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Agro Rio de Janeiro

Pesquisa revela espécie capaz de recuperar solo degradado na Amazônia

Sistemas sustentáveis com soluções para os biomas brasileiros são tema do Fórum Internacional de Desenvolvimento Agroambiental Sustentável

por Assessoria de Imprensa

em 24/09/2023 às 7h00

4 min de leitura

Pesquisa revela espécie capaz de recuperar solo degradado na Amazônia

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Das mais de 2.500 espécies de árvores que fazem morada na Amazônia, uma se apresenta como potencial salvadora das áreas degradadas no bioma: a Bertholletia excelsa, conhecida como castanheira-da-amazônia. A gigante, que pode ultrapassar 50 metros de altura, se mostrou imensa também na capacidade de recuperar o solo degradado nas áreas em que a floresta foi retirada. A descoberta da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, é considerada promissora para a recuperação dos mais de 5 milhões de hectares de solos degradados no norte do país.

As pesquisas têm como foco o estado do Amazonas, onde as castanheiras foram plantadas em áreas que antes serviam como pasto para o gado. Na Fazenda Aruanã, no município de Itacoatiara, 3 mil hectares degradados pela pecuária foram convertidos em plantios de castanheiras-da-amazônia. O resultado foram níveis de melhoria na qualidade do solo que mostram tendência de recuperação das características químicas, físicas e presença de microrganismos. “A capacidade de crescimento demonstrada pela castanheira comprova que ela tem uma estratégia fisiológica totalmente adaptada a esses tipos de solos”, explica o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental (AM) Roberval Lima.

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A espécie Bertholletia excelsa tem capacidade de produzir sementes por 40 anos com demanda reduzida de aporte de nutrientes. A árvore é ainda uma fonte de renda e emprego para os povos da floresta. Com benefícios sociais e ambientais, estudos paralelos apontam melhorias na qualidade do ar. No quesito emissão de gases a partir do solo, as pesquisas compararam a capacidade de respiração do solo e a emissão de gases em diferentes ecossistemas, conforme os modos de uso da terra no bioma.

Ao comparar o fluxo de gases de floresta natural, pós-floresta e em cultivos como os plantios de castanheiras, os plantios de árvores apresentaram solo com qualidade 50% superior às áreas de pastagem degradadas, sinalizando a semelhança com os efeitos da floresta natural. “Os resultados apontam que, sob os plantios de castanheiras, o solo está se recuperando com uma tendência massiva próxima a de uma floresta natural”, destaca o pesquisador.

Amparadas pelo crivo da ciência, técnicas silviculturais permitem ao produtor reduzir de 18 para 6 meses o tempo de germinação. Além disso, dentro de 25 anos, o sistema já estará produzindo 80% do potencial total de frutificação. Para isso, é fundamental reservar faixas de mata nativa entre áreas de plantio nos cultivos de castanheira para a ação de polinizadores.

Rio+Agro

A sustentabilidade no agronegócio nos biomas brasileiros é um dos grandes temas do Fórum Internacional de Desenvolvimento Agroambiental Sustentável, o Rio+Agro, lançado oficialmente nesta quinta-feira, 21/9.

O evento vai ser realizado no Rio de Janeiro e pretende levar ao público discussões essenciais para aliar práticas sustentáveis ao rentável agronegócio nacional. Especialistas e produtores de vários locais do mundo terão a oportunidade de aprender, trocar ideias e fazer negócios.

“Queremos que o Rio+Agro seja o evento referência mundial em desenvolvimento econômico e social baseado em sustentabilidade agroambiental. Nossa busca é por mostrar caminhos para ampliar o impacto positivo do agronegócio nos campos social, ambiental e econômico no Brasil e no mundo e, assim, contribuir para garantir um futuro com preservação dos recursos naturais nos biomas brasileiros, erradicar a fome, revelar as riquezas do interior do país e ressaltar a cultura de preservação da natureza do povo brasileiro”, finaliza o porta-voz do Rio+Agro, Carlos Favoreto.

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