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Anuário do Agro Capixaba

Tilápia, a rainha da piscicultura capixaba

A produção de peixe sentiu as consequências da seca no Espírito Santo, mas novas formas de manejo tentam recuperar a cultura

por Fernanda Zandonadi

em 09/03/2020 às 14h55

4 min de leitura

Tilápia, a rainha da piscicultura capixaba

(Foto: *Divulgação Incaper)


A exemplo da maioria das cadeias do agronegócio do Estado, a piscicultura também sofreu os revezes da crise hídrica. A produção, que em 2014 estava em 7,9 mil toneladas, caiu para quase a metade em 2018, com pouco mais de 4 mil toneladas chegando ao mercado.

A criação de peixes no Estado se concentra na tilápia, que responde por 97,99% de tudo o que é produzido. Os maiores produtores são Linhares, Alegre, Domingos Martins, Marechal Floriano, Conceição do Castelo e Santa Teresa.

Antes de as consequências da seca reduzirem a cultura, o Espírito Santo contava com 165 piscicultores legalizados. Em 2019, o número foi baixo: apenas 30 aquicultores ainda apostaram no setor. A tendência, segundo José Alejandro Garcia Prado, gerente de pesca, aquicultura e produção animal da Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), é aumentar e profissionalizar essa cultura.

“Estamos trabalhando com sistema de produção de peixe com recirculação de água. Já há um centro em andamento em Regência, Linhares, com 24 tanques ”, explica, afirmando que o projeto é feito a muitas mãos e tem o carimbo de várias instituições de apoio e fomento à agricultura.

A tilápia, segundo ele, continuará sendo a rainha dos peixes que saem das águas capixabas. Além de se adequar bem ao clima quente do Estado, é um peixe rústico, que se desenvolve bem nas águas do Sul e Sudeste do país.

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“Paraná e São Paulo são os principais produtores, mas a tilápia também se dá bem no Espírito Santo. Para ter uma ideia, até na água salobra ela se adapta. Em São Mateus, no auge da seca, o mar entrou no Rio Cricaré, que estava com um fluxo muito baixo de água. O que notamos foi que as tilápias sobreviveram naquela água e algumas pessoas afirmaram que a carne ficou ainda mais gostosa ”, relata.

A lama de Mariana

Não bastasse a seca, que tanto prejudicou a piscicultura capixaba, o minério proveniente do rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em 2015, também afetou a produção de peixe no Rio Doce.

“Todos que produziam peixe no entorno do Rio Doce sentiram o impacto. Isso porque o consumidor deixou de consumir esses produtos por medo de contaminação. Foi um impacto tremendo para aquicultores e pescadores ”, avalia Prado.


Sururu, caranguejo, ostras e rãs

A maricultura é a produção de organismos aquáticos no mar. É uma atividade bastante desenvolvida na região Sul do Brasil, litoral de São Paulo e Rio de Janeiro e que deve crescer em todo o país nos próximos anos, devido à grande extensão marítima do país.

No Espírito Santo, há projetos pilotos em Aracruz e Guarapari. A maricultura é também uma forma de gerar o desenvolvimento socioeconômico das regiões costeiras, gerando emprego e renda para os pescadores, além de elevar a produtividade destas áreas. No Espírito Santo, destaque para o papel que a mulher desempenha na atividade, contribuindo, principalmente, nas etapas de beneficiamento do produto. Muitas mulheres vivem da extração de ostras, sururu e caranguejo, entre outros.

Outra cultura importante no Espírito Santo é a criação de rãs.
Por estar próximo aos grandes mercados consumidores, o Estado tem todos os requisitos necessários à criação comercial. O Espírito Santo já teve mais de 15 ranários.

Atualmente, Taiwan e China são os maiores produtores mundiais de rã. Nesses países, o sistema de criação é misto, ou seja, os animais passam parte da vida em cativeiro, parte no ambiente. Neste contexto, o Brasil se destaca como maior produtor de rãs em cativeiro, sendo que São Paulo e Rio de Janeiro são os Estados com maior número de ranários do país.


Esta matéria faz parte do Anuário do Agronegócio Capixaba,
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