Mais lidas 🔥

Na Vila Batista
Vila Velha certifica sua primeira agroindústria de mel

Mercado
Preços do mamão formosa sobem com oferta menor nas principais regiões

Reconhecimento nacional!
Conexão Safra vence o Prêmio Ibá de Jornalismo 2025

De quarta para quinta
Veja as 55 cidades capixabas que estão sob alerta vermelho para temporais

Previsão do tempo
Instabilidade perde força no ES, mas sábado segue com nuvens e chuva fraca

A conservação das sementes crioulas — aquelas mantidas, selecionadas e adaptadas pelos agricultores ao longo de gerações — ganhou destaque em Águia Branca, região noroeste do Espírito Santo. Na última sexta-feira (31), o município sediou o Seminário “Bancos Comunitários de Sementes e a Conservação das Variedades Crioulas: troca de sementes e saberes para promover a agrobiodiversidade”, voltado à valorização da diversidade agrícola e cultural capixaba.
O encontro reuniu escolas, produtores rurais e instituições públicas com o objetivo de fortalecer redes de guardiões das sementes e incentivar o intercâmbio de conhecimentos e materiais genéticos adaptados aos agroecossistemas locais.
O evento foi promovido pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em parceria com o Centro Estadual Integrado de Educação Rural (CEIER) de Águia Branca, a Escola Municipal Comunitária Agrícola (EMCA) João Quiuqui, o Instituto IPE e a Secretaria Municipal de Educação. Durante as atividades, realizadas na EMCA, agricultores e estudantes levaram sementes crioulas de milho, arroz, feijão, abóbora e pimentas para exposição e troca.
Nos espaços das instituições participantes, houve distribuição de sementes, livros e materiais educativos, além de rodas de conversa sobre qualidade, manejo e conservação. Os debates reforçaram a importância de preservar o patrimônio genético e cultural das comunidades rurais, essencial para a autonomia dos agricultores, a segurança alimentar e a manutenção da agrobiodiversidade.
O Incaper distribuiu sementes de milho ES-204 Imperador, a primeira variedade do Estado desenvolvida especialmente para sistemas agroecológicos. O material se destaca pela produtividade e resistência a doenças, representando uma alternativa sustentável e rentável para agricultores familiares.
A programação contou ainda com palestra da pesquisadora Rosenilda de Souza, do Incaper, que abordou estratégias comunitárias de conservação da agrobiodiversidade. Um dos momentos mais marcantes foi a leitura de uma carta escrita por uma produtora guardiã, que relatou a trajetória de suas sementes e o valor simbólico que elas representam para a comunidade.
O seminário também ressaltou o protagonismo estudantil. Alunas do CEIER de Águia Branca atuaram como repórteres do projeto CEIER Rural, entrevistando palestrantes, agricultores e gestores. As reportagens serão compartilhadas nas escolas e nas redes locais, ampliando o alcance do tema e estimulando o engajamento dos jovens na preservação das sementes crioulas.
Ao final do evento, foi firmado um Termo de Compromisso e Reconhecimento, oficializando o CEIER de Águia Branca e a EMCA João Quiuqui como guardiões institucionais de sementes crioulas. O documento estabelece responsabilidades conjuntas, como a manutenção de coleções-base, registros comunitários, calendário anual de trocas e articulação contínua com o Incaper e parceiros.
“Cada semente conservada carrega o futuro: nutre a nossa mesa e também a nossa história. Ver escolas, produtores e instituições caminhando juntos mostra que a agrobiodiversidade se fortalece na colaboração”, destacou o pesquisador do Incaper e organizador do evento, Ismael Lourenço de Jesus Freitas.





