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Apicultura

Abelha sob ameaça é chave para reflorestamento da Mata Atlântica no Espírito Santo

"Projeto Uruçu Capixaba vai recuperar áreas degradadas para preservação da espécieMelipona capixaba, considerada excelente polinizadora e que está hoje sob risco de extinção."

por Redação Conexão Safra

em 05/02/2018 às 0h00

5 min de leitura

Abelha sob ameaça é chave para reflorestamento da Mata Atlântica no Espírito Santo

Uma pequena abelha sem ferrão tem papel importante na conservação do bioma da Mata Atlântica. A Melipona capixaba, conhecida popularmente como “”uruçu negra””, “”uruçu preta”” ou “”uruçu-capixaba””, hoje corre o risco de extinção. Para reverter esse quadro, o Projeto Uruçu Capixaba propõe a integração da proteção da Mata Atlântica no município de Domingos Martins, na região serrana do Espírito Santo, em conjunto com a preservação da espécie nativa, fatores considerados interdependentes por cientistas.


São apontados vários fatores que tornam a Melipona capixaba como espécie vulnerável e em risco de extinção, como o avanço do desmatamento no bioma, cuja estimativa é de que os remanescentes da Mata Atlântica representem menos de 8% da sua área original. A utilização de agrotóxicos, a retirada dos ninhos de abelhas sem ferrão na natureza e brechas na atual legislação que inibe a expansão da meliponicultura responsável são outros fatores de destaque.


Por este motivo, o projeto do Instituto Brasileiro do Mar (IBRAMAR), com patrocínio da Petrobras, tem como objetivo proporcionar medidas integradas de restauração florestal que irão permitir traçar estratégias de conservação das abelhas nativas, com destaque para a Melipona capixaba, que tem grande importância para polinização da Mata Atlântica. A ação engloba o plantio de mudas nativas e melíferas, revitalização de nascente e implantação de caixas secas para contenção da erosão nos córregos locais.


O projeto também inclui uma campanha de conscientização dos agricultores rurais e estudantes locais, através de cursos de capacitação e educação ambiental. Serão realizadas visitas técnicas nas comunidades abrangidas pelo projeto, onde os participantes aprenderão a identificar as principais espécies de meliponas existentes na região. Também será disseminada a cultura de redução de defensivos agrícolas, com uso de técnicas sustentáveis que não eliminem as abelhas nativas.


Mais sobre o Projeto Uruçu Capixaba

O projeto será desenvolvido na RPPN Uruçu Capixaba, e nas comunidades de São Bento do Chapéu e Paraju (comunidade Recanto Feliz), no município de Domingos Martins.
A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é de propriedade do Instituto Ibramar, instituída através da Portaria conjunta SEAMA/IEMA Nº 003-R, de 29 de março de 2016, e fica localizada na comunidade de Soído, no município serrano.

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O Projeto Uruçu Capixaba busca ampliar o êxito obtido através do Projeto Recanto Feliz, também patrocinado pela Petrobras que, entre setembro de 2013 e setembro de 2015, promoveu a conservação dos recursos naturais em área de preservação permanente (APP). A iniciativa foi a vencedora do Prêmio Ecologia 2014 na categoria Experiência de Sucesso, realizado pela Secretaria de Meio Ambiente do Espírito Santo (Seama).


Sobre a Melipona capixaba

Em maio de 2003, o Ministério do Meio Ambiente, através da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Instrução Normativa nº 3, de 27 de maio de 2003) considerou a espécie como ameaçada de extinção. O desmatamento é citado por diversos autores como a principal fonte de ameaça para abelha em seu ambiente natural, uma vez que a espécie depende de árvores para a sua nidificação, especialmente árvores mais velhas com troncos adequados à instalação dos ninhos, além da redução nas fontes de alimento (pólen e néctar).


A perda de habitat pela destruição da vegetação e a extensiva coleta do mel para consumo imediato &ndash, e também a criação para a produção artesanal &ndash, representam ainda um sério risco para a sobrevivência da espécie nativa da região. A Melipona capixaba não se mantém em altitudes mais baixas que 600 metros, especialmente em regiões com temperaturas mais quentes, mesmo quando manejadas de forma adequada.


Já foram realizadas tentativas fracassadas de manutenção de colônias nos municípios de Guarapari, Marataízes e Vitória, no litoral capixaba, e também em áreas mais quentes do município de Santa Teresa, na região central do Espírito Santo, demonstrando alta vulnerabilidade da espécie ao clima.


Sobre o IBRAMAR

O Instituto Brasileiro do Mar &ndash, IBRAMAR é uma entidade sem fins lucrativos criada em 2008, com personalidade jurídica de direito privado e de interesse público. A entidade surgiu a partir da iniciativa de profissionais ligados aos setores de meio ambiente e de ações sociais, preocupados com os três principais pilares de apoio à sustentabilidade: desenvolvimento econômico com responsabilidade social, respeito às comunidades tradicionais e disseminação de conceitos de educação socioambiental.


Entre as ações desenvolvidas pela entidade, estão: o Projeto Renascente, com foco na recuperação florestal em áreas de preservação permanente no entorno de nascentes e cursos d’água da bacia do Rio Jucu, que abastece a região metropolitana da Grande Vitória, e o Projeto Tilápia das Montanhas, que desenvolve uma tecnologia social de baixo custo para o aquecimento de água utilizada na aquicultura, utilizando fontes de energias alternativas em pequenas propriedades rurais no município de Domingos Martins.


Mais informações/sugestões de fontes:

Nerter Samora

(27) 99233-1252

[email protected]


Guto Netto

(27) 98111-7722

[email protected]


www.ibramar.org/urucucapixaba

fb.com/projetourucucapixaba

instagram.com/urucucapixaba



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