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A aquicultura no Rio de Janeiro desponta como um mar de possibilidades. Peixes, moluscos, rãs, algas: é uma salada de frutos do mar e dos rios que faz a diferença na economia local. O diretor técnico da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj), pesquisador e doutor em aquicultura, Jandyr de Almeida Rodrigues Filho, avalia que, mesmo com a produção já alavancada, ainda há muito o que crescer. “Somos um grande mercado consumidor de pescados”, destaca.
Confira a situação de cada ramo da aquicultura no Rio de Janeiro:
Alevinos
A produção de alevinos se concentra em Laje do Muriaé, Itaperuna, Itaocara, entre outros pequenos produtores dispersos no Estado, inclusive em nossas unidades de pesquisa e produção. Já a produção para abastecer os produtores de moluscos bivalves é feita pelo Instituto de Ecodesenvimento da Baía da Ilha Grande (Iedbig), em Angra dos Reis. Os ranicultores, por sua vez, fazem todo o processo de produção de rãs. Os ovos de truta são importados de Campos do Jordão, em São Paulo. Já na carcinicultura marinha/estuarina, não há produtores de larvas, que são importadas do Nordeste. Já o camarão de água doce, há um produtor do camarão gigante da Malásia em Silva Jardim que produz larvas, explica Rodrigues Filho.
Peixes

A tilápia é o carro chefe dos peixes de água doce do Estado. Há, ainda, uma produção representativa da truta na Região Serrana, que se concentra mais nos municípios de Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. A produção é ainda mais diversificada, e inclui tambaqui, lambari e peixes de couro, caso do pintado. O Rio de Janeiro é também o maior produtor de bijupira, que é o principal pescado marinho do Estado, com concentração na região da Costa Verde.
Algicultura

Há um crescimento considerável de produção de algas marinhas no Estado do Rio de Janeiro. Se antes o comércio era basicamente do extrato seco, hoje as algas Kappaphycus alvarezii são vendidas in natura. “Ela é muito usada na indústria cosmética e alimentícia. Uma empresa, no Estado, passou a comprar a alga úmida, sem desidratar, e a cadeia vem se desenvolvendo. Há ainda a questão dos biofertilizantes a partir das algas, que com a crise desencadeada pela guerra na Ucrânia, certamente ficará ainda mais cobiçada por essas indústrias. Mas o simples fato de a alga ser vendida úmida alavancou a atividade de forma impressionante. Já são seis fazendas na Costa Verde, com maior concentração na Ilha Grande. Essa atividade em crescimento é passível de regularização no litoral sul do Estado, de acordo com os diplomas legais vigentes”.
Moluscos bivalves

A cadeia de produção fluminense abrange vieiras, ostras e mexilhões, todos presentes no Estado, especialmente nas regiões da Costa Verde e dos Lagos. “Há uma produção crescente na Baía da Ilha Grande. São fazendas marinhas licenciadas e com gestão ambiental”, explica o diretor. Hoje, um dos maiores desafios do setor é a mortalidade de vieiras. São moluscos sensíveis e com alto valor de mercado. Nos últimos três anos, a produção de vieiras caiu para cerca de 30%. “Monitoramos a qualidade da água e fazemos exames laboratoriais para investigar quaisquer mudanças. Ainda não sabemos se essa mortalidade se dá por causa de poluentes ou mesmo por causa da mudança climática. Ainda buscamos respostas para o setor produtivo”, salienta.
Ranicultura
Os produtores fluminenses fazem todo o processo necessário da cadeia, desde a criação dos girinos até os cuidados com o imago e a engorda final. São cerca de 20 ranicultores instalados nas regiões Metropolitana e Noroeste, essa última com maior número de produtores.
Extrativismo

Os municípios mais produtivos na pesca marinha são aqueles onde a pesca industrial mais se destaca: São Gonçalo, Niterói, Cabo Frio e Angra dos Reis (Tabela 01). Em relação às espécies, predominam sardinhas, camarões, peroá-preta (no Norte Fluminense), cavalinha, xerelete, corvina e bonito-listrado (Tabela 02). Já quanto à pesca interior, os três maiores rios em extensão que atravessam o Estado são o Rio Paraíba do Sul, o Rio Pomba e o Rio Muriaé. Há populações ribeirinhas que usufruem do pescado de água doce para sobrevivência ou em pequenas transações comerciais. No entanto, é difícil estimar a produção, pelo próprio caráter informal e porque as descargas são pulverizadas em diversos pontos ao longo de toda a extensão dos rios.
Carcinicultura
Há poucos produtores que cultivam o camarão, com grande concentração no Norte Fluminense, apesar de o Estado ser um dos maiores produtores do país no extrativismo em mar. E há muito espaço para crescer. “Somos um dos maiores consumidores e tentamos fomentar a cadeia no Estado, que ainda é emergente mesmo tendo há anos pacotes tecnológicos de cultivos disponíveis. A carcinicultura está despontando, por características ambientais e de relevo, no Norte Fluminense, da Região dos Lagos até a divisa com o Espírito Santo.
Cultivo integrado
Em 2021, na Região Norte do Rio de Janeiro, no município de São Francisco do Itabapoana, foi implantada uma das maiores plantas de aquaponia do Brasil. A aquaponia é o cultivo de organismos aquáticos integrado com o vegetal, ou seja, as plantas são cultivadas em conjunto com os peixes. É um processo de ganha-ganha, já que as excretas de peixes são fontes de nutrientes para as plantas e as plantas purificam a água do sistema de criação.





