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Agricultura

Perdas com estiagem passam dos R$ 50 milhões em Aracruz

por Rosimeri Ronquetti

em 29/11/2022 às 7h40

3 min de leitura

Perdas com estiagem passam dos R$ 50 milhões em Aracruz

Fotos: arquivo pessoal

A chuva tem sido constante nos municípios capixabas nos últimos dias. Mas, os meses que antecederam esse período foram de sol e muita ventania em várias partes do Estado. Na região Norte, em Aracruz, de abril a agosto choveu apenas 106,8 mm, quantidade menor que a registrada durante março. E se falta chuva sobram prejuízos.

De acordo com o secretário Municipal de Agricultura, Mauro Demartha, as perdas passam dos R$ 50 milhões. Nas lavoras de café, além da falta de chuva, as ventanias desfolharam plantações inteiras. A previsão de queda de produção para 2023 é de 35%. Já na pecuária, o principal fator foi a estiagem prolongada e as baixas temperaturas, que secaram rapidamente as pastagens e, consequentemente, afetaram a alimentação dos animais.

Considerando as pastagens perdidas e o valor para sua recuperação, os animais mortos e a recuperação dos desnutridos, a perda do leite e também a perda e a recuperação do cafezal, estimamos cerca de R$ 51 milhões de prejuízo”, destaca Demartha.

Em outubro, a Prefeitura de Aracruz decretou situação de emergência em função da estiagem. Em todo o município, mais de 800 animais morreram, segundo o secretário. Só a Secretaria precisou enterrar 450 animais.

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O secretário disse ainda que a Secretaria de Agricultura enterrou cerca de 450 animais, mas no município todo morreram mais de 800.

Marcelo Fraga Del Caro (Sítio Vovô Belício), em Ribeirão do Meio, faz parte da lista de pecuaristas que perderam animais. Ao todo 15 vacas leiteiras morreram, um prejuízo de aproximadamente R$ 120 mil. E esse não foi o único prejuízo. Com a morte das vacas a produção de leite caiu quase pela metade.

Já vi seca, mas dessa vez tivemos estiagem. O pasto, mesmo adubado e irrigado, não saía. Tivemos seis meses de frio aqui na região. Teve dia de fazer dez graus pela manhã. E mesmo investindo na compra de ração os animais não resistiram”, explica Marcelo.

Já o produtor Mauro Rossoni (Sítio Rio Bonito), em Ribeirão do Cruzeiro, teve perdas tanto na pecuária quanto na cafeicultura. Além do desfalque de dez cabeças de gado, o café, como ele mesmo diz, “ficou só as varas”. Ele conta que o problema foram os fortes ventos que atingiram as lavouras.

É até difícil calcular os prejuízos. Acredito que com o gado as perdas chegam aos R$ 80, 90 mil e já estamos há uns 90 dias sem tirar leite. Já o café vamos catar os caroços na próxima colheita. O sentimento que fica é a tristeza”, relata Mauro.

 

Seca verde

Ainda conforme o secretário de Agricultura, o município vive agora a chamada seca verde. O fenômeno ocorre quando, após longos períodos de estiagem, as chuvas voltam em excesso e em um curto período de tempo, gerando uma exuberante vegetação verde.

É caracterizada por uma vegetação verde e florida, mas também pela escassez da produção, pois apesar da chuva, os impactos causados pela longa estiagem ainda não conseguem ser mitigados, e os produtores ainda sentem muito os efeitos da falta de chuva”.

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