.

Dentro das porteiras existe um rígido controle de animais selecionados e avaliados ao abate, animais com o mínimo de desconforto como mancando, letargia, tosse ou algo assim, permanecerá na propriedade até identificação, tratamento adequado a garantir a sanidade do animal.

No frigorifico, todos estes certificados e regularizados, é feito um protocolo de avaliação obrigatório do animal vivo no curral, por um técnico especializado, chamada de inspeção “ante-mortem ”, para certificar através da sintomatologia clínica quanto a ausência de sintomas de Raiva ou Encefalopatia Espongiforme Bovina (Vaca Louca).

E mais, se nada for detectado in vivo, ainda há a inspeção após o abate, chamada de inspeção “pós mortem ”, a fim de identificar lesões, causadas por doenças pretéritas ao abate como brucelose, tuberculose, cisticercose entre outras.

Na cadeia produtiva de aves e suínos o processo de inspeção também ocorre com o mesmo rigor e sob rígida fiscalização.

Assim, o que chega para nós pronto, limpo e saudável, e recebe toda a certificação legal necessária, depende do trabalho árduo dos produtores que seguem de sol a sol em uma atividade que precisam prever o clima, ter uma produção sustentável, reservar água, produzir comida para os animais e tudo que for necessário para que eles se desenvolvam bem enquanto estiverem na fazenda.

Graças as pessoas do campo, Covid-19 não será capaz de parar nosso país. Chegou o tempo de valorizarmos as famílias do campo, grandes ou pequenas, valorizarmos o agronegócio, e que novamente, não vai parar, não somente para sustentar o PIB como vem fazendo há anos, mas também, para alimentar o BRASIL e agora mais do que nunca, o MUNDO.


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