Agronegócio 4.0: a urgência da qualificação para a era da IA
por Fernanda Zandonadi
em 30/10/2024 às 5h00
3 min de leitura
Em uma era marcada pela rapidez nas inovações tecnológicas, a Inteligência Artificial (IA) é tema central nas discussões sobre o futuro do trabalho. Durante o Horasis Global Meeting, realizado entre os dias 25, 26 e 27 de outubro, José Augusto Figueiredo, presidente da consultoria LHH no Brasil e vice-presidente executivo para a América Latina, abordou como as mudanças impulsionadas pela IA e a automação estão impactando o mercado global e geram a necessidade de qualificação da força de trabalho.
O agronegócio não fica fora desta equação. Com a implementação de drones, robôs agrícolas, sensores e sistemas de análise de dados, a cada dia mais são exigidos profissionais com habilidades técnicas específicas para operar, programar e manter essas ferramentas. Na prática, isso significa que o produtor rural precisará implementar novos conhecimentos em suas lavouras para manter a competitividade e, do outro lado, aqueles que trabalham para o agro, terão de buscar novas qualificações para darem conta das mudanças dos tempos.
Essa onda de mudanças já começou e em todos os setores. Figueiredo salienta que já em 2025, o Brasil sofrerá com escassez de profissionais capacitados, o que poderá comprometer o desenvolvimento e a competitividade de empresas que precisam se adaptar às novas exigências tecnológicas.
O cenário exige atenção urgente. No Brasil, onde 70% das empresas são micro e pequenas, a automação surge como um desafio não apenas para os trabalhadores, mas também para as estruturas e processos empresariais. E Figueiredo vai além: “Teremos um problema de automação em todo o mundo e não será algo ligado apenas ao trabalhador, mas do meio em que os processos, os trabalhos, são feitos”, explicou.
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O avanço da IA já deixa empresas e funcionários apreensivos, pois há pouco tempo para uma preparação adequada, ressalta Figueiredo, que explica ainda que “ensinar é o que nós podemos fazer”, destacando a importância da educação como uma resposta para a fase de transição.
O executivo observa que muitos líderes possuem uma visão de longo prazo para as empresas, mas, ao serem perguntados sobre as habilidades que seus funcionários devem desenvolver para chegar às metas, há uma lacuna. “Os empresários sabem explicar muito bem onde querem que a empresa esteja em 2030, 2035. No entanto, quando questionados quais são as competências que as pessoas, os funcionários, devem desenvolver para serem capazes de realizar essa estratégia, muitos não sabem explicar”.
Outro ponto abordado durante a plenária foi a importância dos dados no contexto da IA. Segundo Figueiredo, a coleta, o registro e o compartilhamento de informações são cruciais para garantir o valor e a funcionalidade da IA nas empresas. “Quando conversamos com líderes empresariais, eles enfatizam o tempo todo que a Inteligência Artificial não tem qualquer valor sem os dados”, explicou, enfatizando que informações bem gerenciadas são essenciais para o uso eficaz da tecnologia.
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