Mercado do açúcar

Retro 2025: açúcar fecha em queda apesar da redução na oferta

Queda nas cotações internas e externas marcou o ano, mesmo com exportações elevadas e disponibilidade limitada do produto

açúcar
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Contrariando a expectativa de preços elevados diante da escassez global, o mercado de açúcar apresentou quedas expressivas ao longo de 2025, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. As cotações domésticas começaram o ano em patamares elevados, mas passaram a recuar de forma consistente a partir do início da safra 2025/26, em abril.

Em janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ registrava média de R$ 154,98 por saca de 50 quilos. Com o avanço da moagem, os valores entraram em trajetória descendente. No início da safra, a média recuou para R$ 141,36 por saca e seguiu em queda ao longo dos meses, alcançando R$ 105 por saca no final de novembro, o menor patamar nominal desde abril de 2021, segundo dados Cepea.

Pesquisadores do Cepea destacam que a desvalorização não refletiu aumento expressivo da oferta. A disponibilidade de açúcar permaneceu restrita durante o ano, especialmente no caso do produto de melhor qualidade, classificado como Icumsa 150. Esse tipo de açúcar foi direcionado, em grande parte, em grande parte, às exportações.

No balanço da safra 2025/26, o Brasil manteve posição de destaque no comércio internacional. Dados da  Secex, indicam que, entre janeiro e novembro de 2025, o país exportou 30,86 milhões de toneladas de açúcar, volume praticamente igual ao registrado no ciclo anterior. Com isso, a participação brasileira no mercado global permaneceu próxima de 50%.

Apesar da estabilidade no volume embarcado, a receita foi impactada pela queda das cotações internacionais. Em novembro, o preço médio de exportação ficou em US$ 377,20 por tonelada, recuo de 21% em comparação com o mesmo mês de 2024. Esse movimento reduziu o faturamento externo mesmo diante do elevado desempenho logístico e comercial.

Outro ponto relevante observado ao longo do ano foi a manutenção do prêmio do mercado doméstico em relação às vendas externas. Em setembro, o mercado spot paulista remunerava 9,17% acima dos embarques para exportação, considerando custos de fobização e o câmbio vigente. Essa diferença incentivou as usinas a priorizar o abastecimento interno. 

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